secessão
A natureza autonómica do estado espanhol parece já não ser suficiente para manter a unidade nacional, se é que ela verdadeiramente existe, ou alguma vez existiu, em Espanha. Sendo que o grau dessa autonomia é muito variável, consoante as regiões pretendam uma maior ou menor ligação ao poder central, a Catalunha, que levou essa distância ao máximo permitido pela Constituição, continua insatisfeita e a manifestar-se esmagadoramente nas ruas, pedindo um referendo à secessão do estado espanhol. Há poucas semanas, a Escócia não se separou do Reino Unido por menos de dez pontos percentuais em relação ao não. Se os estados compostos da União Europeia se começarem a cindir, não há mecanismo previsto nem para os integrar, nem para os excluir. Este é o problema político que a Europa enfrentará nos próximos anos, e que de alguma forma corresponde ao fim do Estado-Nação, onde ele nasceu e provavelmente se esgotou. A insatisfação das pessoas pelo fracasso das políticas que os seus estados conduziram nas últimas décadas, a sensação de que algumas regiões vivem à custa de outras e a insatisfação generalizada com os governos centrais, são sentimentos que estão longe de serem distantes a estes acontecimentos. O modelo de organização política estadual, como o conhecemos nos últimos duzentos anos, poderá não durar muito mais, nos países que não forem capazes de o modificar a tempo.
secessão
A natureza autonómica do estado espanhol parece já não ser suficiente para manter a unidade nacional, se é que ela verdadeiramente existe, ou alguma vez existiu, em Espanha. Sendo que o grau dessa autonomia é muito variável, consoante as regiões pretendam uma maior ou menor ligação ao poder central, a Catalunha, que levou essa distância ao máximo permitido pela Constituição, continua insatisfeita e a manifestar-se esmagadoramente nas ruas, pedindo um referendo à secessão do estado espanhol. Há poucas semanas, a Escócia não se separou do Reino Unido por menos de dez pontos percentuais em relação ao não. Se os estados compostos da União Europeia se começarem a cindir, não há mecanismo previsto nem para os integrar, nem para os excluir. Este é o problema político que a Europa enfrentará nos próximos anos, e que de alguma forma corresponde ao fim do Estado-Nação, onde ele nasceu e provavelmente se esgotou. A insatisfação das pessoas pelo fracasso das políticas que os seus estados conduziram nas últimas décadas, a sensação de que algumas regiões vivem à custa de outras e a insatisfação generalizada com os governos centrais, são sentimentos que estão longe de serem distantes a estes acontecimentos. O modelo de organização política estadual, como o conhecemos nos últimos duzentos anos, poderá não durar muito mais, nos países que não forem capazes de o modificar a tempo.