"Help!!!" é, segundo as palavras do seu realizador, uma sátira política ao governo de Hong Kong e ao desinteresse patriótico dos seus cidadãos. Num registo irónico e pérfido às suas origens, a narrativa de To desenrola-se segundo as bases de um drama hospitalar frenético que opõe o livro de normas de funcionamento de um hospital demente contra a obrigação moral de alguns dos seus médicos mais puros de salvar vidas. Repleto de artimanhas estruturais - que passam desde a suposta desculpa de todo o baile artístico não passar de uma simples novela, ao mendigo que ganha a lotaria e gasta todo o dinheiro numa cirurgia plástica -, este desvio de estilo do carismático realizador de acção Johnny To acaba por saber a pouco, muito pouco. Sem congruência nem harmonia enquanto sistema, o filme funciona apenas como um conjunto isolado de "sketches" humorísticos, quase todos demasiado absurdos para serem respeitados enquanto tentativas lógicas e divertidas de crítica social.Realizado, produzido e distribuído em apenas vinte e sete dias - e Johnny To gosta deste tipo de astúcias, bastando relembrar a cena de "Breaking News" onde, numa única sequência, filma dez minutos seguidos de tiroteios, perseguições e explosões - "Lat sau wui cheun" é uma comédia negra sem lugar numa futura retrospectiva cinematográfica do respeitado realizador de Hong Kong, que apenas nos últimos oito anos estreou vinte e três filmes. Resta um merecido destaque para Cecilia Cheung, a princesa Qingcheng de "The Promise", que em início de carreira patenteava rasgos de talento inquestionáveis.
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"Help!!!" é, segundo as palavras do seu realizador, uma sátira política ao governo de Hong Kong e ao desinteresse patriótico dos seus cidadãos. Num registo irónico e pérfido às suas origens, a narrativa de To desenrola-se segundo as bases de um drama hospitalar frenético que opõe o livro de normas de funcionamento de um hospital demente contra a obrigação moral de alguns dos seus médicos mais puros de salvar vidas. Repleto de artimanhas estruturais - que passam desde a suposta desculpa de todo o baile artístico não passar de uma simples novela, ao mendigo que ganha a lotaria e gasta todo o dinheiro numa cirurgia plástica -, este desvio de estilo do carismático realizador de acção Johnny To acaba por saber a pouco, muito pouco. Sem congruência nem harmonia enquanto sistema, o filme funciona apenas como um conjunto isolado de "sketches" humorísticos, quase todos demasiado absurdos para serem respeitados enquanto tentativas lógicas e divertidas de crítica social.Realizado, produzido e distribuído em apenas vinte e sete dias - e Johnny To gosta deste tipo de astúcias, bastando relembrar a cena de "Breaking News" onde, numa única sequência, filma dez minutos seguidos de tiroteios, perseguições e explosões - "Lat sau wui cheun" é uma comédia negra sem lugar numa futura retrospectiva cinematográfica do respeitado realizador de Hong Kong, que apenas nos últimos oito anos estreou vinte e três filmes. Resta um merecido destaque para Cecilia Cheung, a princesa Qingcheng de "The Promise", que em início de carreira patenteava rasgos de talento inquestionáveis.