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26-02-2003
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José Manuel Ribeiro/Reuters Mais de 300 voluntários chegaram à Galiza, mas não há meios para todos trabalharem Muitos voluntários e poucos meios na Galiza José Manuel Ribeiro/Reuters Mais de 300 voluntários chegaram à Galiza, mas não há meios para todos trabalharem EM FRENTE a um monte de areia negra retirada da praia do Mar de Fora, em Finisterra, a brigada de voluntários portugueses enviada para combater a maré negra tira a última foto de família. Uma semana depois de terem chegado à Galiza, os 48 voluntários estavam de regresso a Lisboa. Mas a equipa que os devia render já não passou a fronteira e ficou de prevenção, face a ameaça das manchas atingirem o litoral norte. EM FRENTE a um monte de areia negra retirada da praia do Mar de Fora, em Finisterra, a brigada de voluntários portugueses enviada para combater a maré negra tira a última foto de família. Uma semana depois de terem chegado à Galiza, os 48 voluntários estavam de regresso a Lisboa. Mas a equipa que os devia render já não passou a fronteira e ficou de prevenção, face a ameaça das manchas atingirem o litoral norte. Manuel Veloso, o chefe da brigada, despediu-se da Galiza na quarta-feira e na hora do regresso afirma que tudo correu pelo melhor. «Foi preciso muita vontade e esforço físico. Estamos todos extenuados». A sua equipa recolheu da praia 18 toneladas de areia e fuel. «É muito desmoralizante quando acabamos de limpar e depois a maré suja tudo outra vez, mas pelo menos sabemos que o material recolhido não vai mais para o mar nem para a praia», diz Paula Carvalheira. Manuel Veloso, o chefe da brigada, despediu-se da Galiza na quarta-feira e na hora do regresso afirma que tudo correu pelo melhor. «Foi preciso muita vontade e esforço físico. Estamos todos extenuados». A sua equipa recolheu da praia 18 toneladas de areia e fuel. «É muito desmoralizante quando acabamos de limpar e depois a maré suja tudo outra vez, mas pelo menos sabemos que o material recolhido não vai mais para o mar nem para a praia», diz Paula Carvalheira. Mais a sul, no porto de O Grove, a situação era dramática. Dezenas de barcos chegavam ao cais carregados com as redes tiradas à pressa do mar. Gerou-se uma enorme onda de solidariedade entre os marinheiros e pescadores de marisco. «Acabei de tirar as minhas redes do mar e agora vou voltar para lá para ajudar os meus companheiros a tirar as deles», conta o pescador Xaquin. Mais a sul, no porto de O Grove, a situação era dramática. Dezenas de barcos chegavam ao cais carregados com as redes tiradas à pressa do mar. Gerou-se uma enorme onda de solidariedade entre os marinheiros e pescadores de marisco. «Acabei de tirar as minhas redes do mar e agora vou voltar para lá para ajudar os meus companheiros a tirar as deles», conta o pescador Xaquin. Pela primeira vez as Rias Baixas, onde se encontram os viveiros de mariscos mais importantes da Europa, estavam seriamente ameaçadas. As manchas já estavam na ilha de Óns e encaminhavam-se para a ria de O Grove. Desesperados, pescadores e marisqueiros navegam de encontro ao fuel, tentando evitar a entrada de dezenas de pequenas manchas na ria. Os poucos meios disponíveis dificultam a tarefa. As redes metálicas que servem para içar o marisco, deixam cair a pasta negra no convés das embarcações. Alguns marinheiros retiram o crude da água com as suas próprias mãos. Em terra, cerca de 30 mulheres improvisam barreiras de protecção enchendo sacos de serapilheira com esponjas e esferovite. Pela primeira vez as Rias Baixas, onde se encontram os viveiros de mariscos mais importantes da Europa, estavam seriamente ameaçadas. As manchas já estavam na ilha de Óns e encaminhavam-se para a ria de O Grove. Desesperados, pescadores e marisqueiros navegam de encontro ao fuel, tentando evitar a entrada de dezenas de pequenas manchas na ria. Os poucos meios disponíveis dificultam a tarefa. As redes metálicas que servem para içar o marisco, deixam cair a pasta negra no convés das embarcações. Alguns marinheiros retiram o crude da água com as suas próprias mãos. Em terra, cerca de 30 mulheres improvisam barreiras de protecção enchendo sacos de serapilheira com esponjas e esferovite. «Estamos desesperados. Se a mancha chega aqui não sei o que vai ser da nossa vida», diz Carmen, pescadora. Em Porto Meloxo, chegam dezenas de barcos carregados de fuel. Homens e mulheres, vestidos com fatos e máscaras de protecção, tiram apressadamente o fuel dos barcos, voltando de novo para o mar. Ouvem-se queixas devido aos poucos meios disponibilizados pelo governo regional da Galiza e pelo Governo espanhol. «Como as manchas estavam a ir para norte, ninguém tomou precauções. Agora é demasiado tarde», afirma Luís, um electricista que tirou dias de férias para ajudar na remoção do fuel. No cais, centenas de homens manchados de preto circulam com baldes na mão. Paulo, um pescador local revela-nos um desejo: «Ao menos que esta porcaria não chegue a Portugal». «Estamos desesperados. Se a mancha chega aqui não sei o que vai ser da nossa vida», diz Carmen, pescadora. Em Porto Meloxo, chegam dezenas de barcos carregados de fuel. Homens e mulheres, vestidos com fatos e máscaras de protecção, tiram apressadamente o fuel dos barcos, voltando de novo para o mar. Ouvem-se queixas devido aos poucos meios disponibilizados pelo governo regional da Galiza e pelo Governo espanhol. «Como as manchas estavam a ir para norte, ninguém tomou precauções. Agora é demasiado tarde», afirma Luís, um electricista que tirou dias de férias para ajudar na remoção do fuel. No cais, centenas de homens manchados de preto circulam com baldes na mão. Paulo, um pescador local revela-nos um desejo: «Ao menos que esta porcaria não chegue a Portugal». As rádios galegas transmitem comunicados onde é dito que chegaram à Galiza mais de 3000 voluntários. Todavia, a falta de equipamentos impede muitos de trabalhar, o que suscita a indignação de Andrés, habitante de O Grove. «É uma vergonha. Tanta gente a querer trabalhar e nem sequer há meios. O que fazem os nossos governantes? Estão a caçar?», ironiza. As rádios galegas transmitem comunicados onde é dito que chegaram à Galiza mais de 3000 voluntários. Todavia, a falta de equipamentos impede muitos de trabalhar, o que suscita a indignação de Andrés, habitante de O Grove. «É uma vergonha. Tanta gente a querer trabalhar e nem sequer há meios. O que fazem os nossos governantes? Estão a caçar?», ironiza. A falta de organização e de informação são os mais fortes motivos de revolta. Todos os entrevistados pelo EXPRESSO dizem acreditar apenas nas informações dadas pelo Instituto Hidrográfico português. «Ao menos os portugueses estão a ser honestos. O Governo espanhol só tenta enganar-nos, como se fôssemos estúpidos», diz um marinheiro. A falta de organização e de informação são os mais fortes motivos de revolta. Todos os entrevistados pelo EXPRESSO dizem acreditar apenas nas informações dadas pelo Instituto Hidrográfico português. «Ao menos os portugueses estão a ser honestos. O Governo espanhol só tenta enganar-nos, como se fôssemos estúpidos», diz um marinheiro. «Quando vi as imagens da mancha negra na costa de Baiona, as lágrimas correram-me pela cara abaixo. Como é possível que isto tenha acontecido?», interroga-se José, proprietário de um café em O Grove. A cerca de 15 quilómetros de Baiona, várias manchas negras deram à costa. As rochas, envolvidas numa espessa massa negra são pisadas pelas botas sujas dos cerca de 40 voluntários que ali se encontram. À mão e com a ajuda de pás, os voluntários vão enchendo centenas de sacos e baldes que são depois despejados num camião. Entre os voluntários, encontra-se João Sousa, estudante de engenharia no Porto. «Quando soube da aflição desta gente que vive do mar, resolvi vir logo para aqui», conta. Apesar de a polícia local ter dito ao estudante existirem já voluntários suficientes, ele não desistiu: «Não percebi porque me quiseram afastar. Quando cheguei aqui, não estava quase ninguém. Mal me ofereci, deram-me logo umas botas, uma máscara e um fato. É claro que precisam de ajuda». «Quando vi as imagens da mancha negra na costa de Baiona, as lágrimas correram-me pela cara abaixo. Como é possível que isto tenha acontecido?», interroga-se José, proprietário de um café em O Grove. A cerca de 15 quilómetros de Baiona, várias manchas negras deram à costa. As rochas, envolvidas numa espessa massa negra são pisadas pelas botas sujas dos cerca de 40 voluntários que ali se encontram. À mão e com a ajuda de pás, os voluntários vão enchendo centenas de sacos e baldes que são depois despejados num camião. Entre os voluntários, encontra-se João Sousa, estudante de engenharia no Porto. «Quando soube da aflição desta gente que vive do mar, resolvi vir logo para aqui», conta. Apesar de a polícia local ter dito ao estudante existirem já voluntários suficientes, ele não desistiu: «Não percebi porque me quiseram afastar. Quando cheguei aqui, não estava quase ninguém. Mal me ofereci, deram-me logo umas botas, uma máscara e um fato. É claro que precisam de ajuda». A poucos quilómetros dali, em Caminha, as correntes e os fortes ventos dificultam a colocação de barreiras flutuantes no rio Minho. Em Moledo, elementos da Protecção Civil e dos bombeiros limpam a praia dos lixos trazidos pelo mar. Pequenas bolsas de fuelóleo já entraram na Zona Económica Exclusiva de Portugal. Mas os ventos mantêm-nas afastadas da costa. Pelo menos para já, é apenas uma ameaça. A poucos quilómetros dali, em Caminha, as correntes e os fortes ventos dificultam a colocação de barreiras flutuantes no rio Minho. Em Moledo, elementos da Protecção Civil e dos bombeiros limpam a praia dos lixos trazidos pelo mar. Pequenas bolsas de fuelóleo já entraram na Zona Económica Exclusiva de Portugal. Mas os ventos mantêm-nas afastadas da costa. Pelo menos para já, é apenas uma ameaça. 7 Dezembro 2002

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José Manuel Ribeiro/Reuters Mais de 300 voluntários chegaram à Galiza, mas não há meios para todos trabalharem Muitos voluntários e poucos meios na Galiza José Manuel Ribeiro/Reuters Mais de 300 voluntários chegaram à Galiza, mas não há meios para todos trabalharem EM FRENTE a um monte de areia negra retirada da praia do Mar de Fora, em Finisterra, a brigada de voluntários portugueses enviada para combater a maré negra tira a última foto de família. Uma semana depois de terem chegado à Galiza, os 48 voluntários estavam de regresso a Lisboa. Mas a equipa que os devia render já não passou a fronteira e ficou de prevenção, face a ameaça das manchas atingirem o litoral norte. EM FRENTE a um monte de areia negra retirada da praia do Mar de Fora, em Finisterra, a brigada de voluntários portugueses enviada para combater a maré negra tira a última foto de família. Uma semana depois de terem chegado à Galiza, os 48 voluntários estavam de regresso a Lisboa. Mas a equipa que os devia render já não passou a fronteira e ficou de prevenção, face a ameaça das manchas atingirem o litoral norte. Manuel Veloso, o chefe da brigada, despediu-se da Galiza na quarta-feira e na hora do regresso afirma que tudo correu pelo melhor. «Foi preciso muita vontade e esforço físico. Estamos todos extenuados». A sua equipa recolheu da praia 18 toneladas de areia e fuel. «É muito desmoralizante quando acabamos de limpar e depois a maré suja tudo outra vez, mas pelo menos sabemos que o material recolhido não vai mais para o mar nem para a praia», diz Paula Carvalheira. Manuel Veloso, o chefe da brigada, despediu-se da Galiza na quarta-feira e na hora do regresso afirma que tudo correu pelo melhor. «Foi preciso muita vontade e esforço físico. Estamos todos extenuados». A sua equipa recolheu da praia 18 toneladas de areia e fuel. «É muito desmoralizante quando acabamos de limpar e depois a maré suja tudo outra vez, mas pelo menos sabemos que o material recolhido não vai mais para o mar nem para a praia», diz Paula Carvalheira. Mais a sul, no porto de O Grove, a situação era dramática. Dezenas de barcos chegavam ao cais carregados com as redes tiradas à pressa do mar. Gerou-se uma enorme onda de solidariedade entre os marinheiros e pescadores de marisco. «Acabei de tirar as minhas redes do mar e agora vou voltar para lá para ajudar os meus companheiros a tirar as deles», conta o pescador Xaquin. Mais a sul, no porto de O Grove, a situação era dramática. Dezenas de barcos chegavam ao cais carregados com as redes tiradas à pressa do mar. Gerou-se uma enorme onda de solidariedade entre os marinheiros e pescadores de marisco. «Acabei de tirar as minhas redes do mar e agora vou voltar para lá para ajudar os meus companheiros a tirar as deles», conta o pescador Xaquin. Pela primeira vez as Rias Baixas, onde se encontram os viveiros de mariscos mais importantes da Europa, estavam seriamente ameaçadas. As manchas já estavam na ilha de Óns e encaminhavam-se para a ria de O Grove. Desesperados, pescadores e marisqueiros navegam de encontro ao fuel, tentando evitar a entrada de dezenas de pequenas manchas na ria. Os poucos meios disponíveis dificultam a tarefa. As redes metálicas que servem para içar o marisco, deixam cair a pasta negra no convés das embarcações. Alguns marinheiros retiram o crude da água com as suas próprias mãos. Em terra, cerca de 30 mulheres improvisam barreiras de protecção enchendo sacos de serapilheira com esponjas e esferovite. Pela primeira vez as Rias Baixas, onde se encontram os viveiros de mariscos mais importantes da Europa, estavam seriamente ameaçadas. As manchas já estavam na ilha de Óns e encaminhavam-se para a ria de O Grove. Desesperados, pescadores e marisqueiros navegam de encontro ao fuel, tentando evitar a entrada de dezenas de pequenas manchas na ria. Os poucos meios disponíveis dificultam a tarefa. As redes metálicas que servem para içar o marisco, deixam cair a pasta negra no convés das embarcações. Alguns marinheiros retiram o crude da água com as suas próprias mãos. Em terra, cerca de 30 mulheres improvisam barreiras de protecção enchendo sacos de serapilheira com esponjas e esferovite. «Estamos desesperados. Se a mancha chega aqui não sei o que vai ser da nossa vida», diz Carmen, pescadora. Em Porto Meloxo, chegam dezenas de barcos carregados de fuel. Homens e mulheres, vestidos com fatos e máscaras de protecção, tiram apressadamente o fuel dos barcos, voltando de novo para o mar. Ouvem-se queixas devido aos poucos meios disponibilizados pelo governo regional da Galiza e pelo Governo espanhol. «Como as manchas estavam a ir para norte, ninguém tomou precauções. Agora é demasiado tarde», afirma Luís, um electricista que tirou dias de férias para ajudar na remoção do fuel. No cais, centenas de homens manchados de preto circulam com baldes na mão. Paulo, um pescador local revela-nos um desejo: «Ao menos que esta porcaria não chegue a Portugal». «Estamos desesperados. Se a mancha chega aqui não sei o que vai ser da nossa vida», diz Carmen, pescadora. Em Porto Meloxo, chegam dezenas de barcos carregados de fuel. Homens e mulheres, vestidos com fatos e máscaras de protecção, tiram apressadamente o fuel dos barcos, voltando de novo para o mar. Ouvem-se queixas devido aos poucos meios disponibilizados pelo governo regional da Galiza e pelo Governo espanhol. «Como as manchas estavam a ir para norte, ninguém tomou precauções. Agora é demasiado tarde», afirma Luís, um electricista que tirou dias de férias para ajudar na remoção do fuel. No cais, centenas de homens manchados de preto circulam com baldes na mão. Paulo, um pescador local revela-nos um desejo: «Ao menos que esta porcaria não chegue a Portugal». As rádios galegas transmitem comunicados onde é dito que chegaram à Galiza mais de 3000 voluntários. Todavia, a falta de equipamentos impede muitos de trabalhar, o que suscita a indignação de Andrés, habitante de O Grove. «É uma vergonha. Tanta gente a querer trabalhar e nem sequer há meios. O que fazem os nossos governantes? Estão a caçar?», ironiza. As rádios galegas transmitem comunicados onde é dito que chegaram à Galiza mais de 3000 voluntários. Todavia, a falta de equipamentos impede muitos de trabalhar, o que suscita a indignação de Andrés, habitante de O Grove. «É uma vergonha. Tanta gente a querer trabalhar e nem sequer há meios. O que fazem os nossos governantes? Estão a caçar?», ironiza. A falta de organização e de informação são os mais fortes motivos de revolta. Todos os entrevistados pelo EXPRESSO dizem acreditar apenas nas informações dadas pelo Instituto Hidrográfico português. «Ao menos os portugueses estão a ser honestos. O Governo espanhol só tenta enganar-nos, como se fôssemos estúpidos», diz um marinheiro. A falta de organização e de informação são os mais fortes motivos de revolta. Todos os entrevistados pelo EXPRESSO dizem acreditar apenas nas informações dadas pelo Instituto Hidrográfico português. «Ao menos os portugueses estão a ser honestos. O Governo espanhol só tenta enganar-nos, como se fôssemos estúpidos», diz um marinheiro. «Quando vi as imagens da mancha negra na costa de Baiona, as lágrimas correram-me pela cara abaixo. Como é possível que isto tenha acontecido?», interroga-se José, proprietário de um café em O Grove. A cerca de 15 quilómetros de Baiona, várias manchas negras deram à costa. As rochas, envolvidas numa espessa massa negra são pisadas pelas botas sujas dos cerca de 40 voluntários que ali se encontram. À mão e com a ajuda de pás, os voluntários vão enchendo centenas de sacos e baldes que são depois despejados num camião. Entre os voluntários, encontra-se João Sousa, estudante de engenharia no Porto. «Quando soube da aflição desta gente que vive do mar, resolvi vir logo para aqui», conta. Apesar de a polícia local ter dito ao estudante existirem já voluntários suficientes, ele não desistiu: «Não percebi porque me quiseram afastar. Quando cheguei aqui, não estava quase ninguém. Mal me ofereci, deram-me logo umas botas, uma máscara e um fato. É claro que precisam de ajuda». «Quando vi as imagens da mancha negra na costa de Baiona, as lágrimas correram-me pela cara abaixo. Como é possível que isto tenha acontecido?», interroga-se José, proprietário de um café em O Grove. A cerca de 15 quilómetros de Baiona, várias manchas negras deram à costa. As rochas, envolvidas numa espessa massa negra são pisadas pelas botas sujas dos cerca de 40 voluntários que ali se encontram. À mão e com a ajuda de pás, os voluntários vão enchendo centenas de sacos e baldes que são depois despejados num camião. Entre os voluntários, encontra-se João Sousa, estudante de engenharia no Porto. «Quando soube da aflição desta gente que vive do mar, resolvi vir logo para aqui», conta. Apesar de a polícia local ter dito ao estudante existirem já voluntários suficientes, ele não desistiu: «Não percebi porque me quiseram afastar. Quando cheguei aqui, não estava quase ninguém. Mal me ofereci, deram-me logo umas botas, uma máscara e um fato. É claro que precisam de ajuda». A poucos quilómetros dali, em Caminha, as correntes e os fortes ventos dificultam a colocação de barreiras flutuantes no rio Minho. Em Moledo, elementos da Protecção Civil e dos bombeiros limpam a praia dos lixos trazidos pelo mar. Pequenas bolsas de fuelóleo já entraram na Zona Económica Exclusiva de Portugal. Mas os ventos mantêm-nas afastadas da costa. Pelo menos para já, é apenas uma ameaça. A poucos quilómetros dali, em Caminha, as correntes e os fortes ventos dificultam a colocação de barreiras flutuantes no rio Minho. Em Moledo, elementos da Protecção Civil e dos bombeiros limpam a praia dos lixos trazidos pelo mar. Pequenas bolsas de fuelóleo já entraram na Zona Económica Exclusiva de Portugal. Mas os ventos mantêm-nas afastadas da costa. Pelo menos para já, é apenas uma ameaça. 7 Dezembro 2002

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