“À minha filha em França” de Barbara e Stephanie Keating

15-08-2015
marcar artigo

Esta releitura foi (como se ainda necessitasse de provas…) mais um exemplo de como realmente “saborear” uma leitura pela segunda vez sabe mesmo muito bem!

Barbara e Stephanie Keating são duas irmãs irlandesas que fazem aquilo que não é muito comum no mundo das letras – escrevem romances “a quatro mãos”, vivendo cada uma delas num país diferente – Irlanda e França. Até hoje, a Editora Asa (Leya) publicou quatro desses romances – À minha filha em França e a trilogia Langani. É óbvio que todos “vivem” cá em casa e que todos, sem exceção, merecem ser lidos ou relidos, porque nos proporcionam leituras arrebatadoras, que nos conquistam de uma forma que só posso descrever como sôfrega!

À minha filha em França “mora” cá em casa há mais de 10 anos e é o livro “primogénito” das autoras. Recordo a primeira vez que o li como uma experiência que teria que ser, sem dúvida alguma, repetida. E foi-o com a leitura dos três volumes da trilogia Langani e agora com a releitura de uma história que é apaixonante, que nos toma por completo, que nos seduz e à qual me entreguei de novo como se fosse a primeira vez! Um romance como devem ser todos os romances. Um romance como eu gosto, cá dos meus.

A narrativa abre com uma missiva escrita a 20 de fevereiro de 1970 por Eleanor Kirwan a Solange de Valnay, duas irmãs que até ao momento eram duas estranhas, mas que, através da leitura do testamento do falecido Richard Kirwan, ficam a saber que, em comum, têm o mesmo pai biológico. A notícia tem um efeito catastrófico em ambos os lados do Canal da Mancha e será o elemento catalisador de uma história que nos fará saltar para vários tempos e espaços e acompanhar um leque de personagens muito bem construídas, humanas, com atitudes que se assemelham a qualquer uma de um vulgar ser humano, mas ao mesmo tempo dotadas de um caráter invulgar, excecional e que irremediavelmente nos cativa.

A ação desenrola-se, como já referido antes, entre os dois países onde vivem as duas partes desta família que nada sabiam da existência da outra metade até que se leu a última vontade de Richard Kirwan – “À minha filha em França, Solange de Valnay (…), deixo o remanescente do meu património” (pág. 7). De Dublin “viajamos” à costa irlandesa de Connemara, saltamos o Canal da Mancha e passamos por Paris, Montpellier, St. Joseph de Caunes no sul de França, costa da Bretanha e ainda “damos um salto” a Genebra, Suíça. Que viagem literária extraordinária! Que deleite poder “voar” com a minha imaginação e (re)descobrir países que tanto me fascinam!

Mas, para minha satisfação, o deleite não ficou por aí. Não foi apenas espacial, geográfico. Foi igualmente temporal, histórico. Esta releitura levou-me de novo a ambientes bélicos, à tentadora Segunda Grande Guerra (que sempre me seduziu e seduzirá, de uma forma quase demoníaca) e à luta gloriosa e heroica da Resistência francesa. Voltei a sofrer, a angustiar-me até às lágrimas com a inconcebível caça aos judeus, com as sessões de tortura excruciante que os mesmos e resistentes suportaram, com os relatos de sobreviventes de campos de concentração, enfim, com aquilo que ainda hoje me pergunto pode um ser humano fazer a outro.

Por fim, a minha satisfação, o meu contentamento de leitora atingiram o pleno com os laços que unem as personagens desta magnífica narrativa e sobretudo com as suas histórias de amor. São amores plenos, sensuais, poderosos e tão apaixonantes, tão extraordinários que ficam na memória, que nos fazem sentir aquela invejazinha boa, que nos fazem ter esperança, acreditar e que fizeram personagens como Richard, Celine, Leah, Seamus e outros querer viver. Viver por, pelo menos, mais um dia.

Por tudo isto, tenho que dar nota máxima a esta releitura. Como poderia não fazê-lo? Adorei cada página, cada linha, cada momento e a vontade de reler as outras obras destas autoras é mais que imensa! Espero ainda que, brevemente, possam editar algum livro novo!…

NOTA – 10/10

Sinopse

Um testamento inesperado, a uma filha desconhecida, que vai alterar a vida de duas famílias.

Uma extraordinária história de paixões proibidas, de sacrifícios feitos por amor e pela honra, de coragem e heroísmo. Um drama histórico que se movimenta entre a França ocupada, a costa de Connemara e a região francesa das vinhas do Languedoc nos anos setenta.

in http://osabordosmeuslivros.blogspot.com

Esta releitura foi (como se ainda necessitasse de provas…) mais um exemplo de como realmente “saborear” uma leitura pela segunda vez sabe mesmo muito bem!

Barbara e Stephanie Keating são duas irmãs irlandesas que fazem aquilo que não é muito comum no mundo das letras – escrevem romances “a quatro mãos”, vivendo cada uma delas num país diferente – Irlanda e França. Até hoje, a Editora Asa (Leya) publicou quatro desses romances – À minha filha em França e a trilogia Langani. É óbvio que todos “vivem” cá em casa e que todos, sem exceção, merecem ser lidos ou relidos, porque nos proporcionam leituras arrebatadoras, que nos conquistam de uma forma que só posso descrever como sôfrega!

À minha filha em França “mora” cá em casa há mais de 10 anos e é o livro “primogénito” das autoras. Recordo a primeira vez que o li como uma experiência que teria que ser, sem dúvida alguma, repetida. E foi-o com a leitura dos três volumes da trilogia Langani e agora com a releitura de uma história que é apaixonante, que nos toma por completo, que nos seduz e à qual me entreguei de novo como se fosse a primeira vez! Um romance como devem ser todos os romances. Um romance como eu gosto, cá dos meus.

A narrativa abre com uma missiva escrita a 20 de fevereiro de 1970 por Eleanor Kirwan a Solange de Valnay, duas irmãs que até ao momento eram duas estranhas, mas que, através da leitura do testamento do falecido Richard Kirwan, ficam a saber que, em comum, têm o mesmo pai biológico. A notícia tem um efeito catastrófico em ambos os lados do Canal da Mancha e será o elemento catalisador de uma história que nos fará saltar para vários tempos e espaços e acompanhar um leque de personagens muito bem construídas, humanas, com atitudes que se assemelham a qualquer uma de um vulgar ser humano, mas ao mesmo tempo dotadas de um caráter invulgar, excecional e que irremediavelmente nos cativa.

A ação desenrola-se, como já referido antes, entre os dois países onde vivem as duas partes desta família que nada sabiam da existência da outra metade até que se leu a última vontade de Richard Kirwan – “À minha filha em França, Solange de Valnay (…), deixo o remanescente do meu património” (pág. 7). De Dublin “viajamos” à costa irlandesa de Connemara, saltamos o Canal da Mancha e passamos por Paris, Montpellier, St. Joseph de Caunes no sul de França, costa da Bretanha e ainda “damos um salto” a Genebra, Suíça. Que viagem literária extraordinária! Que deleite poder “voar” com a minha imaginação e (re)descobrir países que tanto me fascinam!

Mas, para minha satisfação, o deleite não ficou por aí. Não foi apenas espacial, geográfico. Foi igualmente temporal, histórico. Esta releitura levou-me de novo a ambientes bélicos, à tentadora Segunda Grande Guerra (que sempre me seduziu e seduzirá, de uma forma quase demoníaca) e à luta gloriosa e heroica da Resistência francesa. Voltei a sofrer, a angustiar-me até às lágrimas com a inconcebível caça aos judeus, com as sessões de tortura excruciante que os mesmos e resistentes suportaram, com os relatos de sobreviventes de campos de concentração, enfim, com aquilo que ainda hoje me pergunto pode um ser humano fazer a outro.

Por fim, a minha satisfação, o meu contentamento de leitora atingiram o pleno com os laços que unem as personagens desta magnífica narrativa e sobretudo com as suas histórias de amor. São amores plenos, sensuais, poderosos e tão apaixonantes, tão extraordinários que ficam na memória, que nos fazem sentir aquela invejazinha boa, que nos fazem ter esperança, acreditar e que fizeram personagens como Richard, Celine, Leah, Seamus e outros querer viver. Viver por, pelo menos, mais um dia.

Por tudo isto, tenho que dar nota máxima a esta releitura. Como poderia não fazê-lo? Adorei cada página, cada linha, cada momento e a vontade de reler as outras obras destas autoras é mais que imensa! Espero ainda que, brevemente, possam editar algum livro novo!…

NOTA – 10/10

Sinopse

Um testamento inesperado, a uma filha desconhecida, que vai alterar a vida de duas famílias.

Uma extraordinária história de paixões proibidas, de sacrifícios feitos por amor e pela honra, de coragem e heroísmo. Um drama histórico que se movimenta entre a França ocupada, a costa de Connemara e a região francesa das vinhas do Languedoc nos anos setenta.

in http://osabordosmeuslivros.blogspot.com

marcar artigo