Fonte: Público
Falando a sério, hesito em classificar esta entrevista do cidadão-deputado Pacheco Pereira (não existindo candidaturas uninominais, duvido sobre quem este deputado representará, no país, além de si próprio e pouco mais) entre a senilidade política, dada a amnésia de tudo o que afirmou para trás acerca de Sócrates e dos malefícios para a democracia e o país decorrentes da sua continuidade em funções governativas, e o simples exercício de troca-tintas, que, entre nós, corporiza o factor de maior devastação sobre a coerência, a consistência e o carácter pessoal em que devia assentar a arte nobre da política.
Já todos percebemos que Pacheco Pereira não é, propriamente, um modelo de congruência nas posições que assume e nas narrativas que ensaia, mercê da circunstância de se assemelhar a um pendura que, sempre que lhe retiram a função de navegador, segue mais incomodado com a condução, a seu lado, do líder partidário do que preocupado em espreitar o retrovisor e em olhar em frente a prevenir e a exigir a inibição de conduzir do errático Sócrates que, alienado da estrada, vai espatifando tudo à sua volta e, a cada guinada, vai invadindo a faixa de rodagem contrária e colidindo com o PSD.
Apenas por ressentimento e mau perder para um líder que, com o seu contributo, certamente, havia sido banido das listas do PSD, vir, agora, defender a continuidade deste primeiro-ministro e desdizer tudo o que antes afirmara (e bem) sobre as malfeitorias de Sócrates (ainda se aguardam as revelações bombásticas do atentado de Sócrates ao estado de direito) e a desgraça moral, económica e financeira que o seu estilo pessoal e a sua governação acarretavam para o país, ultrapassa todas as marcas de um padrão mínimo de credibilidade pessoal, contribuindo, decisivamente, para se perceber que Pacheco Pereira pensa com os cotovelos, num claro abandalhamento do crédito em que se poderia ter, mas não se tem mais, a sua opinião e a sua análise política.
Há momentos, em que, há falta de lucidez e de coerência, o silêncio e a reserva da intervenção pública são sinais de maior inteligência.
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Fonte: Público
Falando a sério, hesito em classificar esta entrevista do cidadão-deputado Pacheco Pereira (não existindo candidaturas uninominais, duvido sobre quem este deputado representará, no país, além de si próprio e pouco mais) entre a senilidade política, dada a amnésia de tudo o que afirmou para trás acerca de Sócrates e dos malefícios para a democracia e o país decorrentes da sua continuidade em funções governativas, e o simples exercício de troca-tintas, que, entre nós, corporiza o factor de maior devastação sobre a coerência, a consistência e o carácter pessoal em que devia assentar a arte nobre da política.
Já todos percebemos que Pacheco Pereira não é, propriamente, um modelo de congruência nas posições que assume e nas narrativas que ensaia, mercê da circunstância de se assemelhar a um pendura que, sempre que lhe retiram a função de navegador, segue mais incomodado com a condução, a seu lado, do líder partidário do que preocupado em espreitar o retrovisor e em olhar em frente a prevenir e a exigir a inibição de conduzir do errático Sócrates que, alienado da estrada, vai espatifando tudo à sua volta e, a cada guinada, vai invadindo a faixa de rodagem contrária e colidindo com o PSD.
Apenas por ressentimento e mau perder para um líder que, com o seu contributo, certamente, havia sido banido das listas do PSD, vir, agora, defender a continuidade deste primeiro-ministro e desdizer tudo o que antes afirmara (e bem) sobre as malfeitorias de Sócrates (ainda se aguardam as revelações bombásticas do atentado de Sócrates ao estado de direito) e a desgraça moral, económica e financeira que o seu estilo pessoal e a sua governação acarretavam para o país, ultrapassa todas as marcas de um padrão mínimo de credibilidade pessoal, contribuindo, decisivamente, para se perceber que Pacheco Pereira pensa com os cotovelos, num claro abandalhamento do crédito em que se poderia ter, mas não se tem mais, a sua opinião e a sua análise política.
Há momentos, em que, há falta de lucidez e de coerência, o silêncio e a reserva da intervenção pública são sinais de maior inteligência.