O FUTURO PRESENTE: Nostalgias 2

01-07-2011
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"Il Gattopardo" é uma dessas fitas excepcionais a partir de um livro excepcional. E é, por isso, uma raridade - um grande romance que deu um grande filme. Vi-o não sei quantas vezes, e considero-o muito bom (e muito importante) em muitas coisas ao mesmo tempo: de uma estética superior, a música magnífica, a Claudia Cardinale no seu melhor, o Burt Lancaster - em vez de pirata, apache ou "bom ladrão" medieval - um Príncipe de Salina autêntico, de quem o Lampedusa não se envergonharia. E depois há o tratado histórico-político, esta bíblia do verdadeiro e digno conservadorismo esclarecido. Deixo esta passagem, com toda a nostalgia de quem a viu há muito pela primeira vez, mas que sabe que depois de mim muitos se vão continuar a maravihar com esta obra, única por harmonizar o belo e o verdadeiro. Isto apesar do Visconti, cedendo ao espírito do tempo artístico-político, ter puxado por algumas linhas de dialéctica marxista onde o Lampedusa fora um narrador ao modo dos Antigos, cruzado com o "espírito romântico" (e lúcido) de quem contava também a sua tragédia, a história da sua classe e da sua terra. Como se fosse possível cruzar Tucídides e Tácito com Scott Fitzgerald e Evelyn Waugh... e foi.

"Il Gattopardo" é uma dessas fitas excepcionais a partir de um livro excepcional. E é, por isso, uma raridade - um grande romance que deu um grande filme. Vi-o não sei quantas vezes, e considero-o muito bom (e muito importante) em muitas coisas ao mesmo tempo: de uma estética superior, a música magnífica, a Claudia Cardinale no seu melhor, o Burt Lancaster - em vez de pirata, apache ou "bom ladrão" medieval - um Príncipe de Salina autêntico, de quem o Lampedusa não se envergonharia. E depois há o tratado histórico-político, esta bíblia do verdadeiro e digno conservadorismo esclarecido. Deixo esta passagem, com toda a nostalgia de quem a viu há muito pela primeira vez, mas que sabe que depois de mim muitos se vão continuar a maravihar com esta obra, única por harmonizar o belo e o verdadeiro. Isto apesar do Visconti, cedendo ao espírito do tempo artístico-político, ter puxado por algumas linhas de dialéctica marxista onde o Lampedusa fora um narrador ao modo dos Antigos, cruzado com o "espírito romântico" (e lúcido) de quem contava também a sua tragédia, a história da sua classe e da sua terra. Como se fosse possível cruzar Tucídides e Tácito com Scott Fitzgerald e Evelyn Waugh... e foi.

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