O Acidental: Pergunto-me eu

01-07-2011
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Alguns analistas e comentadores têm dito e escrito que o dr. Marques Mendes e o dr. Ribeiro e Castro deram o passo político indicado ao convocarem directas e um congresso extraordinário, respectivamente, porque obrigam a ir a jogo ou a calarem-se para sempre todos aqueles que nas "oposições internas" apenas os querem deixar a "grelhar" ou a "cozer" até 2008. Mas - pergunto eu - se o dr. Marques Mendes e o dr. Ribeiro e Castro ganharem as directas e o congresso extraordinário não terão de ficar "lá" até 2008? E esta não é a data exacta até à qual - segundo os sábios comentadores e analistas - os críticos internos os pretendem deixar a "grelhar" ou a "cozer"?Pergunto ainda se será que nenhum dos dois percebeu que se não existirem candidaturas alternativas credíveis, o que é sempre uma possibilidade, pelo menos académica, as actuais lideranças do PSD e do CDS ficarão expostas ao sofrimento acrescido de correrem sozinhas, contra si próprias e com poucos espectadores? Eleitos em plebiscito, por falta de comparência, com uma reduzida percentagem de votos e eleitores?Pergunto também se, ao correrem o dr. Marques Mendes e o dr. Ribeiro e Castro contra si próprios, não serão as directas e o congresso extraordinário entendidos pela maioria do eleitorado e dos próprios militantes como desnecessários, para não dizer absurdos? E se ninguém apresentar uma candidatura alternativa, será que as directas do dr. Mendes ou as indirectas do dr. Ribeiro e Castro - no último ano eleito em congresso e em directas - oferecem a qualquer deles alguma legitimidade política acrescida, para além da que já têm, a que se soma o facto de supostamente - e sempre segundo os sábios comentadores - continuarem a "grelhar" ou a "cozer" até 2008?Quanto aos "críticos" se calarem, porque haveriam de calar-se perante aquilo que poderá ser considerada uma vitória de Pirro do dr. Marques Mendes e do dr. Ribeiro e Castro sobre si mesmos? Mas não foram estes mesmos "críticos" que se declararam contra as directas ou contra o congresso extraordinário, por os considerarem métodos desnecessários ou absurdos? A registar-se este cenário, não ganhariam os "críticos" uma legitimidade acrescida para apontar futuros fracassos em 2008?Estas as perguntas talvez ingénuas de alguém que é de direita e se identifica com a área política a que pertencem o CDS e o PSD. Mas se eu fosse o dr. Marques Mendes ou o dr. Ribeiro e Castro - dois homens de inegável valor - perguntar-me-ia finalmente se não deveria ficar desconfiado ao ler e ouvir tantos adversários externos do PSD e do CDS a elogiar os seus últimos passos, desde logo a convocação de directas e de um congresso que poderá vir a ser realmente extraordinário.[Paulo Pinto Mascarenhas]

Alguns analistas e comentadores têm dito e escrito que o dr. Marques Mendes e o dr. Ribeiro e Castro deram o passo político indicado ao convocarem directas e um congresso extraordinário, respectivamente, porque obrigam a ir a jogo ou a calarem-se para sempre todos aqueles que nas "oposições internas" apenas os querem deixar a "grelhar" ou a "cozer" até 2008. Mas - pergunto eu - se o dr. Marques Mendes e o dr. Ribeiro e Castro ganharem as directas e o congresso extraordinário não terão de ficar "lá" até 2008? E esta não é a data exacta até à qual - segundo os sábios comentadores e analistas - os críticos internos os pretendem deixar a "grelhar" ou a "cozer"?Pergunto ainda se será que nenhum dos dois percebeu que se não existirem candidaturas alternativas credíveis, o que é sempre uma possibilidade, pelo menos académica, as actuais lideranças do PSD e do CDS ficarão expostas ao sofrimento acrescido de correrem sozinhas, contra si próprias e com poucos espectadores? Eleitos em plebiscito, por falta de comparência, com uma reduzida percentagem de votos e eleitores?Pergunto também se, ao correrem o dr. Marques Mendes e o dr. Ribeiro e Castro contra si próprios, não serão as directas e o congresso extraordinário entendidos pela maioria do eleitorado e dos próprios militantes como desnecessários, para não dizer absurdos? E se ninguém apresentar uma candidatura alternativa, será que as directas do dr. Mendes ou as indirectas do dr. Ribeiro e Castro - no último ano eleito em congresso e em directas - oferecem a qualquer deles alguma legitimidade política acrescida, para além da que já têm, a que se soma o facto de supostamente - e sempre segundo os sábios comentadores - continuarem a "grelhar" ou a "cozer" até 2008?Quanto aos "críticos" se calarem, porque haveriam de calar-se perante aquilo que poderá ser considerada uma vitória de Pirro do dr. Marques Mendes e do dr. Ribeiro e Castro sobre si mesmos? Mas não foram estes mesmos "críticos" que se declararam contra as directas ou contra o congresso extraordinário, por os considerarem métodos desnecessários ou absurdos? A registar-se este cenário, não ganhariam os "críticos" uma legitimidade acrescida para apontar futuros fracassos em 2008?Estas as perguntas talvez ingénuas de alguém que é de direita e se identifica com a área política a que pertencem o CDS e o PSD. Mas se eu fosse o dr. Marques Mendes ou o dr. Ribeiro e Castro - dois homens de inegável valor - perguntar-me-ia finalmente se não deveria ficar desconfiado ao ler e ouvir tantos adversários externos do PSD e do CDS a elogiar os seus últimos passos, desde logo a convocação de directas e de um congresso que poderá vir a ser realmente extraordinário.[Paulo Pinto Mascarenhas]

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