A Ágora

30-06-2011
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Os anti-portugueses cá da terraSobre o discurso de Cavaco Silva dos cinquenta anos da Guerra colonial, fico um pouco dividido. O entusiasmo e a determinação da grande maioria dos soldados que ia para África, onde nunca antes tinham posto os pés, não deviam ser muito elevadas. Nesses aspecto, as palavras de Cavaco foram despropositadas.Mas pior terão sido as reacções de Louçã e restantes camaradas ideológicos, que logo se apressaram a vir com as palavras de ordem do costume. O "anti-colonialismo" e a "denúncia da fascismo" este sempre presente. Nunca lhes ouvimos, no entanto, uma palavra de consolo a todos os que viviam em África e tiveram de fugir com a roupa do corpo, sob o perigo de acabar a golpes de catana. Como aconteceu às vítimas dos massacres da responsabilidade da UPA de Holden Roberto, detonador da guerra. Também sobre esses não lhes ouvimos palavras de condenação.Podemos achar que não se conduziu bem a guerra, que Portugal terá sido muito intransigente, que era apenas uma questão de tempo e que as colónias (ou províncias ultramarinas) acabariam por se separar. Da minha parte, acho até que se justificava muito mais a deslocação de tropas para a Índia portuguesa, que não tinha mais a ver com a União Indiana do que com Portugal, e que mais não era do que uma troca de colonialismos.O que não se pode é negar que as hostilidades em Angola começaram com horrorosos massacres da UPA - depois FNLA - nos territórios perto do Zaire, nos quais morreram milhares de pessoas (brancas e negras), além de uma quantidade infinda de outros horrores. E que perante isso, tornava-se imperioso usar a força e reagir militarmente - alguém acha que se podia simplesmente "negociar" com gente daquela? Ao que parece, há em Portugal quem ache que esses milhares de portugueses mortos nada valiam, e que em nome do anti-colonialismo tudo era legítimo, até as mais horrorosas barbáries. É assim, a "Culpa do Homem Branco" conjugada com "causas nobres" e a "solidariedade dos povos oprimidos": gera as mais ignóbeis criaturas, que não hesitam em trair os compatriotas. Se é que estes os podem tratar assim.


Os anti-portugueses cá da terraSobre o discurso de Cavaco Silva dos cinquenta anos da Guerra colonial, fico um pouco dividido. O entusiasmo e a determinação da grande maioria dos soldados que ia para África, onde nunca antes tinham posto os pés, não deviam ser muito elevadas. Nesses aspecto, as palavras de Cavaco foram despropositadas.Mas pior terão sido as reacções de Louçã e restantes camaradas ideológicos, que logo se apressaram a vir com as palavras de ordem do costume. O "anti-colonialismo" e a "denúncia da fascismo" este sempre presente. Nunca lhes ouvimos, no entanto, uma palavra de consolo a todos os que viviam em África e tiveram de fugir com a roupa do corpo, sob o perigo de acabar a golpes de catana. Como aconteceu às vítimas dos massacres da responsabilidade da UPA de Holden Roberto, detonador da guerra. Também sobre esses não lhes ouvimos palavras de condenação.Podemos achar que não se conduziu bem a guerra, que Portugal terá sido muito intransigente, que era apenas uma questão de tempo e que as colónias (ou províncias ultramarinas) acabariam por se separar. Da minha parte, acho até que se justificava muito mais a deslocação de tropas para a Índia portuguesa, que não tinha mais a ver com a União Indiana do que com Portugal, e que mais não era do que uma troca de colonialismos.O que não se pode é negar que as hostilidades em Angola começaram com horrorosos massacres da UPA - depois FNLA - nos territórios perto do Zaire, nos quais morreram milhares de pessoas (brancas e negras), além de uma quantidade infinda de outros horrores. E que perante isso, tornava-se imperioso usar a força e reagir militarmente - alguém acha que se podia simplesmente "negociar" com gente daquela? Ao que parece, há em Portugal quem ache que esses milhares de portugueses mortos nada valiam, e que em nome do anti-colonialismo tudo era legítimo, até as mais horrorosas barbáries. É assim, a "Culpa do Homem Branco" conjugada com "causas nobres" e a "solidariedade dos povos oprimidos": gera as mais ignóbeis criaturas, que não hesitam em trair os compatriotas. Se é que estes os podem tratar assim.

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