O Abre-Surdo: David Borges

30-06-2011
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Ouvia hoje, por acaso, a emissão da RDP-África e era um programa emitido ao vivo. Só após alguns minutos percebi: Era um programa de homenagem a David Borges, que vai sair da RDP-África. Parece que foi ( compulsivamente?) reformado. Ouvi David Borges falar das coisas que tentou durante estes anos todos fazer. Do que conseguiu, do que não conseguiu e do que simplesmente desconseguiu, não por falta de vontade ou empenho, mas por causas exteriores, por causas dos muros que sempre se erguem, sendo que o maior deles é, muitas vezes, a indiferença. Como exemplo lembrou o lançamento de um livro de Pepetela pouco tempo depois deste ter ganho o prémio Camões e como mesmo assim a "elite cultural" portuguesa ignorou o dito. Lembrou como foi organizado o dia de África no passeio marítimo de Algés reunindo mais de 100.000 pessoas (maioritariamente negros e africanos) , e como mesmo assim tal foi simplesmente ignorado pelos "média". Riscado, não aconteceu. Borges lembrou outras coisas. E duvidou: duvidou que ainda tivesse alguma coisa para dizer; duvidou que ainda tivesse algo para transmitir; duvidou que ainda pudesse ensinar alguma coisa aos seus colegas de trabalho. David Borges parecia nostálgico e um pouco amargurado. Não por ele, mas pela constatação do quão dificil continua a ser nos dias do hoje trazer um pouco do cheiro das Áfricas lusófonas para Portugal. "Ninguém quer saber" exemplificou: "música Cabo-Verdiana não passa nas rádios. Cesária Évora... um pouco e nada mais. Ildo Lobo morreu e pouco se interessaram, quase ninguém disse ou fez alguma coisa" David Borges tem razão. Não resisto a copiar a "vinheta" do fbonito: "Daqui, deste pequeno canto do cyberespaço"- pela voz, pela energia e pela vontade. Por todos estes anos. Por tudo - Obrigado David Borges. E lembra-te: não aceitamos que te cales.

Ouvia hoje, por acaso, a emissão da RDP-África e era um programa emitido ao vivo. Só após alguns minutos percebi: Era um programa de homenagem a David Borges, que vai sair da RDP-África. Parece que foi ( compulsivamente?) reformado. Ouvi David Borges falar das coisas que tentou durante estes anos todos fazer. Do que conseguiu, do que não conseguiu e do que simplesmente desconseguiu, não por falta de vontade ou empenho, mas por causas exteriores, por causas dos muros que sempre se erguem, sendo que o maior deles é, muitas vezes, a indiferença. Como exemplo lembrou o lançamento de um livro de Pepetela pouco tempo depois deste ter ganho o prémio Camões e como mesmo assim a "elite cultural" portuguesa ignorou o dito. Lembrou como foi organizado o dia de África no passeio marítimo de Algés reunindo mais de 100.000 pessoas (maioritariamente negros e africanos) , e como mesmo assim tal foi simplesmente ignorado pelos "média". Riscado, não aconteceu. Borges lembrou outras coisas. E duvidou: duvidou que ainda tivesse alguma coisa para dizer; duvidou que ainda tivesse algo para transmitir; duvidou que ainda pudesse ensinar alguma coisa aos seus colegas de trabalho. David Borges parecia nostálgico e um pouco amargurado. Não por ele, mas pela constatação do quão dificil continua a ser nos dias do hoje trazer um pouco do cheiro das Áfricas lusófonas para Portugal. "Ninguém quer saber" exemplificou: "música Cabo-Verdiana não passa nas rádios. Cesária Évora... um pouco e nada mais. Ildo Lobo morreu e pouco se interessaram, quase ninguém disse ou fez alguma coisa" David Borges tem razão. Não resisto a copiar a "vinheta" do fbonito: "Daqui, deste pequeno canto do cyberespaço"- pela voz, pela energia e pela vontade. Por todos estes anos. Por tudo - Obrigado David Borges. E lembra-te: não aceitamos que te cales.

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