Devaneios Desintéricos: quem "cobre" Ratko Mladic?

21-01-2012
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O 'Devaneios Desintéricos' publica aqui mais um cartoon político, desta feita da autoria de Bertrams, publicado no diário Het Parool, editado em Amsterdam. pretendeu o desenhador tratar uma das questões que mais tem agitado a política europeia nos últimos dias - o alegado cerco ao criminoso de guerra bósnio pró sérvio Ratko Mladic. Este homem é acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia de ter contribuído, durante a sua liderança do Exército Sérvio-Bósnio na guerra jugoslava dos anos 90, para a morte de 10000 pessoas no cerco a Sarajevo (capital da Bósnia) assim como a excecução de mais de 8000 muçulmanos do sexo masculino. Não obstante, terminada a guerra, pôde gozar, na plenitude, da excelente vida que o governo de Belgrado lhe proporcionou. Contudo, a partir de 2000, a pressão para que enfrentasse a Justiça Internacional foi intensificada, colocando o executivo de Belgrado na difícil situação de enfrentar a ira internacional comprometendo o seu esforço de aproximação à UE ao não o entregar ou, ao invés, afrontar a poderosíssima direita nacionalista doméstica que, lá sentada nos jornais de Belgrado, insiste em fazer passar Ratko Mladic por um herói nacional e não por um criminoso. Foi então que Belgrado preferiu por um lado declará-lo fugitivo, mas por outro lado não mostrar particular empenho na tarefa. E assim, Ratko Mladic vai aonde lhe apetece em Belgrado, sempre com o seu séquito de guarda-costas. Dizem as "más línguas" de alguns jornais europeus que até foi visto, há pouco tempo, a assistir ao jogo de futebol Sérvia/Montenegro vs. Rússia num camarote VIP para si reservado sendo, não raras vezes, avistado em Atenas ou Salónica aproveitando a evidente boa vida que alguém lhe paga. Passado dia 21 viria, no entanto, a suceder uma encenação "diplomática" cujos contornos e objectivos estão ainda por clarificar. Acontece que, em Belgrado, a Rádio oficial transmitiu que Ratko Mladic havia sido cercado por forças especiais e seria brevemente entregue às forças da ONU para posterior "envio" para Haia. No dia seguinte, a Procuradora Internacional Carla del Ponte negou por completo o sucedido, instando a Sérvia a entregá-lo sem demora porquanto a detenção estaria plenamente ao seu alcance e avisando Belgrado da impossibildade de entrar na UE caso prossiga a actual política. Para ajudar ao suspeito disparate, nesse mesmo dia, mas mais tarde, fontes governamentais de Bucareste diziam ter detido o homem em território Romeno, numa operação conjunta de forças especiais romenas e britânicas. Pelos vistos, também mentira. No cômputo final desta suspeita trama internacional ao bom estilo John le Carré, resta saber porque andam os poderosos daquela zona a proteger tamanho criminoso. Porque cobre Belgrado tão "carinhosamente" Ratko Mladic?

O 'Devaneios Desintéricos' publica aqui mais um cartoon político, desta feita da autoria de Bertrams, publicado no diário Het Parool, editado em Amsterdam. pretendeu o desenhador tratar uma das questões que mais tem agitado a política europeia nos últimos dias - o alegado cerco ao criminoso de guerra bósnio pró sérvio Ratko Mladic. Este homem é acusado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia de ter contribuído, durante a sua liderança do Exército Sérvio-Bósnio na guerra jugoslava dos anos 90, para a morte de 10000 pessoas no cerco a Sarajevo (capital da Bósnia) assim como a excecução de mais de 8000 muçulmanos do sexo masculino. Não obstante, terminada a guerra, pôde gozar, na plenitude, da excelente vida que o governo de Belgrado lhe proporcionou. Contudo, a partir de 2000, a pressão para que enfrentasse a Justiça Internacional foi intensificada, colocando o executivo de Belgrado na difícil situação de enfrentar a ira internacional comprometendo o seu esforço de aproximação à UE ao não o entregar ou, ao invés, afrontar a poderosíssima direita nacionalista doméstica que, lá sentada nos jornais de Belgrado, insiste em fazer passar Ratko Mladic por um herói nacional e não por um criminoso. Foi então que Belgrado preferiu por um lado declará-lo fugitivo, mas por outro lado não mostrar particular empenho na tarefa. E assim, Ratko Mladic vai aonde lhe apetece em Belgrado, sempre com o seu séquito de guarda-costas. Dizem as "más línguas" de alguns jornais europeus que até foi visto, há pouco tempo, a assistir ao jogo de futebol Sérvia/Montenegro vs. Rússia num camarote VIP para si reservado sendo, não raras vezes, avistado em Atenas ou Salónica aproveitando a evidente boa vida que alguém lhe paga. Passado dia 21 viria, no entanto, a suceder uma encenação "diplomática" cujos contornos e objectivos estão ainda por clarificar. Acontece que, em Belgrado, a Rádio oficial transmitiu que Ratko Mladic havia sido cercado por forças especiais e seria brevemente entregue às forças da ONU para posterior "envio" para Haia. No dia seguinte, a Procuradora Internacional Carla del Ponte negou por completo o sucedido, instando a Sérvia a entregá-lo sem demora porquanto a detenção estaria plenamente ao seu alcance e avisando Belgrado da impossibildade de entrar na UE caso prossiga a actual política. Para ajudar ao suspeito disparate, nesse mesmo dia, mas mais tarde, fontes governamentais de Bucareste diziam ter detido o homem em território Romeno, numa operação conjunta de forças especiais romenas e britânicas. Pelos vistos, também mentira. No cômputo final desta suspeita trama internacional ao bom estilo John le Carré, resta saber porque andam os poderosos daquela zona a proteger tamanho criminoso. Porque cobre Belgrado tão "carinhosamente" Ratko Mladic?

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