Há umas semanas atrás, um amigo meu, investigador suíço na área da Sociologia na Universidade de Neuchâtel, entregou-me, como curiosidade, o seu mais recente trabalho de pesquisa: "Microcrédito no Vietnam - potencialidades sócio-económicas". Numas algo extensas 320 páginas, pude ler as conclusões estatísticas da introdução do Microcrédito naquele país asiático com a ajuda do Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas. Esta "nova forma" de crédito tão em voga entre os cientistas sociais visa, grosso modo, coadjuvar as camadas mais pobres de uma dada população, justamente aquelas que doutra forma não teriam acesso sequer aos meios tradicionais de financiamento, de modo a que, com relativamente pequenas quantidades de apoios financeiros, o indíviduo possa formar a sua microempresa ou pura e simplesmente trabalhar para si mesmo. No caso em apreço, as conclusões eram fenomenais. Huong, 30 anos, 6 filhos, moradora nos bairros degradados de Long Xuyên precisou apenas de um empréstimo de pouco menos de 100 euros para, no espaço de um ano e à custa do seu negócio de costura, conseguir sustento para a sua prole. Há uns dias, depois de ter lido todo o seu trabalho, ele dizia-me que era pena que o assunto não merecesse mais destaque nos meios de comunicação tradicionais. Coincidência feliz, até parece que alguém ouviu, lá em Oslo, os seus lamentos: hoje, em Comunicado do Comité Nobel norueguês, foi anunciada a atribuição do Prémio Nobel da Paz em ex aequo a Muhammad Yunus e ao Banco Grameen.
Categorias
Entidades
Há umas semanas atrás, um amigo meu, investigador suíço na área da Sociologia na Universidade de Neuchâtel, entregou-me, como curiosidade, o seu mais recente trabalho de pesquisa: "Microcrédito no Vietnam - potencialidades sócio-económicas". Numas algo extensas 320 páginas, pude ler as conclusões estatísticas da introdução do Microcrédito naquele país asiático com a ajuda do Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas. Esta "nova forma" de crédito tão em voga entre os cientistas sociais visa, grosso modo, coadjuvar as camadas mais pobres de uma dada população, justamente aquelas que doutra forma não teriam acesso sequer aos meios tradicionais de financiamento, de modo a que, com relativamente pequenas quantidades de apoios financeiros, o indíviduo possa formar a sua microempresa ou pura e simplesmente trabalhar para si mesmo. No caso em apreço, as conclusões eram fenomenais. Huong, 30 anos, 6 filhos, moradora nos bairros degradados de Long Xuyên precisou apenas de um empréstimo de pouco menos de 100 euros para, no espaço de um ano e à custa do seu negócio de costura, conseguir sustento para a sua prole. Há uns dias, depois de ter lido todo o seu trabalho, ele dizia-me que era pena que o assunto não merecesse mais destaque nos meios de comunicação tradicionais. Coincidência feliz, até parece que alguém ouviu, lá em Oslo, os seus lamentos: hoje, em Comunicado do Comité Nobel norueguês, foi anunciada a atribuição do Prémio Nobel da Paz em ex aequo a Muhammad Yunus e ao Banco Grameen.