4ª Feira é dia de crónica de Rui Tavares no Público e a de hoje veio tocar algumas campainhas a que sou especialmente sensível. (Clicar na imagem para ler. Online, para já, só em inglês…)
Há muito que penso, sem qualquer pretensão de originalidade, que é muito provável que estejamos a viver a última fase de um certo protagonismo que a Europa ainda tem no mundo (menor do aquele que a própria imagina, mas ainda assim…). Mais: dada a velocidade a que tudo se passa nos tempos que vão correndo, e tendo em conta os acontecimentos recentes dos quais o «drama» financeiro é apenas a ponta do icebergue, é bem possível que o fim só não esteja à vista porque recusamos olhar para a linha do horizonte. Se o fizéssemos, talvez retardássemos o processo ou, pelo menos, limitássemos melhor os estragos. Mas parecemos estar a escolher o caminho diametralmente oposto.
É neste contexto que insiro o que Rui Tavares escreve:
«Não pensamos nisto todos os dias, mas as entidades políticas acabam. A União Soviética acabou – quem o imaginaria um par de anos antes? Acabaram grandes impérios como o Austro-Húngaro – e também em pouco tempo. (…)Um evento financeiro em grande escala não se limita nunca a um mero evento financeiro, mas é um catalisador de consequências sociais e políticas pelas quais às vezes se paga um preço duríssimo. (…)Na Europa, não vejo um cenário de desagregação que não seja arriscado. Mesmo que fiquemos longe das calamidades de que este continente é capaz, basta o desenvolvimento das tendências actuais para que a União Europeia seja globalmente irrelevante daqui a trinta anos.»
Julgo que é para aí que caminhamos. Tirei da frase a palavra «infelizmente», que tinha inicialmente utilizado, porque não corresponde ao que sinto: sei lá se é infelizmente! Sem dramatismo: outros passarão, estão já a passar, para a linha da frente..
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4ª Feira é dia de crónica de Rui Tavares no Público e a de hoje veio tocar algumas campainhas a que sou especialmente sensível. (Clicar na imagem para ler. Online, para já, só em inglês…)
Há muito que penso, sem qualquer pretensão de originalidade, que é muito provável que estejamos a viver a última fase de um certo protagonismo que a Europa ainda tem no mundo (menor do aquele que a própria imagina, mas ainda assim…). Mais: dada a velocidade a que tudo se passa nos tempos que vão correndo, e tendo em conta os acontecimentos recentes dos quais o «drama» financeiro é apenas a ponta do icebergue, é bem possível que o fim só não esteja à vista porque recusamos olhar para a linha do horizonte. Se o fizéssemos, talvez retardássemos o processo ou, pelo menos, limitássemos melhor os estragos. Mas parecemos estar a escolher o caminho diametralmente oposto.
É neste contexto que insiro o que Rui Tavares escreve:
«Não pensamos nisto todos os dias, mas as entidades políticas acabam. A União Soviética acabou – quem o imaginaria um par de anos antes? Acabaram grandes impérios como o Austro-Húngaro – e também em pouco tempo. (…)Um evento financeiro em grande escala não se limita nunca a um mero evento financeiro, mas é um catalisador de consequências sociais e políticas pelas quais às vezes se paga um preço duríssimo. (…)Na Europa, não vejo um cenário de desagregação que não seja arriscado. Mesmo que fiquemos longe das calamidades de que este continente é capaz, basta o desenvolvimento das tendências actuais para que a União Europeia seja globalmente irrelevante daqui a trinta anos.»
Julgo que é para aí que caminhamos. Tirei da frase a palavra «infelizmente», que tinha inicialmente utilizado, porque não corresponde ao que sinto: sei lá se é infelizmente! Sem dramatismo: outros passarão, estão já a passar, para a linha da frente..