O país do Burro: Regresso ao passado

06-07-2011
marcar artigo


Depois da semana de trabalho de 44 horas, que vigorou logo a seguir ao 25 de Abril, e das reduções entretanto introduzidas para 40 e 35 horas semanais, eis que regressamos aos dias da jorna “de Sol a Sol”: o Governo quer introduzir a semana de 50 horas. O Diário Económico, que teve acesso ao documento da proposta do Governo, apresenta a alteração inserindo-a nas reformas da Administração Pública, mas vai dizendo que é uma aproximação do contrato de trabalho da função pública ao Código do Trabalho, o que deixa antever um aumento também no sector privado.Este é o teste final à capacidade de resignação dos portugueses. Uma semana de 50 horas significa mais desemprego. Significa passar o dia inteiro a trabalhar. Significa não ter tempo para a família, para o desenvolvimento pessoal, para o lazer, para o consumo, para a cultura. Significa viver exclusivamente para trabalhar. Durante a ditadura, arriscando a vida, a liberdade, sujeitando-se à tortura e à imaginação repressiva do regime, os pais desta geração lutaram para que se trabalhasse para viver. Vejamos se hoje, em liberdade e sem repressão, os seus filhos serão capazes de não deixar cair aquilo que custou tanto a conquistar.


Depois da semana de trabalho de 44 horas, que vigorou logo a seguir ao 25 de Abril, e das reduções entretanto introduzidas para 40 e 35 horas semanais, eis que regressamos aos dias da jorna “de Sol a Sol”: o Governo quer introduzir a semana de 50 horas. O Diário Económico, que teve acesso ao documento da proposta do Governo, apresenta a alteração inserindo-a nas reformas da Administração Pública, mas vai dizendo que é uma aproximação do contrato de trabalho da função pública ao Código do Trabalho, o que deixa antever um aumento também no sector privado.Este é o teste final à capacidade de resignação dos portugueses. Uma semana de 50 horas significa mais desemprego. Significa passar o dia inteiro a trabalhar. Significa não ter tempo para a família, para o desenvolvimento pessoal, para o lazer, para o consumo, para a cultura. Significa viver exclusivamente para trabalhar. Durante a ditadura, arriscando a vida, a liberdade, sujeitando-se à tortura e à imaginação repressiva do regime, os pais desta geração lutaram para que se trabalhasse para viver. Vejamos se hoje, em liberdade e sem repressão, os seus filhos serão capazes de não deixar cair aquilo que custou tanto a conquistar.

marcar artigo