Debaixo dos Arcos: E Porque não?!

02-07-2011
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Publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro... Cheira a Maresia! E porque não?! Atrevo-me, neste regresso, a “ressuscitar” um tema recente que já extravasou os limites aveirenses: o Estádio Municipal. Há poucas semanas, o Dr. Ulisses Pereira suscitou algum alarmismo em vários sectores aveirenses, colocando a hipótese de implodir o estádio municipal. Viria, poucos dias depois, a contextualizar aquela afirmação, demonstrando que esta seria uma solução, e não “a” solução (a única solução). Mas mais do que suscitar reflexão, debate e fundamentação de argumentações “prós e contras”, a maioria das pessoas resolveu ficar-se pela polémica, acendendo apenas, na maioria dos casos, ‘fantasmas’ e bandeiras político-partidários. Por outro lado, não tenho qualquer obrigação de subscrição, apoio ou subserviência para com o Dr. Ulisses Pereira. Conheço-o desde os meus tempos de início de carreira como treinador de basquetebol, no Clube do Povo de Esgueira. Conheço-o, com respeito e consideração. Tão só. E não creio que o Dr. Ulisses Pereira necessite do meu contributo de "patrocínio de advogado de defesa". Mas no que está em causa, não posso deixar de vir, publicamente, manifestar a minha total concordância. Até porque o tema - Estádio Municipal - para mim não é novo e, na generalidade, princípio e argumentação, estou perfeitamente de acordo, como aliás já o afirmei, publiquei e discuti em momentos vários: Aveiro só ganharia com o repensar da zona envolvente ao Estádio Municipal, do próprio estádio, da eventual recuperação do antigo estádio ou a construção de um estádio, mais pequeno, com menos encargos de manutenção e situado, por exemplo, junto ao Parque de Exposições (algo que sempre defendi antes da construção do estádio, em Taboeira). Custa mais ao erário público, ao desenvolvimento de Aveiro e ao futuro do Beira Mar manter o actual estado das coisas. Ao menos que se recupere algum do investimento despendido, enquanto é tempo e existirem alternativas. Alternativa que passaria por potenciar o espaço envolvente ao Parque Expo: rentabilizar exposições, acessibilidades, centralidades, espaço para estacionamento (por exemplo, coberto), maior atractividade comercial, cultural e lúdica. Parece-me um excelente espaço disponível para uma infra-estrutura que se enquadraria perfeitamente na envolvente e nos equipamentos já existentes. Podendo mesmo potenciar outros: piscinas, pavilhão, zona comercial e de lazer. Não faz sentido estar-se, em cada discussão suscitada, a acenar com fantasmas do passado: é muito discutível que, quem quer que estivesse no lugar do Dr. Alberto Souto, por questões políticas e de prestígio para Aveiro, não tivesse a tentação de construir um estádio para o Euro 2004. Aliás, como disse uma vez o Dr. Girão Pereira, face á sua experiência de autarca, quem estivesse no lugar de Presidente da Câmara, naquela realidade, tudo faria para que Aveiro fizesse parte do “mapa” do Euro 2004. O que poderia ter sido discutido era a sua localização e o projecto envolvente. E isso, sempre defendi noutro espaço, mais central e mais atractivo, como a baixa de Vilar (junto ao Parque de Exposições de Aveiro). A questão passa, agora, por sermos mais claros e consistentes. A zona delimitada pelo plano envolvente ao Estádio Municipal (designada por PDA), pode (e deve) continuar o seu processo natural. Nada o impede, mesmo sem a presença do estádio. Quanto a este, temos de ser realistas: não há condições financeiras que o sustentem. E há que, com coragem, equacionar todas as soluções. E uma delas passa, de facto, pela sua implosão. Nada é eterno ou insubstituível, na vida ou na sociedade! Algumas vozes dirão que se abrem portas à especulação, ao compadrio ou, até mesmo, à corrupção. Nunca percebi a lógica de que tudo o que tem a ver com edificado tem, necessariamente, de ser maquiavélico e negativo. Isso é uma visão redutora sobre o desenvolvimento e a urbanidade. Até porque nem tudo passa por uma alternativa de especulação imobiliária… para além da recuperação de algum do investimento e dos custos até agora dispendidos, há alternativas válidas para a ocupação daquele espaço. Por exemplo, fala-se da necessidade relevante de ser construído um novo Hospital. Como não me parecem ser evidentes os argumentos de que esses equipamentos devem ser construídos nos centros urbanos, parece-me uma perfeita alternativa a construção do novo Hospital de Aveiro naquele local (acessibilidades óptimas, espaço suficiente, localização interessante). Afinal, uma Implosão do Estádio Municipal até poderia significar uma Impulsão do novo Hospital de Aveiro.


Publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro... Cheira a Maresia! E porque não?! Atrevo-me, neste regresso, a “ressuscitar” um tema recente que já extravasou os limites aveirenses: o Estádio Municipal. Há poucas semanas, o Dr. Ulisses Pereira suscitou algum alarmismo em vários sectores aveirenses, colocando a hipótese de implodir o estádio municipal. Viria, poucos dias depois, a contextualizar aquela afirmação, demonstrando que esta seria uma solução, e não “a” solução (a única solução). Mas mais do que suscitar reflexão, debate e fundamentação de argumentações “prós e contras”, a maioria das pessoas resolveu ficar-se pela polémica, acendendo apenas, na maioria dos casos, ‘fantasmas’ e bandeiras político-partidários. Por outro lado, não tenho qualquer obrigação de subscrição, apoio ou subserviência para com o Dr. Ulisses Pereira. Conheço-o desde os meus tempos de início de carreira como treinador de basquetebol, no Clube do Povo de Esgueira. Conheço-o, com respeito e consideração. Tão só. E não creio que o Dr. Ulisses Pereira necessite do meu contributo de "patrocínio de advogado de defesa". Mas no que está em causa, não posso deixar de vir, publicamente, manifestar a minha total concordância. Até porque o tema - Estádio Municipal - para mim não é novo e, na generalidade, princípio e argumentação, estou perfeitamente de acordo, como aliás já o afirmei, publiquei e discuti em momentos vários: Aveiro só ganharia com o repensar da zona envolvente ao Estádio Municipal, do próprio estádio, da eventual recuperação do antigo estádio ou a construção de um estádio, mais pequeno, com menos encargos de manutenção e situado, por exemplo, junto ao Parque de Exposições (algo que sempre defendi antes da construção do estádio, em Taboeira). Custa mais ao erário público, ao desenvolvimento de Aveiro e ao futuro do Beira Mar manter o actual estado das coisas. Ao menos que se recupere algum do investimento despendido, enquanto é tempo e existirem alternativas. Alternativa que passaria por potenciar o espaço envolvente ao Parque Expo: rentabilizar exposições, acessibilidades, centralidades, espaço para estacionamento (por exemplo, coberto), maior atractividade comercial, cultural e lúdica. Parece-me um excelente espaço disponível para uma infra-estrutura que se enquadraria perfeitamente na envolvente e nos equipamentos já existentes. Podendo mesmo potenciar outros: piscinas, pavilhão, zona comercial e de lazer. Não faz sentido estar-se, em cada discussão suscitada, a acenar com fantasmas do passado: é muito discutível que, quem quer que estivesse no lugar do Dr. Alberto Souto, por questões políticas e de prestígio para Aveiro, não tivesse a tentação de construir um estádio para o Euro 2004. Aliás, como disse uma vez o Dr. Girão Pereira, face á sua experiência de autarca, quem estivesse no lugar de Presidente da Câmara, naquela realidade, tudo faria para que Aveiro fizesse parte do “mapa” do Euro 2004. O que poderia ter sido discutido era a sua localização e o projecto envolvente. E isso, sempre defendi noutro espaço, mais central e mais atractivo, como a baixa de Vilar (junto ao Parque de Exposições de Aveiro). A questão passa, agora, por sermos mais claros e consistentes. A zona delimitada pelo plano envolvente ao Estádio Municipal (designada por PDA), pode (e deve) continuar o seu processo natural. Nada o impede, mesmo sem a presença do estádio. Quanto a este, temos de ser realistas: não há condições financeiras que o sustentem. E há que, com coragem, equacionar todas as soluções. E uma delas passa, de facto, pela sua implosão. Nada é eterno ou insubstituível, na vida ou na sociedade! Algumas vozes dirão que se abrem portas à especulação, ao compadrio ou, até mesmo, à corrupção. Nunca percebi a lógica de que tudo o que tem a ver com edificado tem, necessariamente, de ser maquiavélico e negativo. Isso é uma visão redutora sobre o desenvolvimento e a urbanidade. Até porque nem tudo passa por uma alternativa de especulação imobiliária… para além da recuperação de algum do investimento e dos custos até agora dispendidos, há alternativas válidas para a ocupação daquele espaço. Por exemplo, fala-se da necessidade relevante de ser construído um novo Hospital. Como não me parecem ser evidentes os argumentos de que esses equipamentos devem ser construídos nos centros urbanos, parece-me uma perfeita alternativa a construção do novo Hospital de Aveiro naquele local (acessibilidades óptimas, espaço suficiente, localização interessante). Afinal, uma Implosão do Estádio Municipal até poderia significar uma Impulsão do novo Hospital de Aveiro.

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