poesia: ezra pound

01-07-2011
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Poema junto à ponte em Ten-shinMarço chegou ao contraforte da ponte,Sobre mil portões pendem ramos de pêssegos e de alperces,Pela manhã há flores de cortar o coração,E o anoitecer leva-as com as águas para leste.Há pétalas nas águas já passadas e nas que passam,E no retornar dos redemoinhos,Mas os homens de hoje não são os homens de outros tempos,Embora de modo igual se debrucem sobre a ponte.A cor do mar move-se ao amanhecerE os príncipes ainda estão em filas, junto ao trono,E a lua cai sobre os portais de Sei-jõ-yõ,E pega-se às paredes ao topo do portão.Com capacetes cintilantes contra a nuvem e o solOs nobres saem da corte, para fronteiras distantes,Montam cavalos que parecem dragões,Cavalos com cabeçadas de metal amarelo,E as ruas abrem alas para que passem.Altiva a sua passagem,Altivos os seus passos a caminho dos banquetes,Dos grandes salões com comida esquisita,Do ar perfumado e raparigas a dançar,Das flautas límpidas e do cantar límpido;Da dança dos setenta pares;Das perseguições loucas pelos jardins.A noite e o dia são dados ao prazerQue eles pensam durará por mil Outonos,Inesgotáveis Outonos.Para eles os cães amarelos uivam presságios em vão,E que são eles comparados com a senhora Ryokushu,Que foi causa de ódio!Quem entre eles é um homem como Han-ReiQue partiu sozinho com a amante,Ela de cabelo solto, e ele o seu próprio barqueiro!(Rihaku)ezra poundcatahaytradução gualter cunharelógio d´água1995


Poema junto à ponte em Ten-shinMarço chegou ao contraforte da ponte,Sobre mil portões pendem ramos de pêssegos e de alperces,Pela manhã há flores de cortar o coração,E o anoitecer leva-as com as águas para leste.Há pétalas nas águas já passadas e nas que passam,E no retornar dos redemoinhos,Mas os homens de hoje não são os homens de outros tempos,Embora de modo igual se debrucem sobre a ponte.A cor do mar move-se ao amanhecerE os príncipes ainda estão em filas, junto ao trono,E a lua cai sobre os portais de Sei-jõ-yõ,E pega-se às paredes ao topo do portão.Com capacetes cintilantes contra a nuvem e o solOs nobres saem da corte, para fronteiras distantes,Montam cavalos que parecem dragões,Cavalos com cabeçadas de metal amarelo,E as ruas abrem alas para que passem.Altiva a sua passagem,Altivos os seus passos a caminho dos banquetes,Dos grandes salões com comida esquisita,Do ar perfumado e raparigas a dançar,Das flautas límpidas e do cantar límpido;Da dança dos setenta pares;Das perseguições loucas pelos jardins.A noite e o dia são dados ao prazerQue eles pensam durará por mil Outonos,Inesgotáveis Outonos.Para eles os cães amarelos uivam presságios em vão,E que são eles comparados com a senhora Ryokushu,Que foi causa de ódio!Quem entre eles é um homem como Han-ReiQue partiu sozinho com a amante,Ela de cabelo solto, e ele o seu próprio barqueiro!(Rihaku)ezra poundcatahaytradução gualter cunharelógio d´água1995

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