poesia: luís filipe parrado

21-01-2012
marcar artigo


Por um momento parece-te possívelum sentido para a vida. Acordas um filho,desces as escadas, percorres as ruas encerradasao trânsito da memória, as máquinasem movimento trabalham com escasso esplendor.E reparas que corpo e pele coincidem,que as vértebras dos cavalos sustentamo ar, que no copo ficou uma borra do vinhoque te trouxeram amigos que já não estão contigo.Mas nesse rasgo de luz logo regressa a abominaçãodo costume, e tu sentes o gelo dos sonhos,a ferrugem dos livros cheios de saliva, o ascoe a suspeita pregados com chumbo ao peitorildos teus olhos negros que não compreenderãojamais como, alguma vez, pudeste escrevera palavra vida a seguir à palavra sentido.luís filipe parradocriaturanr. 5 outubro2010


Por um momento parece-te possívelum sentido para a vida. Acordas um filho,desces as escadas, percorres as ruas encerradasao trânsito da memória, as máquinasem movimento trabalham com escasso esplendor.E reparas que corpo e pele coincidem,que as vértebras dos cavalos sustentamo ar, que no copo ficou uma borra do vinhoque te trouxeram amigos que já não estão contigo.Mas nesse rasgo de luz logo regressa a abominaçãodo costume, e tu sentes o gelo dos sonhos,a ferrugem dos livros cheios de saliva, o ascoe a suspeita pregados com chumbo ao peitorildos teus olhos negros que não compreenderãojamais como, alguma vez, pudeste escrevera palavra vida a seguir à palavra sentido.luís filipe parradocriaturanr. 5 outubro2010

marcar artigo