In Lusa«Doze anos depois da apresentação do projeto aos serviços municipais, a autarquia lisboeta entregou hoje o alvará de loteamento do empreendimento Jardins Braço de Prata, um investimento de 220 milhões de euros cujas obras arrancam na segunda-feira.Durante a cerimónia, nos Paços de Concelho, Pedro Romão, da CPU Urbanistas e Arquitectos, disse que o projeto preserva o essencial do desenho inicial do arquiteto italiano Renzo Piano e abrange uma área de nove hectares (nos terrenos da antiga fábrica de material de guerra), 70 por cento dos quais ocupados por habitação.Além dos 499 fogos contemplados no projeto, há espaço para uso terciário (10 por cento) e de indústria (20 por cento) e para 1335 lugares de estacionamento públicos.Pedro Romão explicou que, com a obra, serão criados 500 postos de trabalho durante a construção e 450 na fase de exploração do empreendimento, desenhado nas linhas da arquitetura contemporânea.De acordo com o promotor -- Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Lisfundo/Obriverca -- serão pagos 100 milhões de euros em impostos.Segundo o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), o processo enfrentou grandes dificuldades de apreciação quando foi aberto na câmara por ter aspetos inovadores que exigiram "uma interpretação relativamente aberta dos regulamentos".Quando o socialista António Costa se tornou presidente, em 2007, o processo estava bloqueado por ocupar uma parte da via do porto sobre a qual incidia um litígio de propriedade entre a câmara e o Porto de Lisboa."A primeira coisa que fizemos foi propor que os edifícios fossem todos recuados para que não houvesse dúvidas de questões patrimoniais. A partir daí o processo foi lento, porque é grande e com implicações complexas do ponto de vista do sistema de infraestruturas e de questões paisagísticas", apontou.Seguiu-se a regularização de aspetos relacionados com registos e a celebração de um contrato de urbanização que envolve os três grandes empreendimentos da zona -- os da Matinha, Tabaqueira e Jardins Braço de Prata.Manuel Salgado adiantou que, no âmbito da negociação feita com o Porto de Lisboa, assegurou-se que "uma parte da doca do Poço do Bispo vai ser destinada a usos de recreio", integrando-se no chamado parque urbano oriente, que se pretende constituir no prolongamento do Parque das Nações.O responsável afirmou que os projetos implicam uma relocalização do centro de inspeção de veículos do Poço do Bispo e que não afetarão o espaço de actividades culturais da Fábrica do Braço de Prata.O presidente António Costa agradeceu ao promotor por "ter sabido resistir" e sublinhou a importância do investimento na requalificação da zona oriental da cidade.O autarca lamentou que depois da Expo 98, a dinâmica de reabilitação urbanística tenha parado: "Perdemos todos".ROC»Foto: Sítio de Renzo Piano
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In Lusa«Doze anos depois da apresentação do projeto aos serviços municipais, a autarquia lisboeta entregou hoje o alvará de loteamento do empreendimento Jardins Braço de Prata, um investimento de 220 milhões de euros cujas obras arrancam na segunda-feira.Durante a cerimónia, nos Paços de Concelho, Pedro Romão, da CPU Urbanistas e Arquitectos, disse que o projeto preserva o essencial do desenho inicial do arquiteto italiano Renzo Piano e abrange uma área de nove hectares (nos terrenos da antiga fábrica de material de guerra), 70 por cento dos quais ocupados por habitação.Além dos 499 fogos contemplados no projeto, há espaço para uso terciário (10 por cento) e de indústria (20 por cento) e para 1335 lugares de estacionamento públicos.Pedro Romão explicou que, com a obra, serão criados 500 postos de trabalho durante a construção e 450 na fase de exploração do empreendimento, desenhado nas linhas da arquitetura contemporânea.De acordo com o promotor -- Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Lisfundo/Obriverca -- serão pagos 100 milhões de euros em impostos.Segundo o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), o processo enfrentou grandes dificuldades de apreciação quando foi aberto na câmara por ter aspetos inovadores que exigiram "uma interpretação relativamente aberta dos regulamentos".Quando o socialista António Costa se tornou presidente, em 2007, o processo estava bloqueado por ocupar uma parte da via do porto sobre a qual incidia um litígio de propriedade entre a câmara e o Porto de Lisboa."A primeira coisa que fizemos foi propor que os edifícios fossem todos recuados para que não houvesse dúvidas de questões patrimoniais. A partir daí o processo foi lento, porque é grande e com implicações complexas do ponto de vista do sistema de infraestruturas e de questões paisagísticas", apontou.Seguiu-se a regularização de aspetos relacionados com registos e a celebração de um contrato de urbanização que envolve os três grandes empreendimentos da zona -- os da Matinha, Tabaqueira e Jardins Braço de Prata.Manuel Salgado adiantou que, no âmbito da negociação feita com o Porto de Lisboa, assegurou-se que "uma parte da doca do Poço do Bispo vai ser destinada a usos de recreio", integrando-se no chamado parque urbano oriente, que se pretende constituir no prolongamento do Parque das Nações.O responsável afirmou que os projetos implicam uma relocalização do centro de inspeção de veículos do Poço do Bispo e que não afetarão o espaço de actividades culturais da Fábrica do Braço de Prata.O presidente António Costa agradeceu ao promotor por "ter sabido resistir" e sublinhou a importância do investimento na requalificação da zona oriental da cidade.O autarca lamentou que depois da Expo 98, a dinâmica de reabilitação urbanística tenha parado: "Perdemos todos".ROC»Foto: Sítio de Renzo Piano