O Acidental: Le Coq Soviétique

01-07-2011
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Parece que a União Europeia (c’est-à-dire, a França) quer rever a sua relação com a oposição democrática cubana, em favor do reforço dos laços com o regime comunista tropical. Enfim, trata-se de mais um passo na apropriação dos despojos da geopolítica da guerra fria pelo resplandecente gaullismo tardio, em nome de um pólo alternativo ao unilateralismo ianque. Sob a sua asa protectora estiveram ou estão o Iraque saddamita, a Síria, o Irão, a Autoridade Palestiniana e agora até Cuba (quem sabe a Coreia do Norte, um dia). O sonho é ter sob a asa a Europa de Leste. Tivemos mesmo direito a um episódio de saudosa kremlinologia, com a interminável agonia de Arafat. Tivemos até direito a um candidato da Manchúria, na pessoa do malogrado senador Kerry. Quando a URSS existia muita gente não percebia o ridículo de tudo aquilo, porque há-de perceber agora o ridículo de tudo isto?
[Luciano Amaral]

Parece que a União Europeia (c’est-à-dire, a França) quer rever a sua relação com a oposição democrática cubana, em favor do reforço dos laços com o regime comunista tropical. Enfim, trata-se de mais um passo na apropriação dos despojos da geopolítica da guerra fria pelo resplandecente gaullismo tardio, em nome de um pólo alternativo ao unilateralismo ianque. Sob a sua asa protectora estiveram ou estão o Iraque saddamita, a Síria, o Irão, a Autoridade Palestiniana e agora até Cuba (quem sabe a Coreia do Norte, um dia). O sonho é ter sob a asa a Europa de Leste. Tivemos mesmo direito a um episódio de saudosa kremlinologia, com a interminável agonia de Arafat. Tivemos até direito a um candidato da Manchúria, na pessoa do malogrado senador Kerry. Quando a URSS existia muita gente não percebia o ridículo de tudo aquilo, porque há-de perceber agora o ridículo de tudo isto?
[Luciano Amaral]

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