"(...) Afinal, o que é que os professores já ganharam desde que decidiram baixar a cabeça, os braços e as calças? Não precisam de se incomodar, pois eu respondo: ganharam o estatuto de otários do regime, aqueles a quem se pode fazer tudo, tudo e tudo. Afinal, o que é que a rendição já rendeu? Sim, aqueles que se calam e encolhem diariamente, aqueles que levam diariamente para casa mais uma abada de enxovalhamentos e de frustrações o que é que já lucraram com isso?(...)"O excerto que aqui divulgo é uma parte de mais um excelente texto do Luís Costa, que merece ser lido na sua totalidade, especificamente pelas vítimas colaborantes e condescendentes da violência financeira e psicológica a que a parasitária que governa o Estado (e a partir dele se engorda) os vem sujeitando, em nome de acudimentos a esbanjamentos e a crimes sem castigo.
Se é verdade que Portugal sempre foi, como Antero de Quental bem intuiu no século XIX, a "terra mais anti-filosófica do planeta", não deixa, porém, de me causar perplexidade e profunda deceção o modo fácil e vergado como os professores abdicam do espírito crítico, da autonomia e da exigência na defesa de valores fundamentais, como o respeito pelo empenho da palavra, pelos rendimentos do trabalho, pela justiça (o justo paga e o pecador continua reinadio) e pela preservação da equidade.
Quando um grupo profissional, com as qualificações e o esclarecimento dos professores, se prostra perante as mentiras, os ataques e as iniquidades de uma classe política desavergonhada, então, está tudo dito sobre o abismo intelectual e moral do nosso futuro coletivo.
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"(...) Afinal, o que é que os professores já ganharam desde que decidiram baixar a cabeça, os braços e as calças? Não precisam de se incomodar, pois eu respondo: ganharam o estatuto de otários do regime, aqueles a quem se pode fazer tudo, tudo e tudo. Afinal, o que é que a rendição já rendeu? Sim, aqueles que se calam e encolhem diariamente, aqueles que levam diariamente para casa mais uma abada de enxovalhamentos e de frustrações o que é que já lucraram com isso?(...)"O excerto que aqui divulgo é uma parte de mais um excelente texto do Luís Costa, que merece ser lido na sua totalidade, especificamente pelas vítimas colaborantes e condescendentes da violência financeira e psicológica a que a parasitária que governa o Estado (e a partir dele se engorda) os vem sujeitando, em nome de acudimentos a esbanjamentos e a crimes sem castigo.
Se é verdade que Portugal sempre foi, como Antero de Quental bem intuiu no século XIX, a "terra mais anti-filosófica do planeta", não deixa, porém, de me causar perplexidade e profunda deceção o modo fácil e vergado como os professores abdicam do espírito crítico, da autonomia e da exigência na defesa de valores fundamentais, como o respeito pelo empenho da palavra, pelos rendimentos do trabalho, pela justiça (o justo paga e o pecador continua reinadio) e pela preservação da equidade.
Quando um grupo profissional, com as qualificações e o esclarecimento dos professores, se prostra perante as mentiras, os ataques e as iniquidades de uma classe política desavergonhada, então, está tudo dito sobre o abismo intelectual e moral do nosso futuro coletivo.