Alexandre Blok, «Oh se soubésseis criançasas trevas e o frio dos dias que hão-de vir.» e ainda: «Como é penoso andar por entre os homens,Fingir ainda existir.» e ainda: «Somos todos infelizes. A nossa pátria preparou-nos um terreno para as paixões e os dissídios. Cada um de nós vive por trás de uma muralha da China desprezando-se mutuamente. Os nossos verdadeiros inimigos são os popes, a voka, a coroa, os polícias, ocultando os seus rostos e excitando-nos uns contra os outros. Esforçar-me-ei por esquecer… todo este atoleiro para se chegar a ser um homem e não uma máquina de incubar o ódio… … Só amo a arte, as crianças e a morte.» Id. Perante a ignorância e o esgotamento dos pobres: «O meu sangue gela de vergonha e de desespero. Só há vazio, maldade, cegueira, miséria. Só uma compaixão total pode produzir uma mudança… Reajo assim por que a minha consciência não está tranquila… Sei o que devo fazer: dar todo o meu dinheiro, pedir perdão a toda a gente, distribuir os meus bens, o meu vestuário… Mas não posso… não quero… » «Ó minha querida, minha bem amada ralé!» «O que está nos confins da arte não pode ser amado» e no entanto: «Nós morremos todos, mas a arte fica.» albert camuscadernos III(caderno nr. 6 abril 1948/Março 1931)trad. antónio ramos rosalivros do Brasil1966
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Alexandre Blok, «Oh se soubésseis criançasas trevas e o frio dos dias que hão-de vir.» e ainda: «Como é penoso andar por entre os homens,Fingir ainda existir.» e ainda: «Somos todos infelizes. A nossa pátria preparou-nos um terreno para as paixões e os dissídios. Cada um de nós vive por trás de uma muralha da China desprezando-se mutuamente. Os nossos verdadeiros inimigos são os popes, a voka, a coroa, os polícias, ocultando os seus rostos e excitando-nos uns contra os outros. Esforçar-me-ei por esquecer… todo este atoleiro para se chegar a ser um homem e não uma máquina de incubar o ódio… … Só amo a arte, as crianças e a morte.» Id. Perante a ignorância e o esgotamento dos pobres: «O meu sangue gela de vergonha e de desespero. Só há vazio, maldade, cegueira, miséria. Só uma compaixão total pode produzir uma mudança… Reajo assim por que a minha consciência não está tranquila… Sei o que devo fazer: dar todo o meu dinheiro, pedir perdão a toda a gente, distribuir os meus bens, o meu vestuário… Mas não posso… não quero… » «Ó minha querida, minha bem amada ralé!» «O que está nos confins da arte não pode ser amado» e no entanto: «Nós morremos todos, mas a arte fica.» albert camuscadernos III(caderno nr. 6 abril 1948/Março 1931)trad. antónio ramos rosalivros do Brasil1966