Um comentador do post anterior acusa-me de contradição. Se Salazar é o que nós somos, como posso eu "defendê-lo"? No programa da D. Elisa, já no fim, quando ninguém estava a ver, disseram-se duas ou três coisas relevantes. Em primeiro lugar, tratou-se de um concurso, de um entretenimento, e não de uma revisão da história. Em segundo lugar, os 41% do Doutor Salazar, num universo de 200 mil votantes, é uma pequena mas significativa manifestação de desagrado pelo "estado da arte" democrática. Por fim - digo-o eu - Salazar foi, perante o descalabro ético deste regime, um grande visionário quando nos classificou como ingovernáveis. Não era ele anti-moderno, anti-cosmopolita e profundamente "da terra"? Em que é que nós somos diferentes desta concepção? O salazarismo limitou-se a dar sequência à saga do "Portugal dos pequeninos" que continuamos a ser às mãos do pobre ilusionista Sócrates. Salazar, o homem, esse permanece exemplar na probidade e no sentido - dele, naturalmente - do serviço público. Só para assistir ao incómodo da meia dúzia de luminárias do regime por causa do resultado de um concurso - como se eles fossem os donos das consciências dos outros graças à sua suposta "superioridade" democrática ou intelectual - já valeu a pena.
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Um comentador do post anterior acusa-me de contradição. Se Salazar é o que nós somos, como posso eu "defendê-lo"? No programa da D. Elisa, já no fim, quando ninguém estava a ver, disseram-se duas ou três coisas relevantes. Em primeiro lugar, tratou-se de um concurso, de um entretenimento, e não de uma revisão da história. Em segundo lugar, os 41% do Doutor Salazar, num universo de 200 mil votantes, é uma pequena mas significativa manifestação de desagrado pelo "estado da arte" democrática. Por fim - digo-o eu - Salazar foi, perante o descalabro ético deste regime, um grande visionário quando nos classificou como ingovernáveis. Não era ele anti-moderno, anti-cosmopolita e profundamente "da terra"? Em que é que nós somos diferentes desta concepção? O salazarismo limitou-se a dar sequência à saga do "Portugal dos pequeninos" que continuamos a ser às mãos do pobre ilusionista Sócrates. Salazar, o homem, esse permanece exemplar na probidade e no sentido - dele, naturalmente - do serviço público. Só para assistir ao incómodo da meia dúzia de luminárias do regime por causa do resultado de um concurso - como se eles fossem os donos das consciências dos outros graças à sua suposta "superioridade" democrática ou intelectual - já valeu a pena.