Depois da Lei de Godwin (que dita a probabilidade de uma comparaçao ao Nazismo à medida que uma discussao continua) e da lei da Internet do Sascha Lobo (que dita que a probabilidade de, numa discussao sobre Web 2.0, alguém mencionar Obama), é também importante estabelecer que: à medida que uma discussao sobre política portuguesa avança, a probabilidade de uma citaçao de Eça aproxima-se de 1.Ah, o optimismo português, esta capacidade única para encontrar na desgraça a oportunidade de lembrar o génio (claro que também podíamos ficar deprimidos a pensar no pouco que avançamos desde entao, mas enquanto os Sócrates e os Sol vao e vêm, Eça é eterno, o que nao deixa de ser um consolo. Eça forever, man).PS: Brilhante acrescento do Daniel (no entanto, nao se pode chamar a isto a lei de Rita, que é toda uma outra coisa, patenteadíssima. Tenho de repescar esse post): Contudo, no caso de a discussão ser alimentada por políticos profissionais com mais de oitenta jantares de concelhias no currículo, julgo que prevalece uma variante dessa lei, em que a citação de Eça é substituída pelo relato, por parte de um dos intervenientes, do momento em que este «sentiu na rua» uma coisa qualquer. É evidente que a degradação da vida política portuguesa passa também por esta estranha vontade de «sentir na rua» (quantas vezes suja e mal iluminada), quando toda a gente sabe que, no recato do lar, há muito melhores condições para a prática da modalidade.
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Depois da Lei de Godwin (que dita a probabilidade de uma comparaçao ao Nazismo à medida que uma discussao continua) e da lei da Internet do Sascha Lobo (que dita que a probabilidade de, numa discussao sobre Web 2.0, alguém mencionar Obama), é também importante estabelecer que: à medida que uma discussao sobre política portuguesa avança, a probabilidade de uma citaçao de Eça aproxima-se de 1.Ah, o optimismo português, esta capacidade única para encontrar na desgraça a oportunidade de lembrar o génio (claro que também podíamos ficar deprimidos a pensar no pouco que avançamos desde entao, mas enquanto os Sócrates e os Sol vao e vêm, Eça é eterno, o que nao deixa de ser um consolo. Eça forever, man).PS: Brilhante acrescento do Daniel (no entanto, nao se pode chamar a isto a lei de Rita, que é toda uma outra coisa, patenteadíssima. Tenho de repescar esse post): Contudo, no caso de a discussão ser alimentada por políticos profissionais com mais de oitenta jantares de concelhias no currículo, julgo que prevalece uma variante dessa lei, em que a citação de Eça é substituída pelo relato, por parte de um dos intervenientes, do momento em que este «sentiu na rua» uma coisa qualquer. É evidente que a degradação da vida política portuguesa passa também por esta estranha vontade de «sentir na rua» (quantas vezes suja e mal iluminada), quando toda a gente sabe que, no recato do lar, há muito melhores condições para a prática da modalidade.