Almanaque Republicano: TRAVESSA DO GUARDA-MÓR, AO BAIRRO ALTO

01-07-2011
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"O ano de 1869 apresentou-se como uma data muito importante no processo de unificação e expansão da Maçonaria Portuguesa. Três das quatro obediências existentes chegaram a um acordo de unificação. O Grande Oriente Português, (já de si resultado da união anterior, entre o Grande Oriente de Portugal, a Grande Loja Portuguesa, a Confederação Maçónica e a Federação Maçónica), o Grande Oriente Lusitano e o Oriente do Rito Escocês, recriando-se assim o Grande Oriente Lusitano Unido (...)Em 17 de Novembro de 1879, instala-se o Grande Oriente Lusitano Unido num amplo palácio na Travessa do Guarda-Mór, ao Bairro Alto, comprado por um grupo de maçons, ao pai de José Relvas. Esta aquisição confere ao GOLU uma das melhores sedes Maçónicas de todo o mundo.'... O prédio apalaçado, na esquina da Rua da Atalaia, com esta Travessa [do Guarda-Mór], foi adquirido em 1875 pelo Grande Oriente Lusitano Unido que se fundara em 1869 [1879] e estava instalado antes na Rua Nova do Carmo, nº 35. Foi José Elias Garcia, grão-mestre da maçonaria desde 1885, quem, ao passar pelas cadeiras da vereação municipal poucos anos depois, promoveu (1888) que esta travessa do Guarda-Mór se chamasse do Grémio Lusitano. Oficialmente a instituição Maçónica desapareceu do nosso país; o ano passado o edifício, já antes encerrado, foi tomado pelo Governo, instalando-se nele a Acção Social e Política da Legião Portuguesa.O prédio de nada interessante possue; as obras que anteriormente lhe foram feitas, depois do assalto que o Grémio Lusitano sofreu em 1918, levaram alguma coisa que restasse do casarão oitocentista ...' (...)A 16 de Abril de 1929, terça-feira, o Palácio Maçónico é assaltado pela polícia, cumprindo as ordens do Ministro do Interior, José Vicente de Freitas, um coronel madeirense de 60 anos e grande inspirador da União Nacional.Vicente Freitas intimou o Grémio Lusitano a encerrar o Palácio Maçónico, proibindo toda e qualquer reunião portas adentro. Vários maçons foram presos, por desobediência, mas libertados algum tempo depois. A excepção foi, Ramon Nonato de La Féria, iniciado em 1914 na Loja Cândido dos Reis, de Lisboa. Era o Presidente do Conselho da Ordem e foi preso de 1937 a 1939 sem culpa formada, sob acusação de ser maçom (...)A 18 de Maio de 1931, as autoridades fecham e selam o Palácio Maçónico, por ordem de outro Ministro do Interior, Lopes Mateus, figura-chave na fundação e estruturação da União Nacional. (Filipe Ribeiro de Meneses, autor da biografia política de Salazar, afirma que Lopes Mateus era maçom.)Em 1936, são instalados neste edifício os Serviços de Acção Social e Política da Legião Portuguesa. A Rua do Grémio Lusitano, passou outra vez a Travessa do Guarda-Mór (...)Em 1974, depois de um novo assalto, este já no rescaldo da revolução de 25 de Abril, foi restituído ao Grande Oriente Lusitano que o fez reconstruir e onde se voltou a reunir a Maçonaria Portuguesa.O Palácio Maçónico consta de rés-do-chão e mais três andares. No rés-do-chão funciona o Grémio Lusitano, associação cultural e benemérita, legalmente constituída e que serve de ligação oficial entre a Maçonaria e o mundo profano. Ainda no rés-do-chão se aloja o Museu Maçónico, salas para convívio, bar e restaurante. No primeiro estão localizados os serviços administrativos, a biblioteca e o arquivo, o gabinete do Grão-Mestre e do Conselho da Ordem, espaços que podem ser visitados por profanos. O segundo e o terceiro andares, são ocupados por templos e são restritos aos maçons.Em 1978, a Câmara Municipal de Lisboa, através de edital, devolve a Lisboa e aos Maçons o nome da Rua onde está o seu Palácio, Rua do Grémio Lusitano, uma das mais bonitas sedes Maçónicas ..." [ler O TEXTO INTEGRAL AQUI]in Travessa do Guarda-Mór, ao Bairro Alto, por António Borges M:. M:. [via Resp.'. L.'. Ocidente nº196 ao Oriente de Lisboa] - sublinhados nossos. J.M.M.


"O ano de 1869 apresentou-se como uma data muito importante no processo de unificação e expansão da Maçonaria Portuguesa. Três das quatro obediências existentes chegaram a um acordo de unificação. O Grande Oriente Português, (já de si resultado da união anterior, entre o Grande Oriente de Portugal, a Grande Loja Portuguesa, a Confederação Maçónica e a Federação Maçónica), o Grande Oriente Lusitano e o Oriente do Rito Escocês, recriando-se assim o Grande Oriente Lusitano Unido (...)Em 17 de Novembro de 1879, instala-se o Grande Oriente Lusitano Unido num amplo palácio na Travessa do Guarda-Mór, ao Bairro Alto, comprado por um grupo de maçons, ao pai de José Relvas. Esta aquisição confere ao GOLU uma das melhores sedes Maçónicas de todo o mundo.'... O prédio apalaçado, na esquina da Rua da Atalaia, com esta Travessa [do Guarda-Mór], foi adquirido em 1875 pelo Grande Oriente Lusitano Unido que se fundara em 1869 [1879] e estava instalado antes na Rua Nova do Carmo, nº 35. Foi José Elias Garcia, grão-mestre da maçonaria desde 1885, quem, ao passar pelas cadeiras da vereação municipal poucos anos depois, promoveu (1888) que esta travessa do Guarda-Mór se chamasse do Grémio Lusitano. Oficialmente a instituição Maçónica desapareceu do nosso país; o ano passado o edifício, já antes encerrado, foi tomado pelo Governo, instalando-se nele a Acção Social e Política da Legião Portuguesa.O prédio de nada interessante possue; as obras que anteriormente lhe foram feitas, depois do assalto que o Grémio Lusitano sofreu em 1918, levaram alguma coisa que restasse do casarão oitocentista ...' (...)A 16 de Abril de 1929, terça-feira, o Palácio Maçónico é assaltado pela polícia, cumprindo as ordens do Ministro do Interior, José Vicente de Freitas, um coronel madeirense de 60 anos e grande inspirador da União Nacional.Vicente Freitas intimou o Grémio Lusitano a encerrar o Palácio Maçónico, proibindo toda e qualquer reunião portas adentro. Vários maçons foram presos, por desobediência, mas libertados algum tempo depois. A excepção foi, Ramon Nonato de La Féria, iniciado em 1914 na Loja Cândido dos Reis, de Lisboa. Era o Presidente do Conselho da Ordem e foi preso de 1937 a 1939 sem culpa formada, sob acusação de ser maçom (...)A 18 de Maio de 1931, as autoridades fecham e selam o Palácio Maçónico, por ordem de outro Ministro do Interior, Lopes Mateus, figura-chave na fundação e estruturação da União Nacional. (Filipe Ribeiro de Meneses, autor da biografia política de Salazar, afirma que Lopes Mateus era maçom.)Em 1936, são instalados neste edifício os Serviços de Acção Social e Política da Legião Portuguesa. A Rua do Grémio Lusitano, passou outra vez a Travessa do Guarda-Mór (...)Em 1974, depois de um novo assalto, este já no rescaldo da revolução de 25 de Abril, foi restituído ao Grande Oriente Lusitano que o fez reconstruir e onde se voltou a reunir a Maçonaria Portuguesa.O Palácio Maçónico consta de rés-do-chão e mais três andares. No rés-do-chão funciona o Grémio Lusitano, associação cultural e benemérita, legalmente constituída e que serve de ligação oficial entre a Maçonaria e o mundo profano. Ainda no rés-do-chão se aloja o Museu Maçónico, salas para convívio, bar e restaurante. No primeiro estão localizados os serviços administrativos, a biblioteca e o arquivo, o gabinete do Grão-Mestre e do Conselho da Ordem, espaços que podem ser visitados por profanos. O segundo e o terceiro andares, são ocupados por templos e são restritos aos maçons.Em 1978, a Câmara Municipal de Lisboa, através de edital, devolve a Lisboa e aos Maçons o nome da Rua onde está o seu Palácio, Rua do Grémio Lusitano, uma das mais bonitas sedes Maçónicas ..." [ler O TEXTO INTEGRAL AQUI]in Travessa do Guarda-Mór, ao Bairro Alto, por António Borges M:. M:. [via Resp.'. L.'. Ocidente nº196 ao Oriente de Lisboa] - sublinhados nossos. J.M.M.

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