"Duas frases proferidas aos jornalistas por António Ramos e António Cartaxo, dirigentes do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP), levaram o Governo a "aplicar a lei consoante a gravidade da ofensa" e a determinar a aposentação compulsiva dos dois polícias. Ambos acusam o secretário de Estado da Administração Interna, José Magalhães, de lhes ter movido "um processo político".O processo mais antigo diz respeito a António Cartaxo, dirigente do SPP para o Algarve e Alentejo. E foi aberto na sequência de uma declaração deste sobre o então director nacional da PSP, Mário Morgado. António Cartaxo, no contexto da morte do chefe da PSP de Vila Real de Santo António, Armando Lopes, por atropelamento (Novembro de 2003), acusou o director nacional de "chorar lágrimas de crocodilo", acrescentando que Mário Morgado "não interessa nem para mandar nos escuteiros".Já a frase que está na origem da aposentação compulsiva de António Ramos, presidente do SPP/PSP, foi dita numa vigília em Setembro de 2005. "Se o anterior primeiro-ministro [Durão Barroso] foi para Bruxelas, mais depressa este vai para o Quénia", disse. Ora, naquele Verão, José Sócrates tinha passado uns dias de férias no Quénia."DNQuem estiver com atenção encontra uma indisfarçável sintonia entre o governo e os fazedores de opinião. Estamos perante bons políticos cuja arte em gerir as massas, levando-as a acreditar que aquilo que lhe irá limitar as suas regalias é precisamente o que mais lhe convém. Ludibriado o eleitor vota e mais tarde descobre que afinal foi enganado.Presentemente parece ter deixado de haver liberdade sindical. Fá quem afirme que o país está numa fase embrionária de uma ditadura. Em passos lentos mas bem calculados os direitos vão desaparecendo.Para a história fica a aplicação de um regulamento disciplinar dos anos 90 (ler aqui) enquanto a lei autoriza a constituição de sindicatos é de 2002.
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"Duas frases proferidas aos jornalistas por António Ramos e António Cartaxo, dirigentes do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP), levaram o Governo a "aplicar a lei consoante a gravidade da ofensa" e a determinar a aposentação compulsiva dos dois polícias. Ambos acusam o secretário de Estado da Administração Interna, José Magalhães, de lhes ter movido "um processo político".O processo mais antigo diz respeito a António Cartaxo, dirigente do SPP para o Algarve e Alentejo. E foi aberto na sequência de uma declaração deste sobre o então director nacional da PSP, Mário Morgado. António Cartaxo, no contexto da morte do chefe da PSP de Vila Real de Santo António, Armando Lopes, por atropelamento (Novembro de 2003), acusou o director nacional de "chorar lágrimas de crocodilo", acrescentando que Mário Morgado "não interessa nem para mandar nos escuteiros".Já a frase que está na origem da aposentação compulsiva de António Ramos, presidente do SPP/PSP, foi dita numa vigília em Setembro de 2005. "Se o anterior primeiro-ministro [Durão Barroso] foi para Bruxelas, mais depressa este vai para o Quénia", disse. Ora, naquele Verão, José Sócrates tinha passado uns dias de férias no Quénia."DNQuem estiver com atenção encontra uma indisfarçável sintonia entre o governo e os fazedores de opinião. Estamos perante bons políticos cuja arte em gerir as massas, levando-as a acreditar que aquilo que lhe irá limitar as suas regalias é precisamente o que mais lhe convém. Ludibriado o eleitor vota e mais tarde descobre que afinal foi enganado.Presentemente parece ter deixado de haver liberdade sindical. Fá quem afirme que o país está numa fase embrionária de uma ditadura. Em passos lentos mas bem calculados os direitos vão desaparecendo.Para a história fica a aplicação de um regulamento disciplinar dos anos 90 (ler aqui) enquanto a lei autoriza a constituição de sindicatos é de 2002.