Câmara Corporativa: Da importância da matemática (operações básicas)

05-07-2011
marcar artigo


Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas, deu uma entrevista ao Rádio Clube. Eis um extracto da entrevista:“OM – A média de derrapagem dos contratos em Portugal é de 100 por cento. É na base de um estudo do Instituto Superior Técnico, a partir de elementos do Tribunal. A média! Isto significa que há derrapagens que correspondem a quatro e cinco vezes mais, estamos a falar de 400 e 500 pontos percentuais. 400 e 500 pontos percentuais!RCP – Quantias enormíssimas… Mas isso não revela um desmazelo?OM – Isto é uma coisa endémica, um hábito antigo, um hábito antigo, uma questão de regime, um problema de regime, porque não há ninguém que possa dizer “nós fizemos”... Isto é uma média no médio e longo prazo. Estamos a falar de uma série longa de 30 anos — não é? —, e uma série longa de 30 anos em que a média de derrapagem é de 100 por cento. Por que razão é que há derrapagens por sistema nos concursos públicos? Por que razão? Por que razão? Esta é a nossa pergunta.RCP – Não fazem bem contas…OM – Pois, não fazem bem contas desde o início.”Esqueçamo-nos da aritmética. A questão a que Oliveira Martins não deu resposta é saber por que o Ministério Público, face a um número tão elevado de infracções, não acusa: as sanções aplicadas pelo Tribunal de Contas, entre 2003 e 2005, atingiram a astronómica quantia de 14.905 euros, sabendo-se, de resto, “que, em cada 100 relatórios de auditoria, quer do Tribunal, quer inclusivamente da Inspecção-Geral de Finanças e de outras inspecções-gerais, só dois ou três por cento é que são utilizados pelo Ministério Público para a efectivação das responsabilidades financeiras.”Tendo sido alterada, em Agosto de 2006, a lei do Tribunal de Contas, para que o Ministério Público não pudesse esquivar-se a acusar, a bola está agora nas mãos de Oliveira Martins. Já não estamos em época de diagnósticos…


Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas, deu uma entrevista ao Rádio Clube. Eis um extracto da entrevista:“OM – A média de derrapagem dos contratos em Portugal é de 100 por cento. É na base de um estudo do Instituto Superior Técnico, a partir de elementos do Tribunal. A média! Isto significa que há derrapagens que correspondem a quatro e cinco vezes mais, estamos a falar de 400 e 500 pontos percentuais. 400 e 500 pontos percentuais!RCP – Quantias enormíssimas… Mas isso não revela um desmazelo?OM – Isto é uma coisa endémica, um hábito antigo, um hábito antigo, uma questão de regime, um problema de regime, porque não há ninguém que possa dizer “nós fizemos”... Isto é uma média no médio e longo prazo. Estamos a falar de uma série longa de 30 anos — não é? —, e uma série longa de 30 anos em que a média de derrapagem é de 100 por cento. Por que razão é que há derrapagens por sistema nos concursos públicos? Por que razão? Por que razão? Esta é a nossa pergunta.RCP – Não fazem bem contas…OM – Pois, não fazem bem contas desde o início.”Esqueçamo-nos da aritmética. A questão a que Oliveira Martins não deu resposta é saber por que o Ministério Público, face a um número tão elevado de infracções, não acusa: as sanções aplicadas pelo Tribunal de Contas, entre 2003 e 2005, atingiram a astronómica quantia de 14.905 euros, sabendo-se, de resto, “que, em cada 100 relatórios de auditoria, quer do Tribunal, quer inclusivamente da Inspecção-Geral de Finanças e de outras inspecções-gerais, só dois ou três por cento é que são utilizados pelo Ministério Público para a efectivação das responsabilidades financeiras.”Tendo sido alterada, em Agosto de 2006, a lei do Tribunal de Contas, para que o Ministério Público não pudesse esquivar-se a acusar, a bola está agora nas mãos de Oliveira Martins. Já não estamos em época de diagnósticos…

marcar artigo