MENOS 21 MIL CARROS EM VILA NOVA DE GAIA
"Estudo que compara qualidade do ar e ruído na via antes e depois da linha abrir aponta resultados positivos.
Com a entrada em funcionamento da Linha Amarela, em 2005, passaram a circular menos 21 mil carros por dia na Avenida da República, em Gaia. Uma redução de 53,5% com efeitos positivos na qualidade do ar e no ruído.
A Metro do Porto previu que a chegada das composições àquela artéria central de Gaia poderia ser um "case study" no que toca a resultados ambientais. Por isso, antes da obra, encomendou a um laboratório externo um estudo de caracterização da qualidade do ar e dos níveis de ruído na Avenida da República. Em Maio e Junho deste ano foram repetidas as medições e depois comparados os resultados.
A diminuição do trânsito é a consequência mais visível da circulação do novo transporte. Em 2003, passavam pela via, que começa na rotunda de Santo Ovídio e desemboca no tabuleiro superior da Ponte de Luís I, cerca de 40 mil carros por dia. Em Setembro de 2009, já com o metro a funcionar há quatro anos, o número de veículos a transitar todos os dias na Avenida da República baixou para 18608.
Com menos 53,5% de tráfego, saiu a ganhar a qualidade do ar. As emissões poluentes dos automóveis caíram substancialmente, sobretudo o monóxido de carbono (CO) e os COV (Xilenos, Benzeno e Tolueno), com menos 89% e menos 93% de emissões, respectivamente. O dióxido de carbono (CO2) sofreu uma diminuição de 48,5% (de 8751 toneladas em 2003 para 4510 toneladas em 2009) e o dióxido de azoto (NO2) baixou 63% (de 57,3 toneladas para 21,2).
"Obtivemos valores muito positivos", analisa Ana Paula Gonçalves, responsável pela área do Ambiente da empresa Metro do Porto. As únicas excepções são o ozono (O3) e o dióxido de enxofre (SO2). Mas há explicações. Os níveis de ozono, nota a engenheira do Ambiente, estão relacionados com a época em que foram realizadas as medições. O estudo de 2003 foi feito no Inverno e o de 2009 no Verão. "É normal o ozono aumentar com o calor", refere a responsável. Já a subida dos valores de dióxido de enxofre poderá estar relacionada com uma fonte de poluição industrial "que estaria disfarçada em 2003".
Para Ana Paula Gonçalves, a diminuição da concentração de poluentes resulta do facto de milhares de automobilistas terem trocado o carro pelo metro, mas está também relacionada com a restruturação da rede viária na envolvente à Avenida da República realizada a propósito da introdução da Linha Amarela.
Se a maioria das emissões poluentes baixaram substancialmente, os resultados ao nível do ruído não foram tão expressivos. Apesar de se ter verificado uma diminuição global de três decibéis no período diurno e cinco decibéis no período nocturno, os valores nos dez pontos de medição espalhados ao longo da avenida continuam acima dos limites estabelecidos por lei.
Para aquela via, considerada zona mista, a legislação estabelece um máximo de 65 decibéis durante o dia e 55 à noite. Ambos os limites são excedidos em cerca de 10 decibéis cada. No entanto, registou-se um decréscimo do ruído de 2003 para 2009 que Ana Paula Gonçalves salienta. "Verificou-se uma melhoria, mas chegar aos limites legais naquela artéria seria muito difícil e pouco realista. A redução já foi muito significativa", afirma a responsável.
Por enquanto, a Avenida da República foi a única via objecto de estudo do impacto da chegada do metro ao nível da qualidade do ar e do ruído. O projecto não foi aplicado no Porto, explica Ana Paula Gonçalves, porque grande parte das linhas são enterradas e, à partida, os resultados não seriam tão significativos. A nova ligação a Gondomar também está fora dos planos por ser pouco urbanizada, mas a futura linha do Campo Alegre poderá ser monitorizada."
Fonte:«Metro retirou à avenida 21 mil carros por dia»em Jornal de Notícias [Por INÊS SCHRECK], Link: http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Vila%20Nova%20de%20Gaia&Option=Interior&content_id=1440071Domingo, 6 Dezembro 2009, [consultado em 2009-12-6].
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MENOS 21 MIL CARROS EM VILA NOVA DE GAIA
"Estudo que compara qualidade do ar e ruído na via antes e depois da linha abrir aponta resultados positivos.
Com a entrada em funcionamento da Linha Amarela, em 2005, passaram a circular menos 21 mil carros por dia na Avenida da República, em Gaia. Uma redução de 53,5% com efeitos positivos na qualidade do ar e no ruído.
A Metro do Porto previu que a chegada das composições àquela artéria central de Gaia poderia ser um "case study" no que toca a resultados ambientais. Por isso, antes da obra, encomendou a um laboratório externo um estudo de caracterização da qualidade do ar e dos níveis de ruído na Avenida da República. Em Maio e Junho deste ano foram repetidas as medições e depois comparados os resultados.
A diminuição do trânsito é a consequência mais visível da circulação do novo transporte. Em 2003, passavam pela via, que começa na rotunda de Santo Ovídio e desemboca no tabuleiro superior da Ponte de Luís I, cerca de 40 mil carros por dia. Em Setembro de 2009, já com o metro a funcionar há quatro anos, o número de veículos a transitar todos os dias na Avenida da República baixou para 18608.
Com menos 53,5% de tráfego, saiu a ganhar a qualidade do ar. As emissões poluentes dos automóveis caíram substancialmente, sobretudo o monóxido de carbono (CO) e os COV (Xilenos, Benzeno e Tolueno), com menos 89% e menos 93% de emissões, respectivamente. O dióxido de carbono (CO2) sofreu uma diminuição de 48,5% (de 8751 toneladas em 2003 para 4510 toneladas em 2009) e o dióxido de azoto (NO2) baixou 63% (de 57,3 toneladas para 21,2).
"Obtivemos valores muito positivos", analisa Ana Paula Gonçalves, responsável pela área do Ambiente da empresa Metro do Porto. As únicas excepções são o ozono (O3) e o dióxido de enxofre (SO2). Mas há explicações. Os níveis de ozono, nota a engenheira do Ambiente, estão relacionados com a época em que foram realizadas as medições. O estudo de 2003 foi feito no Inverno e o de 2009 no Verão. "É normal o ozono aumentar com o calor", refere a responsável. Já a subida dos valores de dióxido de enxofre poderá estar relacionada com uma fonte de poluição industrial "que estaria disfarçada em 2003".
Para Ana Paula Gonçalves, a diminuição da concentração de poluentes resulta do facto de milhares de automobilistas terem trocado o carro pelo metro, mas está também relacionada com a restruturação da rede viária na envolvente à Avenida da República realizada a propósito da introdução da Linha Amarela.
Se a maioria das emissões poluentes baixaram substancialmente, os resultados ao nível do ruído não foram tão expressivos. Apesar de se ter verificado uma diminuição global de três decibéis no período diurno e cinco decibéis no período nocturno, os valores nos dez pontos de medição espalhados ao longo da avenida continuam acima dos limites estabelecidos por lei.
Para aquela via, considerada zona mista, a legislação estabelece um máximo de 65 decibéis durante o dia e 55 à noite. Ambos os limites são excedidos em cerca de 10 decibéis cada. No entanto, registou-se um decréscimo do ruído de 2003 para 2009 que Ana Paula Gonçalves salienta. "Verificou-se uma melhoria, mas chegar aos limites legais naquela artéria seria muito difícil e pouco realista. A redução já foi muito significativa", afirma a responsável.
Por enquanto, a Avenida da República foi a única via objecto de estudo do impacto da chegada do metro ao nível da qualidade do ar e do ruído. O projecto não foi aplicado no Porto, explica Ana Paula Gonçalves, porque grande parte das linhas são enterradas e, à partida, os resultados não seriam tão significativos. A nova ligação a Gondomar também está fora dos planos por ser pouco urbanizada, mas a futura linha do Campo Alegre poderá ser monitorizada."
Fonte:«Metro retirou à avenida 21 mil carros por dia»em Jornal de Notícias [Por INÊS SCHRECK], Link: http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Vila%20Nova%20de%20Gaia&Option=Interior&content_id=1440071Domingo, 6 Dezembro 2009, [consultado em 2009-12-6].