Licenciosidades: Liberalismo em Portugal 1

21-01-2012
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Há grande hesitação entre os liberais portugueses na escolha de um partido que possa incorporar o discurso e as medidas liberais que propugnam. O PP tem sido, a esse respeito, uma desilusão. Passado o moderado entusiasmo com a moção apresentada pela facção de João Almeida, logo esfriado com o discurso de um voluntarismo inane do seu protagonista, falta quem possa assumir o papel de protagonista de um projecto mais próximo do liberalismo no panorama político do país. A hesitação não transpira apenas na escolha de apoiar X ou Z, mas na própria ideia de que é necessário escolher. Dir-se-ia que alguns liberais acreditam que as reformas liberais caem do céu, assente que está nos seus espíritos a ideia de que o liberalismo é incompatível com o poder. Há, pois, uma sensação de vazio que urge combater.O quadro presente é difícil: no PP, por exemplo, não se vê quem possa corporizar o projecto, tendo em conta que Pires de Lima anda entretido a desbaratar todo o seu capital político com declarações, no mínimo, parvas e que Telmo Correia não pode deixar de ser afectado pela derrota inesperada e humilhante no Congresso anterior a este. Resta que Ribeiro e Castro não parece disposto a perder o lugar no PE, nem impressiona a bancada parlamentar; Nogueira Pinto já não vai a tempo de inverter um discurso inspirado na doutrina social da Igreja e Portas, o mais brilhante de todos, tem contra si um passado esquizofrénico de utilização reiterada de puras estratégias de sobrevivência política.Já no partido social-democrata, o actual líder consegue ser mais socialista que o primeiro-ministro socialista e a presença de um social-democrata na Presidência inibirá nos próximos tempos a corporização de uma alternativa liberal a Marques Mendes. Nem António Borges, com a sua reduzida experiência de vida política e falta de vontade para arriscar a vitória dentro do partido, terá condições para tal.A solução tem de ser diferente.


Há grande hesitação entre os liberais portugueses na escolha de um partido que possa incorporar o discurso e as medidas liberais que propugnam. O PP tem sido, a esse respeito, uma desilusão. Passado o moderado entusiasmo com a moção apresentada pela facção de João Almeida, logo esfriado com o discurso de um voluntarismo inane do seu protagonista, falta quem possa assumir o papel de protagonista de um projecto mais próximo do liberalismo no panorama político do país. A hesitação não transpira apenas na escolha de apoiar X ou Z, mas na própria ideia de que é necessário escolher. Dir-se-ia que alguns liberais acreditam que as reformas liberais caem do céu, assente que está nos seus espíritos a ideia de que o liberalismo é incompatível com o poder. Há, pois, uma sensação de vazio que urge combater.O quadro presente é difícil: no PP, por exemplo, não se vê quem possa corporizar o projecto, tendo em conta que Pires de Lima anda entretido a desbaratar todo o seu capital político com declarações, no mínimo, parvas e que Telmo Correia não pode deixar de ser afectado pela derrota inesperada e humilhante no Congresso anterior a este. Resta que Ribeiro e Castro não parece disposto a perder o lugar no PE, nem impressiona a bancada parlamentar; Nogueira Pinto já não vai a tempo de inverter um discurso inspirado na doutrina social da Igreja e Portas, o mais brilhante de todos, tem contra si um passado esquizofrénico de utilização reiterada de puras estratégias de sobrevivência política.Já no partido social-democrata, o actual líder consegue ser mais socialista que o primeiro-ministro socialista e a presença de um social-democrata na Presidência inibirá nos próximos tempos a corporização de uma alternativa liberal a Marques Mendes. Nem António Borges, com a sua reduzida experiência de vida política e falta de vontade para arriscar a vitória dentro do partido, terá condições para tal.A solução tem de ser diferente.

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