As marcas são notáveis, as que o teu rosto descreve nas tristes rugas. Fazem-me lembrar aquelas ruas de outrora, carreiros de terra batida.Vejo-vos por todo lado!Debaixo de sol a sol, descalços de punhos arregaçados, construindo as calçadas que hoje piso, as esculturas que hoje olho, os monumentos que ainda perduram no olhar esquecido da sociedade.O ardina, o engraxador, a varina que saudades!De vós homens e mulheres, que me olham com nostalgia a mocidade nas palmas da vossa mão.Agora vejo-vos dispersos nos bancos enferrujados daqueles jardins. Encarcerados em lares, esquecidos na solidão de um hospital qualquer.Subjugados à própria sorte entre orações e mágoas de um tempo que não volta mais.A vossa herança será sempre a fortuna mais valiosa mas a menos reconhecida nos espinhos da vida.Olhem!Para a nossa gratidão...Como se despreza uns cabelos brancos como é fácil chamar-lhes velhos,chatos, REFORMADOS. Quando eles só nos pedem um pouco mais de atenção...Hoje somos os netos, filhos, amanhã também passaremos a ser os velhos de outra geração.Conceição Bernardino
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As marcas são notáveis, as que o teu rosto descreve nas tristes rugas. Fazem-me lembrar aquelas ruas de outrora, carreiros de terra batida.Vejo-vos por todo lado!Debaixo de sol a sol, descalços de punhos arregaçados, construindo as calçadas que hoje piso, as esculturas que hoje olho, os monumentos que ainda perduram no olhar esquecido da sociedade.O ardina, o engraxador, a varina que saudades!De vós homens e mulheres, que me olham com nostalgia a mocidade nas palmas da vossa mão.Agora vejo-vos dispersos nos bancos enferrujados daqueles jardins. Encarcerados em lares, esquecidos na solidão de um hospital qualquer.Subjugados à própria sorte entre orações e mágoas de um tempo que não volta mais.A vossa herança será sempre a fortuna mais valiosa mas a menos reconhecida nos espinhos da vida.Olhem!Para a nossa gratidão...Como se despreza uns cabelos brancos como é fácil chamar-lhes velhos,chatos, REFORMADOS. Quando eles só nos pedem um pouco mais de atenção...Hoje somos os netos, filhos, amanhã também passaremos a ser os velhos de outra geração.Conceição Bernardino