Devaneios Desintéricos: a nova ordem política mundial

20-01-2012
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Via tugir, chega-me ao conhecimento mais um sinal dos tempos que correm, desta feita vindo da Turquia. São bem conhecidos os problemas que os sucessivos executivos de Ancara têm tido de enfrentar no Curdistão. O território em causa, abrangendo zonas turcas e iraquianas, tem vindo a pugnar pela sua independência já há dezenas de anos, sendo conhecidos os episódios de abuso dos direitos humanos perpetrados pela "democracia" turca bem como os genocídios curdos às mãos de Saddam Hussein. O colapso do Estado iraquiano, na sequência da invasão americana e deposição de Saddam, tem possibilitado uma fragmentação regional do país que deixou de olhar para Bagdade como a capital inquestionável. O terrorismo multiplica-se. Todos os dias morrem dezenas de civis, com direito a uma linha no final dos nossos jornais. O Estado de Direito desapareceu e a Justiça nunca chegou a aparecer. Neste panorama cuja exposição é desnecessária por sobejamente conhecida, o PKK (partido que pugna pela independência do Curdistão) tem encontrado espaço de manobra no curdistão iraquiano. Sucede que, recentemente, o Governo turco chamou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em Ancara o Embaixador dos EUA junto da Turquia assim como o Embaixador do Iraque. A intenção turca era atordoantemente simples. Ancara avisou os EUA e o Executivo de Bagdade que, dado que a sua paciência tem limites, a Turquia reserva para si o direito à "legítima defesa" contra terroristas instalados no estrangeiro, instando os iraquianos e americanos a destruírem as actividades do PKK no Iraque. Caso assim não suceda, Ancara diz-se disposta a iniciar a devida intervenção militar no norte do Iraque, país soberano, para "combater os terroristas". Uma notícia aparentemente inofensiva, sem lugar a destaque na imprensa internacional, é na verdade o início do efeito dominó. Qualquer um sabia que se tratava de uma questão de tempo até a argumentação dos EUA para atacar Bagdade e de Israel para atacar Beirute começar a ser seguida por outros países. A velha ordem política mundial ruiu. E do caos que se instala pode nascer tudo...


Via tugir, chega-me ao conhecimento mais um sinal dos tempos que correm, desta feita vindo da Turquia. São bem conhecidos os problemas que os sucessivos executivos de Ancara têm tido de enfrentar no Curdistão. O território em causa, abrangendo zonas turcas e iraquianas, tem vindo a pugnar pela sua independência já há dezenas de anos, sendo conhecidos os episódios de abuso dos direitos humanos perpetrados pela "democracia" turca bem como os genocídios curdos às mãos de Saddam Hussein. O colapso do Estado iraquiano, na sequência da invasão americana e deposição de Saddam, tem possibilitado uma fragmentação regional do país que deixou de olhar para Bagdade como a capital inquestionável. O terrorismo multiplica-se. Todos os dias morrem dezenas de civis, com direito a uma linha no final dos nossos jornais. O Estado de Direito desapareceu e a Justiça nunca chegou a aparecer. Neste panorama cuja exposição é desnecessária por sobejamente conhecida, o PKK (partido que pugna pela independência do Curdistão) tem encontrado espaço de manobra no curdistão iraquiano. Sucede que, recentemente, o Governo turco chamou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em Ancara o Embaixador dos EUA junto da Turquia assim como o Embaixador do Iraque. A intenção turca era atordoantemente simples. Ancara avisou os EUA e o Executivo de Bagdade que, dado que a sua paciência tem limites, a Turquia reserva para si o direito à "legítima defesa" contra terroristas instalados no estrangeiro, instando os iraquianos e americanos a destruírem as actividades do PKK no Iraque. Caso assim não suceda, Ancara diz-se disposta a iniciar a devida intervenção militar no norte do Iraque, país soberano, para "combater os terroristas". Uma notícia aparentemente inofensiva, sem lugar a destaque na imprensa internacional, é na verdade o início do efeito dominó. Qualquer um sabia que se tratava de uma questão de tempo até a argumentação dos EUA para atacar Bagdade e de Israel para atacar Beirute começar a ser seguida por outros países. A velha ordem política mundial ruiu. E do caos que se instala pode nascer tudo...

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