Infografia: ONU alerta que só 13% da ajuda prometida chegou ao Nepal

13-05-2015
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Infografia: ONU alerta que só 13% da ajuda prometida chegou ao Nepal

00:05 Pedro Duarte

pedro.duarte@economico.pt

País foi ontem atingido por segundo sismo em duas semanas e meia. Apoio internacional tarda a chegar.

A comunidade internacional tem sido lenta na entrega de apoio humanitário ao Nepal, país devastado por dois fortes terramotos no espaço de duas semanas, o último dos quais ontem. Dos 376 milhões de euros que foram pedidos pela ONUpara ajudar as vítimas do terramoto de escala 7.8 que atingiu o Nepal a 25 de Abril, causando oito mil mortos e 18 mil feridos, apenas 11 milhões de euros, ou 13% do total, foram entregues até agora, revelou ontem o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) das Nações Unidas.

A mesma fonte nota que os maiores apoios foram entregues para a construção de abrigos e de logística, que receberam 21 e 24% dos 68,5 e 29,3 milhões de euros que precisam, respectivamente. Já as necessidades de recuperação imediata, telecomunicações de emergência, nutrição e coordenação e gestão dos campos onde vivem cerca de 4,2 milhões de pessoas que perderam as casas na catástrofe de 25 de Abril não receberam nem um cêntimo dos 37 milhões de euros prometidos.

A ajuda chega a conta-gotas e está a ser difícil mobilizar donativos. Por exemplo, a AMI portuguesa - que tem no terreno uma equipa de quatro pessoas - tinha recebido até ontem 13.761,85 euros em donativos, menos de 9% dos 150 a 200 mil euros que estima que irão custar as suas operações no Nepal, afirmou ao Económico Paulo Cavaleiro, responsável da Assistência Médica Internacional (AMI). "Falta contabilizar o resultado - previsivelmente mais importante - do peditório que decorreu de 7 a 10 deste mês", sublinhou. Uma importante ajuda portuguesa foi no entanto ontem revelada, quando o futebolista Cristiano Ronaldo anunciou a doação de 7,1 milhões de euros para as operações humanitárias no Nepal.

A necessidade de ajuda cresceu ontem depois de um novo sismo de intensidade 7.3, perto do Monte Evereste, ter causado pelo menos 48 mortos e 1.117 feridos. O primeiro abalo terá deixado um rasto de prejuízos que se calculam em 50% do PIB do país dos Himalaias, ou dez mil milhões de euros.

"O que não ruiu da primeira vez, deverá ter ruído agora. É de temer que a situação seja mais complicada, uma vez que o grosso das equipas de ajuda internacional já tinha saído do país", disse Fernando Nobre, presidente da AMI. Já o Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, adiantou entretanto que o Governo "não tem conhecimento de qualquer problema" com os portugueses que estão no Nepal.

Infografia: ONU alerta que só 13% da ajuda prometida chegou ao Nepal

00:05 Pedro Duarte

pedro.duarte@economico.pt

País foi ontem atingido por segundo sismo em duas semanas e meia. Apoio internacional tarda a chegar.

A comunidade internacional tem sido lenta na entrega de apoio humanitário ao Nepal, país devastado por dois fortes terramotos no espaço de duas semanas, o último dos quais ontem. Dos 376 milhões de euros que foram pedidos pela ONUpara ajudar as vítimas do terramoto de escala 7.8 que atingiu o Nepal a 25 de Abril, causando oito mil mortos e 18 mil feridos, apenas 11 milhões de euros, ou 13% do total, foram entregues até agora, revelou ontem o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) das Nações Unidas.

A mesma fonte nota que os maiores apoios foram entregues para a construção de abrigos e de logística, que receberam 21 e 24% dos 68,5 e 29,3 milhões de euros que precisam, respectivamente. Já as necessidades de recuperação imediata, telecomunicações de emergência, nutrição e coordenação e gestão dos campos onde vivem cerca de 4,2 milhões de pessoas que perderam as casas na catástrofe de 25 de Abril não receberam nem um cêntimo dos 37 milhões de euros prometidos.

A ajuda chega a conta-gotas e está a ser difícil mobilizar donativos. Por exemplo, a AMI portuguesa - que tem no terreno uma equipa de quatro pessoas - tinha recebido até ontem 13.761,85 euros em donativos, menos de 9% dos 150 a 200 mil euros que estima que irão custar as suas operações no Nepal, afirmou ao Económico Paulo Cavaleiro, responsável da Assistência Médica Internacional (AMI). "Falta contabilizar o resultado - previsivelmente mais importante - do peditório que decorreu de 7 a 10 deste mês", sublinhou. Uma importante ajuda portuguesa foi no entanto ontem revelada, quando o futebolista Cristiano Ronaldo anunciou a doação de 7,1 milhões de euros para as operações humanitárias no Nepal.

A necessidade de ajuda cresceu ontem depois de um novo sismo de intensidade 7.3, perto do Monte Evereste, ter causado pelo menos 48 mortos e 1.117 feridos. O primeiro abalo terá deixado um rasto de prejuízos que se calculam em 50% do PIB do país dos Himalaias, ou dez mil milhões de euros.

"O que não ruiu da primeira vez, deverá ter ruído agora. É de temer que a situação seja mais complicada, uma vez que o grosso das equipas de ajuda internacional já tinha saído do país", disse Fernando Nobre, presidente da AMI. Já o Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, adiantou entretanto que o Governo "não tem conhecimento de qualquer problema" com os portugueses que estão no Nepal.

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