conhecimento do inferno: Casamento

30-06-2011
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Foto: LusaDia oito de Janeiro do ano dois mil e dez - o ano dos cem anos da República Portuguesa - vai ficar na História como o dia em que a Assembleia da República aprovou a alteração ao Código Civil que permite que o casamento deixe de estar reservado a pessoa de sexos opostos."Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida".Eu estive na Assembleia. Não podia deixar de estar. Mesmo que tenha ido para ouvir os argumentos mais reles contra o casamento homossexual. Mesmo que tenha ido para ouvir Teresa Morais jurar a pés juntos que o casamento é entre um homem e uma mulher. Mesmo que tenha ido para ver Isilda Pegado deitar um último olhar ao hemiciclo antes de virar costas - como consolo ela pôde ver, no mesmo dia em que uma lei que previa o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovada, duas outras que previam a mesma coisa serem rejeitadas. Podia ter ido lá apenas para ver o casal (heterossexual) sentado à minha frente abanar a cabeça desagradado. Ou para ver esse casal sentado ao lado de um casal de lésbicas (por acaso vestidas de vermelho da cabeça aos pés). Isso bastaria. Mas fui para ver o momento em que as criaturas eleitas pelos Portugueses se levantaram - como há muito o não faziam - para realmente mudar a vida de alguém para melhor. Era disso que se tratava. Entregar às pessoas instrumentos para construírem a sua felicidade, sem terem que perguntar ao vizinho se têm permissão para isso. Tratou-se tão somente de dizer que todos os Portugueses são - também eles - livres e iguais em dignidade e direitos. E que o facto de uns serem diferentes dos outros não os torna menos livres nem menos iguais. Torna-os mais diversos. É nessa diversidade, nessa liberdade e nesse respeito pelo outro que todos queremos viver. Hoje foi dado mais um passo. Um grande passo, diga-se. Os outros não tardarão...


Foto: LusaDia oito de Janeiro do ano dois mil e dez - o ano dos cem anos da República Portuguesa - vai ficar na História como o dia em que a Assembleia da República aprovou a alteração ao Código Civil que permite que o casamento deixe de estar reservado a pessoa de sexos opostos."Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida".Eu estive na Assembleia. Não podia deixar de estar. Mesmo que tenha ido para ouvir os argumentos mais reles contra o casamento homossexual. Mesmo que tenha ido para ouvir Teresa Morais jurar a pés juntos que o casamento é entre um homem e uma mulher. Mesmo que tenha ido para ver Isilda Pegado deitar um último olhar ao hemiciclo antes de virar costas - como consolo ela pôde ver, no mesmo dia em que uma lei que previa o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovada, duas outras que previam a mesma coisa serem rejeitadas. Podia ter ido lá apenas para ver o casal (heterossexual) sentado à minha frente abanar a cabeça desagradado. Ou para ver esse casal sentado ao lado de um casal de lésbicas (por acaso vestidas de vermelho da cabeça aos pés). Isso bastaria. Mas fui para ver o momento em que as criaturas eleitas pelos Portugueses se levantaram - como há muito o não faziam - para realmente mudar a vida de alguém para melhor. Era disso que se tratava. Entregar às pessoas instrumentos para construírem a sua felicidade, sem terem que perguntar ao vizinho se têm permissão para isso. Tratou-se tão somente de dizer que todos os Portugueses são - também eles - livres e iguais em dignidade e direitos. E que o facto de uns serem diferentes dos outros não os torna menos livres nem menos iguais. Torna-os mais diversos. É nessa diversidade, nessa liberdade e nesse respeito pelo outro que todos queremos viver. Hoje foi dado mais um passo. Um grande passo, diga-se. Os outros não tardarão...

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