No país dos rodinhas

10-07-2011
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Gosto imenso de ler o que escreve o RMD, tem sempre imensa graça, no seu estilo social-marialva, mas devia evitar escrever sobre certos temas. É que, nos últimos dias, constata-se que percebe tanto de mercados financeiros como eu de touradas. Por isso eu não escrevo sobre touradas.

Quando, hoje, com um tom sapiente, afirma que “a ideia de que os mercados se regulam sozinhos foi enterrada ontem”, só posso concluir que o RMD vive no país do rodinhas, nesse mítico espaço ideal, bem diferente daquele onde os mercado existem. Para começar, gostava eu de saber onde é que há mercados que se regulam sozinhos. Depois, gostava também que me explicassem porque é que uma falência representa uma falha de mercado (ao ponto de se passar uma certidão de óbito à autoregulação). É sabido, a SEC já anunciou que os depósitos na Lehman estão garantidos. Quem vai sofrer as consequências da falência são os accionistas, ou quem apostou em produtos da Lehman, com risco. Admite-se que os activos da Lehman sejam suficientes para cobrir as dividas a fornecedores, embora, só no final seja possível confirmar se isso é ou não verdade. Muitos fornecedores vão perder o seu cliente. Agora, o risco é isso mesmo, é a possibilidade de o negócio não ser maximizado e, no limite, ir ao charco. Só negociou com a Lehman quem quis. Ficava preocupado se a falência não tivesse ocorrido, e entretanto os depósitos desaparecessem: aí sim, haveria uma falha de mercado, teria havido lacunas no exercício da regulação. Agora, numa falência?

Gosto imenso de ler o que escreve o RMD, tem sempre imensa graça, no seu estilo social-marialva, mas devia evitar escrever sobre certos temas. É que, nos últimos dias, constata-se que percebe tanto de mercados financeiros como eu de touradas. Por isso eu não escrevo sobre touradas.

Quando, hoje, com um tom sapiente, afirma que “a ideia de que os mercados se regulam sozinhos foi enterrada ontem”, só posso concluir que o RMD vive no país do rodinhas, nesse mítico espaço ideal, bem diferente daquele onde os mercado existem. Para começar, gostava eu de saber onde é que há mercados que se regulam sozinhos. Depois, gostava também que me explicassem porque é que uma falência representa uma falha de mercado (ao ponto de se passar uma certidão de óbito à autoregulação). É sabido, a SEC já anunciou que os depósitos na Lehman estão garantidos. Quem vai sofrer as consequências da falência são os accionistas, ou quem apostou em produtos da Lehman, com risco. Admite-se que os activos da Lehman sejam suficientes para cobrir as dividas a fornecedores, embora, só no final seja possível confirmar se isso é ou não verdade. Muitos fornecedores vão perder o seu cliente. Agora, o risco é isso mesmo, é a possibilidade de o negócio não ser maximizado e, no limite, ir ao charco. Só negociou com a Lehman quem quis. Ficava preocupado se a falência não tivesse ocorrido, e entretanto os depósitos desaparecessem: aí sim, haveria uma falha de mercado, teria havido lacunas no exercício da regulação. Agora, numa falência?

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