Devaneios Desintéricos: sudão

20-01-2012
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Antonio Cassese, ex-presidente do Tribunal Penal Internacional para os crimes na Ex-Jugoslávia, assinou um artigo na edição de 5 de Março do diário italiano La Repubblica onde, em suma, critica implicitamente a decisão do Tribunal Penal Internacional de emitir um Mandado de Detenção de Omar al-Bashir, presidente do Sudão, por a considerar mediática, impossível e potencialmente lesiva de eventuais possibilidades de resolução pacífica do problema da região do Darfur.Este tipo de posicionamento é, nestas alturas, vulgar. Há um certo entendimento muito próximo da lógica fria da realpolitik que a Justiça é coisa incómoda, grão de areia numa engrenagem outrora límpida que seria a composição diplomática das altercações mundiais. Floreado máximo à cabeça da recorrentes listas bem intencionadas dos políticos, a afirmação de uma Ordem Global efectiva de direitos tarda porque refém do mais diversos interesses. E se Direito e Moral dificilmente se sentam com Diplomacia, parece óbvio que nas actuais condições políticas e jurídicas do mundo tal mandado se assume de muito difícil concretização. Admito-o perfeitamente. Mas -tendo, por exemplo, bem presente a óbvia fantochada de boas intenções que foi o Acordo de Doha assinado no mês passado - poder-se-á, com alguma segurança, afirmar que a decisão de Haia é, muito provavelmente, a melhor esperança de afirmação de Justiça que as vítimas do Darfur podem ter.E aqui chegados, ameacem o que ameaçarem os ditadores deste mundo, razão assiste à Justiça para o Darfur, plataforma de 46 ONGs humanitárias mundiais: o mandado do TPI de Haia foi para a Humanidade, muito provavelmente, das melhores notícias nos últimos tempos.


Antonio Cassese, ex-presidente do Tribunal Penal Internacional para os crimes na Ex-Jugoslávia, assinou um artigo na edição de 5 de Março do diário italiano La Repubblica onde, em suma, critica implicitamente a decisão do Tribunal Penal Internacional de emitir um Mandado de Detenção de Omar al-Bashir, presidente do Sudão, por a considerar mediática, impossível e potencialmente lesiva de eventuais possibilidades de resolução pacífica do problema da região do Darfur.Este tipo de posicionamento é, nestas alturas, vulgar. Há um certo entendimento muito próximo da lógica fria da realpolitik que a Justiça é coisa incómoda, grão de areia numa engrenagem outrora límpida que seria a composição diplomática das altercações mundiais. Floreado máximo à cabeça da recorrentes listas bem intencionadas dos políticos, a afirmação de uma Ordem Global efectiva de direitos tarda porque refém do mais diversos interesses. E se Direito e Moral dificilmente se sentam com Diplomacia, parece óbvio que nas actuais condições políticas e jurídicas do mundo tal mandado se assume de muito difícil concretização. Admito-o perfeitamente. Mas -tendo, por exemplo, bem presente a óbvia fantochada de boas intenções que foi o Acordo de Doha assinado no mês passado - poder-se-á, com alguma segurança, afirmar que a decisão de Haia é, muito provavelmente, a melhor esperança de afirmação de Justiça que as vítimas do Darfur podem ter.E aqui chegados, ameacem o que ameaçarem os ditadores deste mundo, razão assiste à Justiça para o Darfur, plataforma de 46 ONGs humanitárias mundiais: o mandado do TPI de Haia foi para a Humanidade, muito provavelmente, das melhores notícias nos últimos tempos.

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