TONIBLER: Montesinho

01-07-2011
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Alguém deveria colocar Mota Andrade, da distrital do PS de Bragança, perante a seguinte hipótese: "Mota, temos aqui uma ideia para ti! Essa tua cara de palerma, pode e deve ser altamente rentabilizada! Repara: Todos os dias deixas o Moke dar-te uma valente cabeçada que te deixa todo azargalhado. Por cada cabeçada, recebes 100 contos em vouchers da Recycla Tu Carita De Cabron. São 3000 contos ao mês, que podes gastar em peelings, silicone nos lábios, remoção da zona capilar no nariz e orelhas, etc. Que dizes? Hã? Apesar da cabeçada te deixar com a fronha tipo Lili ou Sá Pinto (aliás, extremamente parecidos..), depois podes fazer aí uns arranjos e tal!"Isto no seguimento da brilhante ideia de Mota Andrade, cuja mentalidade revolucionária para o Parque do Montesinho passa por "apresentar ao Governo um “pacote de contestação” e que espera que a tutela corrija os condicionalismos propostos pelo ICN", uma vez que, "“Está tudo ao contrário do que devia ser”, afirmou o dirigente socialista, para quem o que o ICN propõe contraria aquela que deve ser a sua missão de defesa do património natural.Os pontos alvo de maior contestação dizem respeito à proibição nesta área protegida de aerogeradores para exploração da energia eólica, construção de barragens e mesmo de estradas de maior dimensão". Mota Andrade tem daquelas mentalidades avançadas, da famosa corrente BESeana, que acha que a solução para áreas protegidas passa, invariavelmente, por estimular o turismo, a economia local, por fixar e atraír pessoas. Há cerca de um mês passeio 4 dias no Montesinho, em Gondosende. Montesinho é uma terra selvagem, bastante virgem, polvilhada por uma vintena de aldeias dentro do perímetro do parque. Grande parte das aldeias estão parcialmente abandonadas, com apenas 10 a 20 pessoas a resistirem estóicamente. Vida dura (9 meses de inverno e 3 de inferno), substancialmente ligada à agricultura. Falei bastante tempo com alguns habitantes e, por um mero acaso, tive oportunidade de passar um dia com um dos guardas do parque, que nos levou a conhecer alguns dos locais mais fantásticos (e quase que me deixou a pé por eu ter dito uma piada sobre o menino guerreiro). Um abismo enorme entre eles. Para os habitantes do parque, o ICN é uma ameaça, uma vez que são eles que "botam lobos e veados no parque", o que por vezes lhes arrasa as subsistências. Para o parque, a mentalidade e falta de educação das pessoas representam um entrave enorme a medidas mais ambiciosas. É um equilibrio complexo de ser atingido. Solução? Não há. Para grande parte dos que restam, turistas por causa do parque são completamente dispensáveis. Não há uma economia virada para a exploração dessa área de negócio (existem 2 ou 3 cafés no total das aldeias), os donos das casas de habitação são normalmente pessoas com outro tipo de posses, de Mirandela ou Bragança. Os turistas que procuram Montesinho, não são, de forma alguma, dos que gostam de chegar lá, estender a toalha, e ir mandar umas solhas nos locais, depois de terem ingerido um barril de cerveja per capita. Esta polémica surge porque para o ICN o Montesinho é importante demais. É importante demais para ter postes com hélices, é importante demais para ter turismo de massas. Arruínaram o litoral. Vivam do litoral. Montesinho merece continuar como está. Merece continuar sem pessoas em demasia. Não merece ter a vista que tem sobre as burrices dos espanhóis(ilustrado). Só assim será possível manter um ecosistema extremamente sensível, cuja cadeia é facilmente quebrada. E só um cabecinha de vento como o Andrade para julgar o contrário...PS - Já agora, se calhar entrando em contradição com o que disse, quando tiverem oportunidade, visitem. O parque aluga umas casas em sítios fabulosos, sobretudo para quem gosta de muita natureza e uns mergulhos nos lagos.

Alguém deveria colocar Mota Andrade, da distrital do PS de Bragança, perante a seguinte hipótese: "Mota, temos aqui uma ideia para ti! Essa tua cara de palerma, pode e deve ser altamente rentabilizada! Repara: Todos os dias deixas o Moke dar-te uma valente cabeçada que te deixa todo azargalhado. Por cada cabeçada, recebes 100 contos em vouchers da Recycla Tu Carita De Cabron. São 3000 contos ao mês, que podes gastar em peelings, silicone nos lábios, remoção da zona capilar no nariz e orelhas, etc. Que dizes? Hã? Apesar da cabeçada te deixar com a fronha tipo Lili ou Sá Pinto (aliás, extremamente parecidos..), depois podes fazer aí uns arranjos e tal!"Isto no seguimento da brilhante ideia de Mota Andrade, cuja mentalidade revolucionária para o Parque do Montesinho passa por "apresentar ao Governo um “pacote de contestação” e que espera que a tutela corrija os condicionalismos propostos pelo ICN", uma vez que, "“Está tudo ao contrário do que devia ser”, afirmou o dirigente socialista, para quem o que o ICN propõe contraria aquela que deve ser a sua missão de defesa do património natural.Os pontos alvo de maior contestação dizem respeito à proibição nesta área protegida de aerogeradores para exploração da energia eólica, construção de barragens e mesmo de estradas de maior dimensão". Mota Andrade tem daquelas mentalidades avançadas, da famosa corrente BESeana, que acha que a solução para áreas protegidas passa, invariavelmente, por estimular o turismo, a economia local, por fixar e atraír pessoas. Há cerca de um mês passeio 4 dias no Montesinho, em Gondosende. Montesinho é uma terra selvagem, bastante virgem, polvilhada por uma vintena de aldeias dentro do perímetro do parque. Grande parte das aldeias estão parcialmente abandonadas, com apenas 10 a 20 pessoas a resistirem estóicamente. Vida dura (9 meses de inverno e 3 de inferno), substancialmente ligada à agricultura. Falei bastante tempo com alguns habitantes e, por um mero acaso, tive oportunidade de passar um dia com um dos guardas do parque, que nos levou a conhecer alguns dos locais mais fantásticos (e quase que me deixou a pé por eu ter dito uma piada sobre o menino guerreiro). Um abismo enorme entre eles. Para os habitantes do parque, o ICN é uma ameaça, uma vez que são eles que "botam lobos e veados no parque", o que por vezes lhes arrasa as subsistências. Para o parque, a mentalidade e falta de educação das pessoas representam um entrave enorme a medidas mais ambiciosas. É um equilibrio complexo de ser atingido. Solução? Não há. Para grande parte dos que restam, turistas por causa do parque são completamente dispensáveis. Não há uma economia virada para a exploração dessa área de negócio (existem 2 ou 3 cafés no total das aldeias), os donos das casas de habitação são normalmente pessoas com outro tipo de posses, de Mirandela ou Bragança. Os turistas que procuram Montesinho, não são, de forma alguma, dos que gostam de chegar lá, estender a toalha, e ir mandar umas solhas nos locais, depois de terem ingerido um barril de cerveja per capita. Esta polémica surge porque para o ICN o Montesinho é importante demais. É importante demais para ter postes com hélices, é importante demais para ter turismo de massas. Arruínaram o litoral. Vivam do litoral. Montesinho merece continuar como está. Merece continuar sem pessoas em demasia. Não merece ter a vista que tem sobre as burrices dos espanhóis(ilustrado). Só assim será possível manter um ecosistema extremamente sensível, cuja cadeia é facilmente quebrada. E só um cabecinha de vento como o Andrade para julgar o contrário...PS - Já agora, se calhar entrando em contradição com o que disse, quando tiverem oportunidade, visitem. O parque aluga umas casas em sítios fabulosos, sobretudo para quem gosta de muita natureza e uns mergulhos nos lagos.

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