Bar Velho Online: Resumo: jovens delinquentes no Mundial

01-07-2011
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Depois de um jogo fantástico contra a Nova Zelândia, acabou o gás desta juventude. Se a derrota contra o México foi vista como natural e, ainda assim, Portugal rubricou exibição muito positiva, as derrotas contra a Gâmbia, um punhado de meninos de cor com idades entre os 18 e os 20 anos, mas com corpo de 30 e que só sabiam correr e chutar para a frente, e contra o Chile, foram decepcionantes. Despediram-se com cenas dignas tristes e ainda bem que acabou o nosso martírio de ver um treinador que não tinha outra táctica senão "entrem em campo e façam o que conseguirem". Uma táctica, um treinador e um bando de jogadores que pareciam vindos de outra dimensão, de um qualquer bairro de lata português, onde eles desempenharam o papel de meninos rufias habituados ao futebol de rua. Pobres dos emigrantes que tanto os apoiaram.Mas passo a fazer a avaliação individual de cada um dos jogadores que actuou neste Mundial:Rui Patrício - é um dos raros jogadores de classe desta equipa. Tem personalidade, entrega, excelentes reflexos e o grande azar de ter uma defesa que parece uma autoestrada. Fez defesas impossíveis e fiquei espantado com as suas exibições. Um guarda-redes muito completo que, para a idade que tem, fez lembrar um pouco o espírito de 91, quando Portugal tinha um guarda-redes de categoria semelhante, chamado Fernando Brassard. O Sporting tem aqui um grande guarda-redes que se for bem aproveitado pode vir a ser um símbolo do futebol português. Muito completo e muito calmo para a idade que tem.Bruno Gama - a par de Rui Patrício, é outro dos jogadores de classe da selecção. Avançado do Porto, era o capitão de equipa, e justificava-o. Muita técnica, sentido táctico, bom marcador de livres, circula pelo campo todo e não se recusa a defender. Outro jogador com um futuro auspicioso à sua frente. Peca por ser baixo.Pelé - é mais trinco que organizador, mas chega a desempenhar ambas as funções, subindo várias vezes no terreno, o que o torna num jogador box-to-box. Tem elevada técnica, calma e muita classe, tendo rubricado três exibições muito positivas. Jogador do Guimarães, a continuar assim, não me parece que o seja por muito mais tempo. Foi dos jogadores mais interessantes de ver neste Mundial. Peca pelo excesso de amarelos e por faltas desnecessárias.Feliciano Condesso - um jogador interessante. Não se viu muito, mas o que se viu deixou curiosidade. O centrocampista do Villarreal é muito batalhador, rápido, tem bom porte físico e joga simples. Raramente complica.Antunes - nota-se que é o mais experiente da equipa. Não é um lateral do outro mundo, mas sabe posicionar-se, sobe bastante no terreno e tem um pontapé forte. Para a idade que tem é bom já ter esta experiência toda. No entanto, não me parece ter qualidade suficiente para jogar num clube grande a curto prazo.Bruno Pereirinha - muita entrega, muito polivalente, muito versátil, muita técnica. Numa posição diferente daquela a que está habituado no Sporting, consegue exibições bastante positivas. A continuar assim, vai dar que falar.Fábio Coentrão - o típico jogador de rua. Elevada técnica, mas pouca disciplina. Muito exibicionista, prefere dar nas vistas e tentar mais uma finta, do que jogar fácil. Perde-se em corridas desnecessárias e refila mais do que joga. Não dei conta de uma jogada que fosse em que não discutisse com o árbitro, com os colegas ou com os adversários. Só a técnica não basta. Ou muda bastante o seu comportamento, ou o Benfica não passará de um sonho.Mano - um lateral trapalhão, mas que mesmo assim vai resolvendo os problemas. Achava-o um jogador eficiente e com algum trabalho de futuro poderia ser interessante até ver o que fez ontem contra o Chile. Definitivamente, falta-lhe personalidade e tranquilidade.Zequinha - mostrou muita técnica, muita entrega, muita garra, mas pouca personalidade. Estava a revelar-se um jogador muito interessante. Quem joga num clube grande como o Porto, já com 20 anos de idade, não pode perder a cabeça daquela forma.Nuno Coelho, Vítor Gomes e Zezinando - desenrascam no meio-campo. Quando defendem nem sempre é da melhor forma, e quando atacam idém. Pelo menos atrapalham o adversário.Steven Vitória, Paulo Renato, João Pedro, Pedro Correia - muito contribuíram para a valente auto-estrada que foi a defesa nacional. Marcam mal, não revelam tranquilidade, e são demasiado violentos. Se o futuro da Selecção Nacional passar por eles, simplesmente não teremos futuro.


Depois de um jogo fantástico contra a Nova Zelândia, acabou o gás desta juventude. Se a derrota contra o México foi vista como natural e, ainda assim, Portugal rubricou exibição muito positiva, as derrotas contra a Gâmbia, um punhado de meninos de cor com idades entre os 18 e os 20 anos, mas com corpo de 30 e que só sabiam correr e chutar para a frente, e contra o Chile, foram decepcionantes. Despediram-se com cenas dignas tristes e ainda bem que acabou o nosso martírio de ver um treinador que não tinha outra táctica senão "entrem em campo e façam o que conseguirem". Uma táctica, um treinador e um bando de jogadores que pareciam vindos de outra dimensão, de um qualquer bairro de lata português, onde eles desempenharam o papel de meninos rufias habituados ao futebol de rua. Pobres dos emigrantes que tanto os apoiaram.Mas passo a fazer a avaliação individual de cada um dos jogadores que actuou neste Mundial:Rui Patrício - é um dos raros jogadores de classe desta equipa. Tem personalidade, entrega, excelentes reflexos e o grande azar de ter uma defesa que parece uma autoestrada. Fez defesas impossíveis e fiquei espantado com as suas exibições. Um guarda-redes muito completo que, para a idade que tem, fez lembrar um pouco o espírito de 91, quando Portugal tinha um guarda-redes de categoria semelhante, chamado Fernando Brassard. O Sporting tem aqui um grande guarda-redes que se for bem aproveitado pode vir a ser um símbolo do futebol português. Muito completo e muito calmo para a idade que tem.Bruno Gama - a par de Rui Patrício, é outro dos jogadores de classe da selecção. Avançado do Porto, era o capitão de equipa, e justificava-o. Muita técnica, sentido táctico, bom marcador de livres, circula pelo campo todo e não se recusa a defender. Outro jogador com um futuro auspicioso à sua frente. Peca por ser baixo.Pelé - é mais trinco que organizador, mas chega a desempenhar ambas as funções, subindo várias vezes no terreno, o que o torna num jogador box-to-box. Tem elevada técnica, calma e muita classe, tendo rubricado três exibições muito positivas. Jogador do Guimarães, a continuar assim, não me parece que o seja por muito mais tempo. Foi dos jogadores mais interessantes de ver neste Mundial. Peca pelo excesso de amarelos e por faltas desnecessárias.Feliciano Condesso - um jogador interessante. Não se viu muito, mas o que se viu deixou curiosidade. O centrocampista do Villarreal é muito batalhador, rápido, tem bom porte físico e joga simples. Raramente complica.Antunes - nota-se que é o mais experiente da equipa. Não é um lateral do outro mundo, mas sabe posicionar-se, sobe bastante no terreno e tem um pontapé forte. Para a idade que tem é bom já ter esta experiência toda. No entanto, não me parece ter qualidade suficiente para jogar num clube grande a curto prazo.Bruno Pereirinha - muita entrega, muito polivalente, muito versátil, muita técnica. Numa posição diferente daquela a que está habituado no Sporting, consegue exibições bastante positivas. A continuar assim, vai dar que falar.Fábio Coentrão - o típico jogador de rua. Elevada técnica, mas pouca disciplina. Muito exibicionista, prefere dar nas vistas e tentar mais uma finta, do que jogar fácil. Perde-se em corridas desnecessárias e refila mais do que joga. Não dei conta de uma jogada que fosse em que não discutisse com o árbitro, com os colegas ou com os adversários. Só a técnica não basta. Ou muda bastante o seu comportamento, ou o Benfica não passará de um sonho.Mano - um lateral trapalhão, mas que mesmo assim vai resolvendo os problemas. Achava-o um jogador eficiente e com algum trabalho de futuro poderia ser interessante até ver o que fez ontem contra o Chile. Definitivamente, falta-lhe personalidade e tranquilidade.Zequinha - mostrou muita técnica, muita entrega, muita garra, mas pouca personalidade. Estava a revelar-se um jogador muito interessante. Quem joga num clube grande como o Porto, já com 20 anos de idade, não pode perder a cabeça daquela forma.Nuno Coelho, Vítor Gomes e Zezinando - desenrascam no meio-campo. Quando defendem nem sempre é da melhor forma, e quando atacam idém. Pelo menos atrapalham o adversário.Steven Vitória, Paulo Renato, João Pedro, Pedro Correia - muito contribuíram para a valente auto-estrada que foi a defesa nacional. Marcam mal, não revelam tranquilidade, e são demasiado violentos. Se o futuro da Selecção Nacional passar por eles, simplesmente não teremos futuro.

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