Disco A1: Paulo Gonzo

09-11-2013
marcar artigo

Publicado: 10h44m, 14 Jun. 2010 | Actualizado: 06h28m, 22 Jun. 2010

Oiça aqui a entrevista de Ana Sofia Carvalhêda a Paulo Gonzo.

Os grandes clássicos da soul music interpretados por Paulo Gonzo num disco Antena 1!

"By Request" foi gravado e produzido em Lisboa e Nova Iorque, por Cindy Blackman (baterista de Lenny Kravitz) e Jack Daley!

VIDEO DE "THAT'S LIFE"

MAKING OF DE "BY REQUEST"

ALINHAMENTO (Cd; Digital):

1. That's Life

2. Hard Times

3. Mustang Sally

4. Love Man

5. These Arms Of Mine

6. Midnight Hour

7. Bring It On Home To Me

8. Just the Way You Are

9. Let's Get In On

10. Let's Stick Together

11. How Do You Stop

12. Try A Little Tenderness

*****

"By Request" representa o regresso às origens de Paulo Gonzo. Um regresso ao Soul e aos Blues, influência que o artista sempre assumiu, desde os primórdios na Go Graal Blues Band.

Gravado em Nova Iorque, no estúdio Mission Sound Recording (www.missionsoundrecording.com), em Brooklyn (onde já gravaram os Arctic Monkeys, Animal Collective e The National, entre muitos outros), em "By Request" Paulo Gonzo rodeou-se de uma dupla de produtores (Cindy Blackman/Jack Daley) e de um conjunto de excelentes músicos que, aliados à sua voz, nos oferecem um dos mais notáveis discos do ano!

Cindy Blackman (www.myspace.com/cindyblackmanmusic), baterista com formação de jazz (vários discos a solo editados), conhecida pelo seu trabalho com Lenny Kravitz e também colaboradora habitual de grandes nomes da música, como é o caso de Joss Stone, George Benson ou Santana, que para além da produção é também responsável pela bateria e percussões de "By Request".

Jack Daley (www.myspace.com/jackpdaley), durante 15 anos músico de Lenny Kravitz, é um dos mais consagrados músicos de estúdio da actualidade; de entre os artistas com quem colaborou podemos encontrar Joss Stone, Michael Jackson, Janet Jackson, Queen Latifah, the Lighthouse Family, Beyoncé, Avril Lavigne, Des'ree, Chaka Khan, Daryl Hall, The Temptations, Jason Mraz, Rob Thomas, Leona Lewis, Iggy Pop, James Brown, Bo Diddley, Jay-Z ou Mick Jagger, entre muitos outros. Além de produtor Jack é também o baixista em "By Request".

Em Lisboa, onde se fez a pré-produção e gravação de alguns dos instrumentos que podemos escutar neste disco, Paulo Gonzo teve ao seu lado os amigos e colaboradores habituais, Rui Fingers e Thierry Borges - Guitarras, Rui Barreto - teclados, Patrícia Silveira e Patrícia Antunes - coros, Náná Sousa Dias - Saxofone, Tomás Pimentel, Edgar Caramelo, Luís Cunha - Metais, NafNaf String Quartet e Carlos Lopes, no acordeão, Beto Garcia - bateria, Luciano Barros - baixo, Paulo Sérgio - piano.

Em Nova Iorque, para além da participação de Cindy Blackman (Bateria) e Jack Daley (Baixo), juntaram-se a Paulo Gonzo a fabulosa dupla de coros composta por Greg Clark (George Michael, Bobby McFerrin, Michael Jackson, Oleta Adams, R. Kelly, Queen Latifah, Celine Dion) e Sharlotte Gibson (Michael Bublé, Christina Aguilera, Whitney Houston, Anastacia, Randy Jackson).

No piano e teclas (wurlitzer,b3) Paulo Gonzo pôde contar com Ray Angry, Produtor, compositor músico habitual em trabalhos de The Roots, Joss Stone, Queen Latifah, entre muitos outros.

Guitarras - Kat Dyson e Paul Pesco

Kat (www.katdyson.com) é a guitarrista que conhecemos de Prince and The New Power Generation; ao longo do seu percurso tocou com Buddy Guy, BB King, Ben E. King, Carlos Santana, Smokey Robinson, UB40, Bo Diddle, Etta James, Stevie Wonder, Celine Dion, , Chaka Khan, Cyndi Lauper, Natalie Cole, Ziggy Marley, Patti Labelle, Keb Mo, George Clinton and the P Funk All Stars.

Paul Pesco (www.myspace.com/paulpescomusic) é o incontornável guitarrista em "Lucky Star" ou "Burning Up" do primeiro disco de Madonna, com quem podemos ver tocar em tour ou no mítico "Live Aid". Paul tocou e gravou ainda com Annie Lennox, Steve Winwood, Chaka Kahn, Hall and Oates, Whitney Houston, George Benson, Joan Baez, Al Green, Celine Dion, Mary J.Blige.

"By Request" conta ainda com o naipe de metais Michael Davis - trombone, CJ Camerieri - trompete, liderado e arranjado por Andy Snitzer (www.andysnitzer.com) - saxofone tenor e barítono, colaborador habitual de The Rolling Stones, Simon and Garfunkel ou Bon jovi, o saxofone de Andy pode ser escutado também em gravações com Bob Dylan, Eric Clapton, Dusty Springfield, George Michael, Al Green, Bette Midler, Aretha Franklin entre muitos outros.

*****

Paulo Gonzo.

By Request.

"Estava escrito. Paulo Gonzo devia este disco aos que, reconhecendo as suas canções e exaltando sempre os seus dotes de intérprete, sabiam que ele chegaria, exactamente assim. Um trabalho de amor, capaz de devolver o cantor à maior das suas paixões - o soul, os blues, o rhythm'n'blues, sempre de recorte clássico e de horizontes a perder de vista, aqueles que fazem justiça a uma voz como não temos outra desta escola. Um mimo em que todos os pormenores - do reportório traçado aos músicos envolvidos, dos arranjos "feitos à mão" aos desafios lançados a memórias enormes - corressem a favor de quem, ao longo de uma carreira sem falhas, nunca se escondeu atrás das modas nem deixou morrer este sonho. Um encontro de personalidades que, pela diversidade e pela intensidade dos currículos, permite a intensidade dos especialistas e a fluência própria dos diletantes. Uma celebração, "revista e aumentada", de canções que fazem parte do melhor património popular e de que Paulo Gonzo se torna, concluída com absoluta distinção esta prova oral, um legítimo herdeiro. Ou mais do que isso: um membro de pleno direito da "sagrada família". De Otis Redding a Marvin Gaye, de James Brown a Wilson Pickett, de Frank Sinatra ao melhor Billy Joel, apetece dizer que estão cá todos.

Vamos ver se nos entendemos: este namoro, publicamente iniciado nos tempos da Go Graal Blues Band (ainda há quem se lembre, é verdade...), localizada lá atrás, na década de setenta do século passado, não pressupõe qualquer infidelidade ao que se associa instintivamente a Paulo Gonzo - Jardins Proibidos, Pedras da Calçada, Acordar, Leve Beijo Triste, Tiro À Queima-Roupa, Dei-te Quase Tudo, Pagava Para Ver, Ser Suspeito, Falamos Depois, Sei-te de Cor e tudo o mais que orgulhosamente cantou em Português, sem abdicar do ritmo e do balanço que o levaram tantas vezes a reinventar e a aprimorar estes e outros hinos. Acontece que a escola de Gonzo não só permitia como pedia mais, algo que o levasse a deixar uma impressão digital, singular e inconfundível num território em que, a bem das artes, nada se perde e nada se esgota, mas tudo se transforma. Faz lembrar o velho anúncio: "Há sempre lugar para mais um". Isto desde que, como é óbvio, não venha estragar a dimensão planetária que, por paradoxo, é também sinónimo de uma dimensão reservada. Cada uma destas canções - e são doze, como os Apóstolos, como os meses do ano, como os trabalhos de Hércules, como as divisões do relógio, como os signos do Zodíaco - é uma obra-prima.

No conjunto, coerente e magnético, estendem-se por mais de 50 anos: a mais antiga, Try A Little Tenderness, foi originalmente gravada a 8 de Dezembro de 1932, antes de passar pela voz de Bing Crosby para se fixar como um dos cartões de visita da meteórica discografia de Otis Redding. A mais recente, How Do You Stop, é de 1986 e ganhou o seu lugar naquele que foi, porventura, o último grande disco registado por James Brown, Gravity. Com estes dois parâmetros, percebe-se a imensidão, o carácter ciclópico do trabalho de recolha e escolha a que Paulo Gonzo se dedicou - só o tema de abertura, That's Life, escrito por Dean Kay e Kelly Gordon e estreado pela voz de Frank Sinatra, justificaria um texto próprio e autónomo, tanto mais que andou de mão em mão pelas gravações e pelos espectáculos de Della Reese, Aretha Franklin, dos Tempations, Shirley Bassey, James Brown (outra vez), Tony Clifton, David Lee Roth, Van Morrison, The Bluetones, Westlife, Michael Bolton, Michael Bublé e Russell Watson, antes de chegar ao legítimo usufruto de Paulo Gonzo. Fica-se com a noção do desafio que se lhe colocou, sobretudo se pensarmos que o nosso cavaleiro quis apostar todos os trunfos numa só jogada - e já se sabia que estaria cercado por ases.

Basta ensaiar uma revista ao extraordinário naipe que aqui se congrega e que Gonzo soube pôr ao serviço da causa: Hard Times, à beira de se tornar cinquentenário, vem do apogeu de Ray Charles; Mustang Sally, assim rebaptizada pela grande Aretha Franklin, acabou por se tornar notada na voz de Wilson Pickett; Love Man, editada já em 1967, faz parte do fabuloso espólio que sobreviveu à vida fugaz de Otis Redding o mesmo que, antes, em 1962, escrevera e gravara These Arms; In The Midnight Hour, de Pickett e Steve Cropper em 1966, é um dos hinos eternos da música soul e também foi viajando através das gerações, chegando, por exemplo, aos Roxy Music; Bring It On Home convoca - com outro original de 1962 - outro dos guerreiros imortais deste exército swingante, o enorme Sam Cooke; Just The Way You Are, de 1977, é, sem margem de erro, o ex-libris de Billy Joel e assim se explica que tenha passado pelas gargantas fundas de Sinatra e de Ray Charles, entre muitas outras; Let's Get It On, de 1973, chega em linha directa das criações de Marvin Gaye; por fim, Let's Stick Together, escrita em 1959 por Wilbert Harrison, foi acelerada até à condição de arma de arremesso pelos Canned Heat (que lhe mudaram o título) e pelo Senhor Charme, Bryan Ferry.

É verdade que muitos dos nomes que indirectamente são abordados pertencem a mortos - Sinatra, Charles, Redding, Brown, Gaye, Pickett. O que valoriza ainda mais a circunstância de este ser um daqueles álbuns sem fantasmas, sem tributos nem reverências: com as suas influências dispersas pelos melhores professores, Paulo Gonzo sabe que a melhor forma de homenagear figuras deste calibre é deixar escorrer para as canções a autenticidade de quem está, de uma vez por todas, nas melhores condições para somar a alma à técnica, o impulso à regra, o sentimento ao conhecimento do que está em causa a cada verso, a cada inflexão, a cada justa fuga à métrica, a cada aplicação correcta do tempo. Por tudo isto, é correcto dizer-se que By Request chega no tempo perfeito, ombreado pelo entusiasmo de sempre mas também por uma vivência em que os anos de palco são aliados. De resto, quem tiver andado atento ao percurso do cantor facilmente anota ensaios preparatórios espalhados pelo caminho: These Foolish Things em Suspeito, Georgia On My Mind no Unplugged, Honest, I Do e Bright Lights, Big City em Paulo Gonzo, Mr. Pitiful no Ao Vivo No Coliseu. A diferença é que, para este andamento (um allegro vivace, dir-se-ia), o pormenor passa a ser o essencial, a base.

Sejamos honestos: uma proposta destas dificilmente poderia cumprir-se com tal verdade e consequência sem aliados poderosos. Assim, é fácil perceber que, depois de uma fase de pré-produção em Lisboa - com contributos de Rui Fingers, Thierry Borges, Rui Barreto, Patrícia Silveira, Patrícia Antunes, Náná Sousa Dias, Tomás Pimentel, Edgar Caramelo, Luís Cunha, NafNaf String Quartet, Carlos Lopes no acordeão, Beto Garcia na bateria, Luciano Barros no baixo e Paulo Sérgio no piano -, o rumo tenha seguido as coordenadas de Nova Iorque ao encontro de novas cumplicidades. Não será por acaso que, ciente da importância do trabalho de alicerces, Paulo Gonzo tenha entregue a produção do álbum a uma dupla de expoentes na secção rítmica: a baterista Cindy Blackman, mais conhecida por cá através da sua ligação musical a Lenny Kravitz mas com uma larga quilometragem ao serviço do jazz e ainda presença em trabalhos de gente tão diferente como Joss Stone, George Benson ou Carlos Santana, e o baixista Jack Daley, também ele com profunda presença no caminho de Kravitz e com talentos espalhados por registos de Joss Stone, Michael Jackson, Janet Jackson, Queen Latifah, Beyoncé, Avril Lavigne, Des'ree, Chaka Khan, Daryl Hall, The Temptations, Jason Mraz, Leona Lewis, Iggy Pop, James Brown, Bo Diddley, Jay-Z ou Mick Jagger.

São eles os comandantes sonoros de By Request, actuando também como os distribuidores de jogo - na bateria e no baixo. E terá sido decisivo o contributo para a constituição do alinhamento artístico: os coros estão entregues a Greg Clark (George Michael, Bobby McFerrin, Michael Jackson, Oleta Adams, R. Kelly, Queen Latifah, Celine Dion) e Sharlotte Gibson (Michael Bublé, Christina Aguilera, Whitney Houston, Anastacia, Randy Jackson). No piano e nas teclas, entram em cena as mãos mágicas de

Ray Angry (The Roots, Joss Stone, Queen Latifah). As guitarras estão repartidas mpor Kat (Prince, Buddy Guy, BB King, Ben E. King, Carlos Santana, Smokey Robinson, UB40, Bo Diddle, Etta James, Stevie Wonder, Celine Dion, , Chaka Khan, Cyndi Lauper, Natalie Cole, Ziggy Marley, Patti Labelle, George Clinton) e Paul Pesco (que se ocupou das seis cordas eléctricas em Lucky Star ou Burning Up, do primeiro disco de Madonna, e que tocou e/ou gravou com Annie Lennox, Steve Winwood, Chaka Kahn, Hall and Oates, Whitney Houston, George Benson, Joan Baez, Al Green, Celine Dion, Mary J.Blige). Falta referir o naipe de metais, liderado pelo saxofonista Andy Snitzer e integrado por Michael Davis, no trombone, e CJ Camerieri, no trompete.

À equipa de luxo, é preciso acrescentar ainda o cenário da gravação - o estúdio Mission Sound Recording, de Nova Iorque, onde já trabalharam os Arctic Monkeys, os Animal Collective ou os The National. Contas feitas, era preciso que este casamento de Gonzo com a soul - que sempre foi o grande amor da sua vida - decorresse numa cerimónia plena, sem falhas, deixando à voz e às canções a última palavra. Sem estar preso a cartilhas mas sem deslizar para disparates, o disco é verdadeiramente extraordinário, até porque se compreende que Paulo Gonzo não pretendeu desperdiçar energias em estéreis duelos com as - notáveis - lembranças que as canções já trazem nas respectivas bagagens. Pelo contrário: quis e conseguiu fazer justiça à grandeza duradoura de uma paixão, soltando-se até alcançar pontos onde, mau grado o muito que já tinha feito, nunca tinha chegado, com tanta desenvoltura e tanto envolvimento. Estava escrito. Paulo Gonzo devia este disco - que começa com "vida" (That's Life) e acaba com "ternura" (Try A Little Tenderness), numa viagem perfeita mas que permite e acolhe a presença de quem a segue - sobretudo a si próprio. Agora, sobretudo pela excelência que se respira em mais de 50 minutos da melhor música, ganha-se a certeza de que não fica a dever nada a ninguém."

João Gobern

Links:

Site oficial Paulo Gonzo: www.paulogonzo.net

Myspace: www.myspace.com/paulogonzo

Publicado: 10h44m, 14 Jun. 2010 | Actualizado: 06h28m, 22 Jun. 2010

Oiça aqui a entrevista de Ana Sofia Carvalhêda a Paulo Gonzo.

Os grandes clássicos da soul music interpretados por Paulo Gonzo num disco Antena 1!

"By Request" foi gravado e produzido em Lisboa e Nova Iorque, por Cindy Blackman (baterista de Lenny Kravitz) e Jack Daley!

VIDEO DE "THAT'S LIFE"

MAKING OF DE "BY REQUEST"

ALINHAMENTO (Cd; Digital):

1. That's Life

2. Hard Times

3. Mustang Sally

4. Love Man

5. These Arms Of Mine

6. Midnight Hour

7. Bring It On Home To Me

8. Just the Way You Are

9. Let's Get In On

10. Let's Stick Together

11. How Do You Stop

12. Try A Little Tenderness

*****

"By Request" representa o regresso às origens de Paulo Gonzo. Um regresso ao Soul e aos Blues, influência que o artista sempre assumiu, desde os primórdios na Go Graal Blues Band.

Gravado em Nova Iorque, no estúdio Mission Sound Recording (www.missionsoundrecording.com), em Brooklyn (onde já gravaram os Arctic Monkeys, Animal Collective e The National, entre muitos outros), em "By Request" Paulo Gonzo rodeou-se de uma dupla de produtores (Cindy Blackman/Jack Daley) e de um conjunto de excelentes músicos que, aliados à sua voz, nos oferecem um dos mais notáveis discos do ano!

Cindy Blackman (www.myspace.com/cindyblackmanmusic), baterista com formação de jazz (vários discos a solo editados), conhecida pelo seu trabalho com Lenny Kravitz e também colaboradora habitual de grandes nomes da música, como é o caso de Joss Stone, George Benson ou Santana, que para além da produção é também responsável pela bateria e percussões de "By Request".

Jack Daley (www.myspace.com/jackpdaley), durante 15 anos músico de Lenny Kravitz, é um dos mais consagrados músicos de estúdio da actualidade; de entre os artistas com quem colaborou podemos encontrar Joss Stone, Michael Jackson, Janet Jackson, Queen Latifah, the Lighthouse Family, Beyoncé, Avril Lavigne, Des'ree, Chaka Khan, Daryl Hall, The Temptations, Jason Mraz, Rob Thomas, Leona Lewis, Iggy Pop, James Brown, Bo Diddley, Jay-Z ou Mick Jagger, entre muitos outros. Além de produtor Jack é também o baixista em "By Request".

Em Lisboa, onde se fez a pré-produção e gravação de alguns dos instrumentos que podemos escutar neste disco, Paulo Gonzo teve ao seu lado os amigos e colaboradores habituais, Rui Fingers e Thierry Borges - Guitarras, Rui Barreto - teclados, Patrícia Silveira e Patrícia Antunes - coros, Náná Sousa Dias - Saxofone, Tomás Pimentel, Edgar Caramelo, Luís Cunha - Metais, NafNaf String Quartet e Carlos Lopes, no acordeão, Beto Garcia - bateria, Luciano Barros - baixo, Paulo Sérgio - piano.

Em Nova Iorque, para além da participação de Cindy Blackman (Bateria) e Jack Daley (Baixo), juntaram-se a Paulo Gonzo a fabulosa dupla de coros composta por Greg Clark (George Michael, Bobby McFerrin, Michael Jackson, Oleta Adams, R. Kelly, Queen Latifah, Celine Dion) e Sharlotte Gibson (Michael Bublé, Christina Aguilera, Whitney Houston, Anastacia, Randy Jackson).

No piano e teclas (wurlitzer,b3) Paulo Gonzo pôde contar com Ray Angry, Produtor, compositor músico habitual em trabalhos de The Roots, Joss Stone, Queen Latifah, entre muitos outros.

Guitarras - Kat Dyson e Paul Pesco

Kat (www.katdyson.com) é a guitarrista que conhecemos de Prince and The New Power Generation; ao longo do seu percurso tocou com Buddy Guy, BB King, Ben E. King, Carlos Santana, Smokey Robinson, UB40, Bo Diddle, Etta James, Stevie Wonder, Celine Dion, , Chaka Khan, Cyndi Lauper, Natalie Cole, Ziggy Marley, Patti Labelle, Keb Mo, George Clinton and the P Funk All Stars.

Paul Pesco (www.myspace.com/paulpescomusic) é o incontornável guitarrista em "Lucky Star" ou "Burning Up" do primeiro disco de Madonna, com quem podemos ver tocar em tour ou no mítico "Live Aid". Paul tocou e gravou ainda com Annie Lennox, Steve Winwood, Chaka Kahn, Hall and Oates, Whitney Houston, George Benson, Joan Baez, Al Green, Celine Dion, Mary J.Blige.

"By Request" conta ainda com o naipe de metais Michael Davis - trombone, CJ Camerieri - trompete, liderado e arranjado por Andy Snitzer (www.andysnitzer.com) - saxofone tenor e barítono, colaborador habitual de The Rolling Stones, Simon and Garfunkel ou Bon jovi, o saxofone de Andy pode ser escutado também em gravações com Bob Dylan, Eric Clapton, Dusty Springfield, George Michael, Al Green, Bette Midler, Aretha Franklin entre muitos outros.

*****

Paulo Gonzo.

By Request.

"Estava escrito. Paulo Gonzo devia este disco aos que, reconhecendo as suas canções e exaltando sempre os seus dotes de intérprete, sabiam que ele chegaria, exactamente assim. Um trabalho de amor, capaz de devolver o cantor à maior das suas paixões - o soul, os blues, o rhythm'n'blues, sempre de recorte clássico e de horizontes a perder de vista, aqueles que fazem justiça a uma voz como não temos outra desta escola. Um mimo em que todos os pormenores - do reportório traçado aos músicos envolvidos, dos arranjos "feitos à mão" aos desafios lançados a memórias enormes - corressem a favor de quem, ao longo de uma carreira sem falhas, nunca se escondeu atrás das modas nem deixou morrer este sonho. Um encontro de personalidades que, pela diversidade e pela intensidade dos currículos, permite a intensidade dos especialistas e a fluência própria dos diletantes. Uma celebração, "revista e aumentada", de canções que fazem parte do melhor património popular e de que Paulo Gonzo se torna, concluída com absoluta distinção esta prova oral, um legítimo herdeiro. Ou mais do que isso: um membro de pleno direito da "sagrada família". De Otis Redding a Marvin Gaye, de James Brown a Wilson Pickett, de Frank Sinatra ao melhor Billy Joel, apetece dizer que estão cá todos.

Vamos ver se nos entendemos: este namoro, publicamente iniciado nos tempos da Go Graal Blues Band (ainda há quem se lembre, é verdade...), localizada lá atrás, na década de setenta do século passado, não pressupõe qualquer infidelidade ao que se associa instintivamente a Paulo Gonzo - Jardins Proibidos, Pedras da Calçada, Acordar, Leve Beijo Triste, Tiro À Queima-Roupa, Dei-te Quase Tudo, Pagava Para Ver, Ser Suspeito, Falamos Depois, Sei-te de Cor e tudo o mais que orgulhosamente cantou em Português, sem abdicar do ritmo e do balanço que o levaram tantas vezes a reinventar e a aprimorar estes e outros hinos. Acontece que a escola de Gonzo não só permitia como pedia mais, algo que o levasse a deixar uma impressão digital, singular e inconfundível num território em que, a bem das artes, nada se perde e nada se esgota, mas tudo se transforma. Faz lembrar o velho anúncio: "Há sempre lugar para mais um". Isto desde que, como é óbvio, não venha estragar a dimensão planetária que, por paradoxo, é também sinónimo de uma dimensão reservada. Cada uma destas canções - e são doze, como os Apóstolos, como os meses do ano, como os trabalhos de Hércules, como as divisões do relógio, como os signos do Zodíaco - é uma obra-prima.

No conjunto, coerente e magnético, estendem-se por mais de 50 anos: a mais antiga, Try A Little Tenderness, foi originalmente gravada a 8 de Dezembro de 1932, antes de passar pela voz de Bing Crosby para se fixar como um dos cartões de visita da meteórica discografia de Otis Redding. A mais recente, How Do You Stop, é de 1986 e ganhou o seu lugar naquele que foi, porventura, o último grande disco registado por James Brown, Gravity. Com estes dois parâmetros, percebe-se a imensidão, o carácter ciclópico do trabalho de recolha e escolha a que Paulo Gonzo se dedicou - só o tema de abertura, That's Life, escrito por Dean Kay e Kelly Gordon e estreado pela voz de Frank Sinatra, justificaria um texto próprio e autónomo, tanto mais que andou de mão em mão pelas gravações e pelos espectáculos de Della Reese, Aretha Franklin, dos Tempations, Shirley Bassey, James Brown (outra vez), Tony Clifton, David Lee Roth, Van Morrison, The Bluetones, Westlife, Michael Bolton, Michael Bublé e Russell Watson, antes de chegar ao legítimo usufruto de Paulo Gonzo. Fica-se com a noção do desafio que se lhe colocou, sobretudo se pensarmos que o nosso cavaleiro quis apostar todos os trunfos numa só jogada - e já se sabia que estaria cercado por ases.

Basta ensaiar uma revista ao extraordinário naipe que aqui se congrega e que Gonzo soube pôr ao serviço da causa: Hard Times, à beira de se tornar cinquentenário, vem do apogeu de Ray Charles; Mustang Sally, assim rebaptizada pela grande Aretha Franklin, acabou por se tornar notada na voz de Wilson Pickett; Love Man, editada já em 1967, faz parte do fabuloso espólio que sobreviveu à vida fugaz de Otis Redding o mesmo que, antes, em 1962, escrevera e gravara These Arms; In The Midnight Hour, de Pickett e Steve Cropper em 1966, é um dos hinos eternos da música soul e também foi viajando através das gerações, chegando, por exemplo, aos Roxy Music; Bring It On Home convoca - com outro original de 1962 - outro dos guerreiros imortais deste exército swingante, o enorme Sam Cooke; Just The Way You Are, de 1977, é, sem margem de erro, o ex-libris de Billy Joel e assim se explica que tenha passado pelas gargantas fundas de Sinatra e de Ray Charles, entre muitas outras; Let's Get It On, de 1973, chega em linha directa das criações de Marvin Gaye; por fim, Let's Stick Together, escrita em 1959 por Wilbert Harrison, foi acelerada até à condição de arma de arremesso pelos Canned Heat (que lhe mudaram o título) e pelo Senhor Charme, Bryan Ferry.

É verdade que muitos dos nomes que indirectamente são abordados pertencem a mortos - Sinatra, Charles, Redding, Brown, Gaye, Pickett. O que valoriza ainda mais a circunstância de este ser um daqueles álbuns sem fantasmas, sem tributos nem reverências: com as suas influências dispersas pelos melhores professores, Paulo Gonzo sabe que a melhor forma de homenagear figuras deste calibre é deixar escorrer para as canções a autenticidade de quem está, de uma vez por todas, nas melhores condições para somar a alma à técnica, o impulso à regra, o sentimento ao conhecimento do que está em causa a cada verso, a cada inflexão, a cada justa fuga à métrica, a cada aplicação correcta do tempo. Por tudo isto, é correcto dizer-se que By Request chega no tempo perfeito, ombreado pelo entusiasmo de sempre mas também por uma vivência em que os anos de palco são aliados. De resto, quem tiver andado atento ao percurso do cantor facilmente anota ensaios preparatórios espalhados pelo caminho: These Foolish Things em Suspeito, Georgia On My Mind no Unplugged, Honest, I Do e Bright Lights, Big City em Paulo Gonzo, Mr. Pitiful no Ao Vivo No Coliseu. A diferença é que, para este andamento (um allegro vivace, dir-se-ia), o pormenor passa a ser o essencial, a base.

Sejamos honestos: uma proposta destas dificilmente poderia cumprir-se com tal verdade e consequência sem aliados poderosos. Assim, é fácil perceber que, depois de uma fase de pré-produção em Lisboa - com contributos de Rui Fingers, Thierry Borges, Rui Barreto, Patrícia Silveira, Patrícia Antunes, Náná Sousa Dias, Tomás Pimentel, Edgar Caramelo, Luís Cunha, NafNaf String Quartet, Carlos Lopes no acordeão, Beto Garcia na bateria, Luciano Barros no baixo e Paulo Sérgio no piano -, o rumo tenha seguido as coordenadas de Nova Iorque ao encontro de novas cumplicidades. Não será por acaso que, ciente da importância do trabalho de alicerces, Paulo Gonzo tenha entregue a produção do álbum a uma dupla de expoentes na secção rítmica: a baterista Cindy Blackman, mais conhecida por cá através da sua ligação musical a Lenny Kravitz mas com uma larga quilometragem ao serviço do jazz e ainda presença em trabalhos de gente tão diferente como Joss Stone, George Benson ou Carlos Santana, e o baixista Jack Daley, também ele com profunda presença no caminho de Kravitz e com talentos espalhados por registos de Joss Stone, Michael Jackson, Janet Jackson, Queen Latifah, Beyoncé, Avril Lavigne, Des'ree, Chaka Khan, Daryl Hall, The Temptations, Jason Mraz, Leona Lewis, Iggy Pop, James Brown, Bo Diddley, Jay-Z ou Mick Jagger.

São eles os comandantes sonoros de By Request, actuando também como os distribuidores de jogo - na bateria e no baixo. E terá sido decisivo o contributo para a constituição do alinhamento artístico: os coros estão entregues a Greg Clark (George Michael, Bobby McFerrin, Michael Jackson, Oleta Adams, R. Kelly, Queen Latifah, Celine Dion) e Sharlotte Gibson (Michael Bublé, Christina Aguilera, Whitney Houston, Anastacia, Randy Jackson). No piano e nas teclas, entram em cena as mãos mágicas de

Ray Angry (The Roots, Joss Stone, Queen Latifah). As guitarras estão repartidas mpor Kat (Prince, Buddy Guy, BB King, Ben E. King, Carlos Santana, Smokey Robinson, UB40, Bo Diddle, Etta James, Stevie Wonder, Celine Dion, , Chaka Khan, Cyndi Lauper, Natalie Cole, Ziggy Marley, Patti Labelle, George Clinton) e Paul Pesco (que se ocupou das seis cordas eléctricas em Lucky Star ou Burning Up, do primeiro disco de Madonna, e que tocou e/ou gravou com Annie Lennox, Steve Winwood, Chaka Kahn, Hall and Oates, Whitney Houston, George Benson, Joan Baez, Al Green, Celine Dion, Mary J.Blige). Falta referir o naipe de metais, liderado pelo saxofonista Andy Snitzer e integrado por Michael Davis, no trombone, e CJ Camerieri, no trompete.

À equipa de luxo, é preciso acrescentar ainda o cenário da gravação - o estúdio Mission Sound Recording, de Nova Iorque, onde já trabalharam os Arctic Monkeys, os Animal Collective ou os The National. Contas feitas, era preciso que este casamento de Gonzo com a soul - que sempre foi o grande amor da sua vida - decorresse numa cerimónia plena, sem falhas, deixando à voz e às canções a última palavra. Sem estar preso a cartilhas mas sem deslizar para disparates, o disco é verdadeiramente extraordinário, até porque se compreende que Paulo Gonzo não pretendeu desperdiçar energias em estéreis duelos com as - notáveis - lembranças que as canções já trazem nas respectivas bagagens. Pelo contrário: quis e conseguiu fazer justiça à grandeza duradoura de uma paixão, soltando-se até alcançar pontos onde, mau grado o muito que já tinha feito, nunca tinha chegado, com tanta desenvoltura e tanto envolvimento. Estava escrito. Paulo Gonzo devia este disco - que começa com "vida" (That's Life) e acaba com "ternura" (Try A Little Tenderness), numa viagem perfeita mas que permite e acolhe a presença de quem a segue - sobretudo a si próprio. Agora, sobretudo pela excelência que se respira em mais de 50 minutos da melhor música, ganha-se a certeza de que não fica a dever nada a ninguém."

João Gobern

Links:

Site oficial Paulo Gonzo: www.paulogonzo.net

Myspace: www.myspace.com/paulogonzo

marcar artigo