Tinha acendido só o candeeiro da mesa de cabeceira. De pé, frente à grande vidraça do apartamento, no 4º andar, sem saber porquê, olhava o meu reflexo lá fora, na noite, muito direito entre duas filas de prédios. Curiosamente os seus pés firmavam-se no corrimão duma varanda.Dei um passo em frente, o reflexo avançou também. Bruscamente, recueei; ouço um leve ruído, depois um grito, quase imperceptíveis, como que abafados por um vidro.E vejo o meu reflexo perder o equilíbrio, vacilar e, pesadamente, cair de costas no vazio.STERNBERG, Jacques, "Duzentos e Setenta Contos de Arrepiar", Arcádia, Lisboa, 1977, p.29
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Tinha acendido só o candeeiro da mesa de cabeceira. De pé, frente à grande vidraça do apartamento, no 4º andar, sem saber porquê, olhava o meu reflexo lá fora, na noite, muito direito entre duas filas de prédios. Curiosamente os seus pés firmavam-se no corrimão duma varanda.Dei um passo em frente, o reflexo avançou também. Bruscamente, recueei; ouço um leve ruído, depois um grito, quase imperceptíveis, como que abafados por um vidro.E vejo o meu reflexo perder o equilíbrio, vacilar e, pesadamente, cair de costas no vazio.STERNBERG, Jacques, "Duzentos e Setenta Contos de Arrepiar", Arcádia, Lisboa, 1977, p.29