A minha participação espontânea na luta dos professores ocorreu em reacção a duas medidas (divisão arbitrária na carreira e imposição de um modelo de avaliação absurdo) e na confluência de três razões (resistir ao ataque do socratismo ao prestígio e à autoridade dos professores; reagir ao estilo prepotente, propagandístico e medíocre de Sócrates e da anterior equipa do ministério da Educação; defender a exigência do ensino e a seriedade e democraticidade de procedimentos na escola pública).
No decurso dos quatro anos de contestação activa em que me envolvi, ocorreram dissonâncias, ataques, ameaças, divisões, críticas e até pirraças de alguns generais que, mau grado a relativa indiferença e o desapreço que me têm merecido, insistem em estrebuchos de prima-donas, escudando-se atrás das oportunidades que propiciam para que peões anónimos lancem os insultos por eles.
Nenhuma destas incidências e contingências me beliscou a motivação ou me demoveu um milímetro da minha participação na contestação dos professores, funcionando, ao invés, como combustível ou acicate para reforçar o meu empenhamento e mobilização.
Porém, a simples circunstância de haver quem leia as minhas posições ou reacções como "desprestigiantes" para os professores, não me é indiferente, tendo em conta o meu compromisso de consciência com a defesa da dignidade, do prestígio e da autoridade dos professores, que foi sempre meu apanágio, quer nesta luta, quer ao longo dos meus 25 anos de docência, no ensino secundário e no ensino universitário.
Por outro lado, quem, nos últimos quatro anos, desenvolveu a sensibilidade suficiente para, nos momentos decisivos, ler silêncios, inibições, indiferenças, distanciamentos, resguardos ou sabáticas e demissões momentâneas da parte dos seus pares, não pode deixar de tirar as suas ilações.
Todavia, registei e agradeço o gesto daqueles que, pessoalmente, por email ou em comentários, tiveram palavras de compreensão ou apreço para comigo, face a mais uma tentativa de me sujeitarem a uma espécie de "apedrejamento" público, pela convocação de fiéis "talibãs".Também devo sublinhar que não me arrependo, genuinamente, de absolutamente nada do que fiz, disse ou escrevi, no contexto da luta dos professores.
Nem sequer considero que as horas, os quilómetros e os investimentos pessoais que emprestei à luta dos professores, tenham sido tempo perdido. Teriam bastado a conquista do fim da divisão arbitrária da carreira e as alterações ao modelo de avaliação (mesmo que insuficientes) para justificar o meu envolvimento.
Lutei com as, já de si, escassas armas e competências que tinha à disposição. Não sou profissional da luta, nem nunca frequentei as escolas de estratégia que outros, porventura, possam ter cursado.
Estou mesmo convencido que face à divisão nos professores (a forma como muitos professores que discordavam do modelo de avaliação acorreram a entregar os objectivos individuais) e à percepção dos riscos que alguns correram (e outros que foram mesmo penalizados sem contarem com o apoio e a solidariedade de ninguém, incluindo os sindicatos), a melhor estratégia para trazer novamente os professores para a contestação e para voltar a dar visibilidade à nossa luta passaria por comprometer a grande maioria dos professores em declarações de oposição ao modelo de avaliação (algo facilitado pela inexistência de riscos para os professores), o que além de passar uma mensagem pública de recusa deste modelo, desencadearia dinâmicas de mobilização para outras formas de manifestação pública.
Mas, compreendo que existam, pela blogosfera, grandes estrategos e muitos anónimos e muitas nick identidades com o low profile, a coragem e a coerência para darem a cara pela luta dos professores.
Da minha parte, não escreverei, na blogosfera, nem mais uma linha enquanto docente, pelo que este blogue bem pode ser riscado da categoria de blogosfera docente.
Tal não significa que, exclusivamente enquanto cidadão empenhado e participativo, não continue a alimentar e a dinamizar, neste blogue, o meu combate ao socratismo, em todas as suas vertentes, incluindo a educativa. Só que, doravante, estar-me-ei nas tintas para "incómodos" e não deixarei de reagir, ao meu estilo, àqueles que atacam as minhas ideias e posições.
Como professor, estarei apenas disponível nos intramuros da escola, sempre atento, interventivo e crítico, como o fiz ao longo da minha carreira.
Achaques, expressões de decepção, montagens de circos de protocompetidores para concursos de "pilinhas", insultos, "dores de corno", vindas de colegas e que estejam relacionadas com lutas ou reivindicações de professores é favor serem dirigidas a outros protagonistas e para outras moradas. A todos estes e demais, os meus sinceros desejos de boas lutas!
Aquele abraço a todos os amigos (não vou enumerá-los, com receio de, por distracção momentânea, me esquecer de algum) que comigo partilharam grandes momentos na contestação dos professores.
Post Scriptum: para facilitar a interpretação daqueles que possam vir a julgar a minha posição como um atirar de toalha ao chão, ficam, desde já autorizados, a julgarem mais, ou seja, no âmbito da luta dos professores na blogosfera, atirei todo o balneário ao chão.
Categorias
Entidades
A minha participação espontânea na luta dos professores ocorreu em reacção a duas medidas (divisão arbitrária na carreira e imposição de um modelo de avaliação absurdo) e na confluência de três razões (resistir ao ataque do socratismo ao prestígio e à autoridade dos professores; reagir ao estilo prepotente, propagandístico e medíocre de Sócrates e da anterior equipa do ministério da Educação; defender a exigência do ensino e a seriedade e democraticidade de procedimentos na escola pública).
No decurso dos quatro anos de contestação activa em que me envolvi, ocorreram dissonâncias, ataques, ameaças, divisões, críticas e até pirraças de alguns generais que, mau grado a relativa indiferença e o desapreço que me têm merecido, insistem em estrebuchos de prima-donas, escudando-se atrás das oportunidades que propiciam para que peões anónimos lancem os insultos por eles.
Nenhuma destas incidências e contingências me beliscou a motivação ou me demoveu um milímetro da minha participação na contestação dos professores, funcionando, ao invés, como combustível ou acicate para reforçar o meu empenhamento e mobilização.
Porém, a simples circunstância de haver quem leia as minhas posições ou reacções como "desprestigiantes" para os professores, não me é indiferente, tendo em conta o meu compromisso de consciência com a defesa da dignidade, do prestígio e da autoridade dos professores, que foi sempre meu apanágio, quer nesta luta, quer ao longo dos meus 25 anos de docência, no ensino secundário e no ensino universitário.
Por outro lado, quem, nos últimos quatro anos, desenvolveu a sensibilidade suficiente para, nos momentos decisivos, ler silêncios, inibições, indiferenças, distanciamentos, resguardos ou sabáticas e demissões momentâneas da parte dos seus pares, não pode deixar de tirar as suas ilações.
Todavia, registei e agradeço o gesto daqueles que, pessoalmente, por email ou em comentários, tiveram palavras de compreensão ou apreço para comigo, face a mais uma tentativa de me sujeitarem a uma espécie de "apedrejamento" público, pela convocação de fiéis "talibãs".Também devo sublinhar que não me arrependo, genuinamente, de absolutamente nada do que fiz, disse ou escrevi, no contexto da luta dos professores.
Nem sequer considero que as horas, os quilómetros e os investimentos pessoais que emprestei à luta dos professores, tenham sido tempo perdido. Teriam bastado a conquista do fim da divisão arbitrária da carreira e as alterações ao modelo de avaliação (mesmo que insuficientes) para justificar o meu envolvimento.
Lutei com as, já de si, escassas armas e competências que tinha à disposição. Não sou profissional da luta, nem nunca frequentei as escolas de estratégia que outros, porventura, possam ter cursado.
Estou mesmo convencido que face à divisão nos professores (a forma como muitos professores que discordavam do modelo de avaliação acorreram a entregar os objectivos individuais) e à percepção dos riscos que alguns correram (e outros que foram mesmo penalizados sem contarem com o apoio e a solidariedade de ninguém, incluindo os sindicatos), a melhor estratégia para trazer novamente os professores para a contestação e para voltar a dar visibilidade à nossa luta passaria por comprometer a grande maioria dos professores em declarações de oposição ao modelo de avaliação (algo facilitado pela inexistência de riscos para os professores), o que além de passar uma mensagem pública de recusa deste modelo, desencadearia dinâmicas de mobilização para outras formas de manifestação pública.
Mas, compreendo que existam, pela blogosfera, grandes estrategos e muitos anónimos e muitas nick identidades com o low profile, a coragem e a coerência para darem a cara pela luta dos professores.
Da minha parte, não escreverei, na blogosfera, nem mais uma linha enquanto docente, pelo que este blogue bem pode ser riscado da categoria de blogosfera docente.
Tal não significa que, exclusivamente enquanto cidadão empenhado e participativo, não continue a alimentar e a dinamizar, neste blogue, o meu combate ao socratismo, em todas as suas vertentes, incluindo a educativa. Só que, doravante, estar-me-ei nas tintas para "incómodos" e não deixarei de reagir, ao meu estilo, àqueles que atacam as minhas ideias e posições.
Como professor, estarei apenas disponível nos intramuros da escola, sempre atento, interventivo e crítico, como o fiz ao longo da minha carreira.
Achaques, expressões de decepção, montagens de circos de protocompetidores para concursos de "pilinhas", insultos, "dores de corno", vindas de colegas e que estejam relacionadas com lutas ou reivindicações de professores é favor serem dirigidas a outros protagonistas e para outras moradas. A todos estes e demais, os meus sinceros desejos de boas lutas!
Aquele abraço a todos os amigos (não vou enumerá-los, com receio de, por distracção momentânea, me esquecer de algum) que comigo partilharam grandes momentos na contestação dos professores.
Post Scriptum: para facilitar a interpretação daqueles que possam vir a julgar a minha posição como um atirar de toalha ao chão, ficam, desde já autorizados, a julgarem mais, ou seja, no âmbito da luta dos professores na blogosfera, atirei todo o balneário ao chão.