Vendido como um documentário sobre a carreira e a história de vida dos míticos “The Rolling Stones”, “Shine a Light” não é nada mais do que um filme concerto, que alterna as faixas musicais da banda inglesa com breves espasmos de entrevistas do passado de Jagger e companhia. Com uma “set list” que dificilmente terá agradado aos mais fanáticos da banda, o único factor que diferencia “Shine a Light” de tantos outros é o conhecimento estratégico de Scorsese em todas as transições que estabelece durante a fita. Com a ajuda de uma equipa de filmagem multi-galardoada, a nível técnico poucas falhas podem ser apontadas ao oscarizado realizador. No entanto, o potencial histórico de uma banda com quase cinquenta anos de carreira acaba por se esbanjar numa narrativa puramente descritiva, onde o objectivo principal parece ser entregar uma única mensagem: “Haverá alguém com a nossa idade com tanta energia como nós?”.Com o célebre Beacon Theater em Nova Iorque como pano de fundo, “Shine a Light” fica aquém da obra de Scorsese dedicada a Bob Dylan em 2005, “No Direction Home”, mais biográfico e menos artístico. Numa altura em que “U2 3D” revolucionou e elevou o nível dos filmes concerto para outro patamar, parece-me uma má opção de Scorsese não ter equilibrado o espectáculo visual que oferece com uma análise aprofundada – ou semi-aprofundada – das raízes dos Stones. Não referir uma única vez o nome de Ian Stewart, falecido na década de oitenta, mas peça fulcral para o aparecimento e crescimento da banda é, acima de todas as outras lacunas biográficas, aquela que prova que “Shine a Light” não passa do retrato de um dos inúmeros concertos que os “The Rolling Stones” deram – e continuam a dar – na sua carreira. E por estes lados tenho mais queda para o Biography Channel do que para a MTV.
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Vendido como um documentário sobre a carreira e a história de vida dos míticos “The Rolling Stones”, “Shine a Light” não é nada mais do que um filme concerto, que alterna as faixas musicais da banda inglesa com breves espasmos de entrevistas do passado de Jagger e companhia. Com uma “set list” que dificilmente terá agradado aos mais fanáticos da banda, o único factor que diferencia “Shine a Light” de tantos outros é o conhecimento estratégico de Scorsese em todas as transições que estabelece durante a fita. Com a ajuda de uma equipa de filmagem multi-galardoada, a nível técnico poucas falhas podem ser apontadas ao oscarizado realizador. No entanto, o potencial histórico de uma banda com quase cinquenta anos de carreira acaba por se esbanjar numa narrativa puramente descritiva, onde o objectivo principal parece ser entregar uma única mensagem: “Haverá alguém com a nossa idade com tanta energia como nós?”.Com o célebre Beacon Theater em Nova Iorque como pano de fundo, “Shine a Light” fica aquém da obra de Scorsese dedicada a Bob Dylan em 2005, “No Direction Home”, mais biográfico e menos artístico. Numa altura em que “U2 3D” revolucionou e elevou o nível dos filmes concerto para outro patamar, parece-me uma má opção de Scorsese não ter equilibrado o espectáculo visual que oferece com uma análise aprofundada – ou semi-aprofundada – das raízes dos Stones. Não referir uma única vez o nome de Ian Stewart, falecido na década de oitenta, mas peça fulcral para o aparecimento e crescimento da banda é, acima de todas as outras lacunas biográficas, aquela que prova que “Shine a Light” não passa do retrato de um dos inúmeros concertos que os “The Rolling Stones” deram – e continuam a dar – na sua carreira. E por estes lados tenho mais queda para o Biography Channel do que para a MTV.