Francisco Louçã acusou a REN (Rede Eléctrica Nacional) de actuar “como se o país não tivesse nem rei nem roque”. “Impõe, não pergunta, decide tudo em nome da desvantagem da maioria das pessoas e em vantagem de um negócio", referiu aquele deputado.O dirigente do Bloco de Esquerda propôs mesmo que os cabos eléctricos de alta tensão passassem a ser enterrados.Curiosamente, fê-lo em pleno Vale do Ave, numa zona onde as preocupações da maior parte da população passam mais pelo fim do mês que propriamente o enterrar de fios eléctricos.Eu, por acaso, na rua onde moro tenho-os todos enterrados e posso asseverar que, pelo menos, a estética sai beneficiada.Bem, mas quem também deve ter tido uma enorme vontade de se submergir ou enfiar no primeiro buraco que lhe aparecesse pela frente foi Mário Lino.O homem só não terá tido uma apoplexia porque sendo-se ministro consegue-se, quase sempre, acesso fácil àquilo que os jornais vão dar à estampa.Um dos semanários de referência agigantava-se com a notícia que o Tribunal de Contas desancava o ministro das Obras Públicas de alto a baixo por causa das contas às Estradas de Portugal.Dois mil e 500 milhões de euros de compromissos assumidos por ajuste directo;700 milhões pedidos à banca;mil milhões (mais coisa, menos coisa) gastos em expropriações.Eram estes os números da tormenta.“Os proveitos da empresa deixaram de ser suficientes para fazer face aos custos";“A situação económica e financeira da EP é preocupante, já que esta empresa não exerce nenhuma actividade geradora de proveitos, dependendo, na sua totalidade, dos subsídios atribuidos pelo Estado”;“Estes subsídios têm sido insuficientes para fazer face aos investimentos, pelo que tem sido necessário o recurso ao endividamento”.Seriam frases dadas à estampa no relatório do Tribunal de Contas, de acordo com o semanário “Sol”.Fosse comigo e espirrava o café todo!Mas o nosso homem não é de se apoquentar com pouca coisa, por sinal.Aliás, já o demonstrara ao afirmar que iria praticamente ignorar o calhamaço que a CIP lhe fizera chegar por causa dos aeroportos.“Vou-lhe dar uma vista de olhos”, afiançou.É que, disse, ao Ministério chegam muitos relatórios e papéis diários… temo que, se o homem der uma vista de olhos a todos, qualquer dia assine a sua demissão sem dar por ela!Bem, certo é que o nosso homem explicou tudo e sossegou a Nação garantindo que tudo ia no bom caminho graças à progressiva adopção de novos critérios contabilísticos na empresa.Eu fico desconfiado que o que eles estão a fazer é como aquelas criadas dos filmes que, varrendo a sala, levantavam o tapete e enfiavam o lixo lá para debaixo.Eu quando ouço falar em critérios contabilísticos, fico assim meio cismado… não sei porquê…E logo me lembrei que, afinal, o nosso Mário Lino sabia tudo e tudo havia previsto.Vocês lembram-se de em tempos não muito idos se ter para aí falado numa taxa ou tributo ou imposto que iria ou poderia incidir sobre qualquer automobilista que circulasse nas estradas nacionais?Pois, é esse o tal critério contabilístico…Não sei é que contas irão ser feitas, mas temo o pior pela minha carteira…
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Francisco Louçã acusou a REN (Rede Eléctrica Nacional) de actuar “como se o país não tivesse nem rei nem roque”. “Impõe, não pergunta, decide tudo em nome da desvantagem da maioria das pessoas e em vantagem de um negócio", referiu aquele deputado.O dirigente do Bloco de Esquerda propôs mesmo que os cabos eléctricos de alta tensão passassem a ser enterrados.Curiosamente, fê-lo em pleno Vale do Ave, numa zona onde as preocupações da maior parte da população passam mais pelo fim do mês que propriamente o enterrar de fios eléctricos.Eu, por acaso, na rua onde moro tenho-os todos enterrados e posso asseverar que, pelo menos, a estética sai beneficiada.Bem, mas quem também deve ter tido uma enorme vontade de se submergir ou enfiar no primeiro buraco que lhe aparecesse pela frente foi Mário Lino.O homem só não terá tido uma apoplexia porque sendo-se ministro consegue-se, quase sempre, acesso fácil àquilo que os jornais vão dar à estampa.Um dos semanários de referência agigantava-se com a notícia que o Tribunal de Contas desancava o ministro das Obras Públicas de alto a baixo por causa das contas às Estradas de Portugal.Dois mil e 500 milhões de euros de compromissos assumidos por ajuste directo;700 milhões pedidos à banca;mil milhões (mais coisa, menos coisa) gastos em expropriações.Eram estes os números da tormenta.“Os proveitos da empresa deixaram de ser suficientes para fazer face aos custos";“A situação económica e financeira da EP é preocupante, já que esta empresa não exerce nenhuma actividade geradora de proveitos, dependendo, na sua totalidade, dos subsídios atribuidos pelo Estado”;“Estes subsídios têm sido insuficientes para fazer face aos investimentos, pelo que tem sido necessário o recurso ao endividamento”.Seriam frases dadas à estampa no relatório do Tribunal de Contas, de acordo com o semanário “Sol”.Fosse comigo e espirrava o café todo!Mas o nosso homem não é de se apoquentar com pouca coisa, por sinal.Aliás, já o demonstrara ao afirmar que iria praticamente ignorar o calhamaço que a CIP lhe fizera chegar por causa dos aeroportos.“Vou-lhe dar uma vista de olhos”, afiançou.É que, disse, ao Ministério chegam muitos relatórios e papéis diários… temo que, se o homem der uma vista de olhos a todos, qualquer dia assine a sua demissão sem dar por ela!Bem, certo é que o nosso homem explicou tudo e sossegou a Nação garantindo que tudo ia no bom caminho graças à progressiva adopção de novos critérios contabilísticos na empresa.Eu fico desconfiado que o que eles estão a fazer é como aquelas criadas dos filmes que, varrendo a sala, levantavam o tapete e enfiavam o lixo lá para debaixo.Eu quando ouço falar em critérios contabilísticos, fico assim meio cismado… não sei porquê…E logo me lembrei que, afinal, o nosso Mário Lino sabia tudo e tudo havia previsto.Vocês lembram-se de em tempos não muito idos se ter para aí falado numa taxa ou tributo ou imposto que iria ou poderia incidir sobre qualquer automobilista que circulasse nas estradas nacionais?Pois, é esse o tal critério contabilístico…Não sei é que contas irão ser feitas, mas temo o pior pela minha carteira…