O PS propôs sem sucesso o adiamento do debate quinzenal de hoje para que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, pudesse participar num encontro a realizar-se em Roma entre os chefes de Governo de alguns dos países europeus sob ou em vias de ficar assistência financeira internacional.
Foi na passada segunda-feira que o grupo parlamentar socialista enviou uma carta à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, expressando que não se opunha ao adiamento do debate com Passos Coelho. Segundo o líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, os socialistas tomaram a iniciativa depois de terem sabido que o primeiro-ministro português não faria parte do encontro promovido pelo italiano Mario Monti para uma reunião em Roma com alguns dos chefes de governos europeus.
O chefe do Governo italiano tem durante o dia de hoje um almoço com o espanhol Mariano Rajoy, o irlandês Enda Kenny, o grego Antonis Samaras e o húngaro Viktor Orban a propósito da preparação do encontro da Internacional Democrata Centrista.
Passos Coelho foi convidado mas declinou, invocando dificuldades de agenda. Além do debate quinzenal, o chefe do executivo tem presença marcada no Conselho de Estado, às 17h. "Nós não queríamos que o primeiro-ministro não fosse por uma questão de agenda", explicou Zorrinho.
O líder parlamentar socialista lembrou que, caso se viesse a confirmar, o adiamento não seria uma situação inédita. Já noutras ocasiões o intervalo dos debates foi estendido para permitir a Passos Coelho participar em cimeiras europeias. Segundo aquele dirigente, a transferência do debate para as próximas terça ou quarta-feira era uma solução parlamentar exequível.
O também socialista e vice-presidente da bancada, José Junqueiro, precisou ainda ao PÚBLICO que a reunião era vista como uma possibilidade do primeiro-ministro "recolher apoios" para Portugal junto de outras capitais europeias, o que consideraram "prioritário" sobre o debate devido à situação do país. De referir que no almoço estarão os líderes de alguns dos países europeus mais afectados pela crise.
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Carlos Zorrinho confirmou ainda que, na conferência de líderes, "nem o PSD, nem o CDS, nem a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares [Teresa Morais] suscitaram a questão". Junto do gabinete da Presidente da Assembleia da República, o PÚBLICO confirmou depois que informara Teresa Morais e que, após a reunião da conferência de líderes, foi transmitido ao PS da parte da secretária de Estado que "a agenda do primeiro-ministro já estava definida".
A proposta não chegou a todos os partidos. Contactados pelo PÚBLICO, os grupos parlamentares do PCP e do BE confirmaram não lhes ter chegado a carta. E que nem sequer discutiram o assunto com os outros partidos. Não foi possível ouvir as lideranças parlamentares do PSD e CDS durante o dia de ontem.
A verdade é que esta não é a primeira vez que Passos Coelho rejeita um convite de Monti. O italiano já há meses que vem defendendo alternativas às políticas de austeridade impostas aos países em dificuldades financeiras. Monti promoveu um encontro com os mesmos interlocutores para debater uma política de crescimento na Europa. Também, dessa vez, sem a presença do primeiro-ministro português.
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O PS propôs sem sucesso o adiamento do debate quinzenal de hoje para que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, pudesse participar num encontro a realizar-se em Roma entre os chefes de Governo de alguns dos países europeus sob ou em vias de ficar assistência financeira internacional.
Foi na passada segunda-feira que o grupo parlamentar socialista enviou uma carta à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, expressando que não se opunha ao adiamento do debate com Passos Coelho. Segundo o líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, os socialistas tomaram a iniciativa depois de terem sabido que o primeiro-ministro português não faria parte do encontro promovido pelo italiano Mario Monti para uma reunião em Roma com alguns dos chefes de governos europeus.
O chefe do Governo italiano tem durante o dia de hoje um almoço com o espanhol Mariano Rajoy, o irlandês Enda Kenny, o grego Antonis Samaras e o húngaro Viktor Orban a propósito da preparação do encontro da Internacional Democrata Centrista.
Passos Coelho foi convidado mas declinou, invocando dificuldades de agenda. Além do debate quinzenal, o chefe do executivo tem presença marcada no Conselho de Estado, às 17h. "Nós não queríamos que o primeiro-ministro não fosse por uma questão de agenda", explicou Zorrinho.
O líder parlamentar socialista lembrou que, caso se viesse a confirmar, o adiamento não seria uma situação inédita. Já noutras ocasiões o intervalo dos debates foi estendido para permitir a Passos Coelho participar em cimeiras europeias. Segundo aquele dirigente, a transferência do debate para as próximas terça ou quarta-feira era uma solução parlamentar exequível.
O também socialista e vice-presidente da bancada, José Junqueiro, precisou ainda ao PÚBLICO que a reunião era vista como uma possibilidade do primeiro-ministro "recolher apoios" para Portugal junto de outras capitais europeias, o que consideraram "prioritário" sobre o debate devido à situação do país. De referir que no almoço estarão os líderes de alguns dos países europeus mais afectados pela crise.
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Carlos Zorrinho confirmou ainda que, na conferência de líderes, "nem o PSD, nem o CDS, nem a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares [Teresa Morais] suscitaram a questão". Junto do gabinete da Presidente da Assembleia da República, o PÚBLICO confirmou depois que informara Teresa Morais e que, após a reunião da conferência de líderes, foi transmitido ao PS da parte da secretária de Estado que "a agenda do primeiro-ministro já estava definida".
A proposta não chegou a todos os partidos. Contactados pelo PÚBLICO, os grupos parlamentares do PCP e do BE confirmaram não lhes ter chegado a carta. E que nem sequer discutiram o assunto com os outros partidos. Não foi possível ouvir as lideranças parlamentares do PSD e CDS durante o dia de ontem.
A verdade é que esta não é a primeira vez que Passos Coelho rejeita um convite de Monti. O italiano já há meses que vem defendendo alternativas às políticas de austeridade impostas aos países em dificuldades financeiras. Monti promoveu um encontro com os mesmos interlocutores para debater uma política de crescimento na Europa. Também, dessa vez, sem a presença do primeiro-ministro português.