O Cachimbo de Magritte: Fumar ou não fumar

24-01-2012
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Um amigo pergunta-me se, por aqui, ninguém tem posição sobre a nova causa fracturante da blogosfera: a lei do tabaco. Na verdade, há muito que temos o problema resolvido. O fumo no Cachimbo não é livre - é obrigatório. Trata-se até da única condição para entrar neste estabelecimento. Ninguém tem que apresentar certidão de licenciatura, mesmo que seja engenheiro, nem provar que não é arguido em processo que meta as Câmaras de Lisboa ou Salvaterra de Magos, nem fazer, imagine-se, a mais leve profissão de benfiquismo. Basta que fume. Os conservadores fumam as cinzas de D. Miguel num cachimbo de cerejeira, os liberais um Marlboro importado de Chicago sem passar pela alfândega, os fascistas um charuto feito só com a mão direita nas antigas províncias ultramarinas, os libertários um charro, as senhoras uma cigarrilha e os filósofos fragmentos nebulosos de Heráclito enrolados em aforismos incendiários de Nietzsche. Os economistas de Setúbal, uma classe intelectual à parte, vão ao Barreiro fumar directamente do ar para maximizar os recursos.De qualquer modo, quem não quer fumar fica à porta. Sabe-se lá as doenças que pode ter...


Um amigo pergunta-me se, por aqui, ninguém tem posição sobre a nova causa fracturante da blogosfera: a lei do tabaco. Na verdade, há muito que temos o problema resolvido. O fumo no Cachimbo não é livre - é obrigatório. Trata-se até da única condição para entrar neste estabelecimento. Ninguém tem que apresentar certidão de licenciatura, mesmo que seja engenheiro, nem provar que não é arguido em processo que meta as Câmaras de Lisboa ou Salvaterra de Magos, nem fazer, imagine-se, a mais leve profissão de benfiquismo. Basta que fume. Os conservadores fumam as cinzas de D. Miguel num cachimbo de cerejeira, os liberais um Marlboro importado de Chicago sem passar pela alfândega, os fascistas um charuto feito só com a mão direita nas antigas províncias ultramarinas, os libertários um charro, as senhoras uma cigarrilha e os filósofos fragmentos nebulosos de Heráclito enrolados em aforismos incendiários de Nietzsche. Os economistas de Setúbal, uma classe intelectual à parte, vão ao Barreiro fumar directamente do ar para maximizar os recursos.De qualquer modo, quem não quer fumar fica à porta. Sabe-se lá as doenças que pode ter...

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