O país do Burro: Dia Internacional de Reivindicação de Condições Laborais

07-07-2011
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Há 123 anos, em 1886, nas ruas de Chicago, Estados Unidos, milhares de trabalhadores reivindicaram a redução da jornada de trabalho de 16 para 8 horas diárias. Nesse mesmo dia, o protesto alastrou a todo o país e teve início uma greve geral que parou toda a América. Passados dois dias, no dia 3 de Maio, teve lugar uma nova manifestação que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, outra manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, terminando com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio das forças policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia, resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores. Meses depois, a Internacional Socialista proclama a data como Dia Internacional de Reivindicação de Condições Laborais.Em 23 de Abril de 1919, o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio dia feriado. Segue-lhe o exemplo a Rússia, em 1920, e a adopção do 1º de Maio como feriado nacional rapidamente é seguida em muitos outros países. O Dia do Trabalhador continua a não ser comemorado nos Estados Unidos, mas, em 1890, a luta dos trabalhadores americanos conduziu o Congresso à aprovação da redução da jornada de trabalho de 16 para 8 horas diárias.Hoje, 123 anos depois, o 1º de Maio assume um significado especial. Em Portugal, é o primeiro ano de vigência de um Código de Trabalho que, entre muitas regressões, consagrou a possibilidade do recurso à jornada de trabalho de 12 horas. Na Europa, a União Europeia esteve a um passo de aprovar a semana laboral de 65 horas. O Governo Sócrates absteve-se, mas a medida foi rejeitada no Parlamento Europeu com os votos de uma esquerda que cerrou fileiras para impedir mais um retrocesso civilizacional. Hoje, 1º de Maio, é o dia de recordar todas as lutas passadas, as mais antigas e as mais recentes. E é também uma excelente data para reafirmar a importância primordial do voto para a determinação de lutas futuras. Poderão ser batalhas travadas para reconquistar direitos perdidos ingloriamente ou, desejavelmente, poderão ser disputas de novos direitos imprescindíveis na construção de uma sociedade mais justa. Tudo depende em que mãos venha a cair o poder político.


Há 123 anos, em 1886, nas ruas de Chicago, Estados Unidos, milhares de trabalhadores reivindicaram a redução da jornada de trabalho de 16 para 8 horas diárias. Nesse mesmo dia, o protesto alastrou a todo o país e teve início uma greve geral que parou toda a América. Passados dois dias, no dia 3 de Maio, teve lugar uma nova manifestação que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, outra manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, terminando com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio das forças policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia, resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores. Meses depois, a Internacional Socialista proclama a data como Dia Internacional de Reivindicação de Condições Laborais.Em 23 de Abril de 1919, o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio dia feriado. Segue-lhe o exemplo a Rússia, em 1920, e a adopção do 1º de Maio como feriado nacional rapidamente é seguida em muitos outros países. O Dia do Trabalhador continua a não ser comemorado nos Estados Unidos, mas, em 1890, a luta dos trabalhadores americanos conduziu o Congresso à aprovação da redução da jornada de trabalho de 16 para 8 horas diárias.Hoje, 123 anos depois, o 1º de Maio assume um significado especial. Em Portugal, é o primeiro ano de vigência de um Código de Trabalho que, entre muitas regressões, consagrou a possibilidade do recurso à jornada de trabalho de 12 horas. Na Europa, a União Europeia esteve a um passo de aprovar a semana laboral de 65 horas. O Governo Sócrates absteve-se, mas a medida foi rejeitada no Parlamento Europeu com os votos de uma esquerda que cerrou fileiras para impedir mais um retrocesso civilizacional. Hoje, 1º de Maio, é o dia de recordar todas as lutas passadas, as mais antigas e as mais recentes. E é também uma excelente data para reafirmar a importância primordial do voto para a determinação de lutas futuras. Poderão ser batalhas travadas para reconquistar direitos perdidos ingloriamente ou, desejavelmente, poderão ser disputas de novos direitos imprescindíveis na construção de uma sociedade mais justa. Tudo depende em que mãos venha a cair o poder político.

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