A mais conhecida viúva de Portugal - sodona Matilde Sousa Franco -, ilustre defensora do NÃO à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, veio a público, não obstante, defender um consenso para acabar com prisão das mulheres perseguidas por crime de aborto. Diz-nos a senhora que, por "ser importante acabarmos com os radicalismos, é importante chegarmos a um consenso". Esta apoiante do NÃO (já tinha dito isto??) declarou recentemente, na mais conhecida ménage blogosférica de socialistas auto demarcados "democratas" e fascistas saudosistas do integralismo lusitano mais ressabiado, que "as mulheres portuguesas vêem-se humilhadas com leis mal feitas no último quartel do séc. XX, sendo Portugal o único país da Europa onde ainda existem julgamentos por prática de aborto. Tal legislação tem também de ser rapidamente mudada". Pois.Não deixa de ser um malabarismo argumentativo interessante: uma apoiante do NÃO à despenalização (eu já tinha frisado este "detalhe"?) vem a público falar-nos da humilhação que as mulheres sofrem com os julgamentos a que são sujeitas. O choque provocado no apoiante do SIM pelo paradoxo evidente é imediatamente substituído pela suprema curiosidade que nos assola: se a resposta de Matilde à pergunta sujeita a referendo ("Concorda com a DESPENALIZAÇÃO da Interrupção bla bla bla bla...") vai seguramente ser NÃO, então é lógico concluir que a senhora concorda com a penalização. Mas se não é com a prisão (essa é feia, dá nas vistas e somos "únicos na Europa"...), ficamos todos sem saber qual será a pena cominada às criminosas mulheres. Isto porque a sodona Sousa Franco não cura de concretizar (ou talvez não dê jeito fazê-lo) como pretende ela, no seu "humanismo democrático", assegurar uma punição não humilhadora das mulheres.Não se espantem os mais ingénuos: nestas alturas surgem sempre os lobos vestidos de cordeiro, com vozes oportunamente moderadas que, na essência, nos deixam na mesma.
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A mais conhecida viúva de Portugal - sodona Matilde Sousa Franco -, ilustre defensora do NÃO à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, veio a público, não obstante, defender um consenso para acabar com prisão das mulheres perseguidas por crime de aborto. Diz-nos a senhora que, por "ser importante acabarmos com os radicalismos, é importante chegarmos a um consenso". Esta apoiante do NÃO (já tinha dito isto??) declarou recentemente, na mais conhecida ménage blogosférica de socialistas auto demarcados "democratas" e fascistas saudosistas do integralismo lusitano mais ressabiado, que "as mulheres portuguesas vêem-se humilhadas com leis mal feitas no último quartel do séc. XX, sendo Portugal o único país da Europa onde ainda existem julgamentos por prática de aborto. Tal legislação tem também de ser rapidamente mudada". Pois.Não deixa de ser um malabarismo argumentativo interessante: uma apoiante do NÃO à despenalização (eu já tinha frisado este "detalhe"?) vem a público falar-nos da humilhação que as mulheres sofrem com os julgamentos a que são sujeitas. O choque provocado no apoiante do SIM pelo paradoxo evidente é imediatamente substituído pela suprema curiosidade que nos assola: se a resposta de Matilde à pergunta sujeita a referendo ("Concorda com a DESPENALIZAÇÃO da Interrupção bla bla bla bla...") vai seguramente ser NÃO, então é lógico concluir que a senhora concorda com a penalização. Mas se não é com a prisão (essa é feia, dá nas vistas e somos "únicos na Europa"...), ficamos todos sem saber qual será a pena cominada às criminosas mulheres. Isto porque a sodona Sousa Franco não cura de concretizar (ou talvez não dê jeito fazê-lo) como pretende ela, no seu "humanismo democrático", assegurar uma punição não humilhadora das mulheres.Não se espantem os mais ingénuos: nestas alturas surgem sempre os lobos vestidos de cordeiro, com vozes oportunamente moderadas que, na essência, nos deixam na mesma.