Octávio V. Gonçalves: Manual para um futuro Político Vencedor, quiçá, Primeiro-ministro

28-01-2012
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Para aqueles que ainda acreditam na política e na utilidade do voto face ao que é apregoado nas pré-campanha e campanha eleitorais, atrevo-me a deixar aqui algumas dicas que serão muito importantes para os puros e genuínos futuros políticos irem pensando nelas e treinando durante os próximos tempos.

Dica 1: Faça circular a ideia de que andou estes anos todos a preparar-se para o grande desafio que vai ser salvar a sua ditosa Pátria.

Dica 2: Vá treinando a sua voz de tenor, barítono, soprano ou de cantor pimba, de acordo com o seu gosto pessoal, a fim de que, em momentos de campanha, possa acompanhar os cânticos de tunas académicas e outros apoiantes com tal capacidade vocal que vai mesmo parecer que quem está a desafinar são eles.

Dica 3: Assuma, perante as televisões e os jornais, que um qualquer problema de uma qualquer classe profissional achincalhada pelo seu futuro antecessor é um verdadeiro processo monstruoso e kafkiano.

Dica 4: Solicite, a quem entenda do assunto monstruoso e kafkiano, uma proposta de lei que acabe de vez com toda essa fantochada.

Dica 5: Guarde a proposta de lei da Dica 4 para ser apresentada no parlamento na última semana do mandato dos deputados.

Dica 6: Promova um consenso alargado de apoio à proposta referenciada.

Dica 7: Não se esqueça de rectificar, como se parecesse um acerto conjuntural, a dita proposta de molde a que, depois de aprovada, seja considerada, no mínimo, inconstitucional, ilegal, enfim, o que lhe der mais jeito.

Dica 8: Encomende um programa de uma área de governação a quem perceba do assunto e que seja uma garantia de ser uma Pessoa muito estimada e considerada no seio dessa área de governação.

Dica 9: Promova, discretamente, talvez com algum prefácio numa obra do autor, que está de acordo com as ideias da personalidade da Dica 8.

Dica 10: Desconheça, ou finja desconhecer, ou deixe que uma qualquer comissão do seu partido mande às malvas as ideias lúcidas e correctas da personalidade com as quais se identificou na sua essência.

Dica 11: Afirme, publicamente, que irá melhorar o que aquela comissãozita alterou do que havia encomendado sem sequer se ter apercebido.

Dica 12: Para não ser apelidado de mentiroso, como o seu futuro antecessor, não emita, ou omita, qualquer opinião, se a tiver, sobre temas kafkianos.

Dica 13: Cultive a imagem de que assume sempre os seus compromissos, e a palavra dada, desde que os mesmos, e a mesma, se prendam com questões de um nobre parlamento e não com outros aspectos comezinhos de um qualquer processo monstruoso e kafkiano.

Dica 14: Depois de eleito, siga à risca, e na íntegra, a Dica 15!

Dica 15: Esqueça todas as dicas anteriores! Já conseguiu os votos que lhe permitem estar onde queria! E o resto é conversa!

José Aníbal Félix de Carvalho


Para aqueles que ainda acreditam na política e na utilidade do voto face ao que é apregoado nas pré-campanha e campanha eleitorais, atrevo-me a deixar aqui algumas dicas que serão muito importantes para os puros e genuínos futuros políticos irem pensando nelas e treinando durante os próximos tempos.

Dica 1: Faça circular a ideia de que andou estes anos todos a preparar-se para o grande desafio que vai ser salvar a sua ditosa Pátria.

Dica 2: Vá treinando a sua voz de tenor, barítono, soprano ou de cantor pimba, de acordo com o seu gosto pessoal, a fim de que, em momentos de campanha, possa acompanhar os cânticos de tunas académicas e outros apoiantes com tal capacidade vocal que vai mesmo parecer que quem está a desafinar são eles.

Dica 3: Assuma, perante as televisões e os jornais, que um qualquer problema de uma qualquer classe profissional achincalhada pelo seu futuro antecessor é um verdadeiro processo monstruoso e kafkiano.

Dica 4: Solicite, a quem entenda do assunto monstruoso e kafkiano, uma proposta de lei que acabe de vez com toda essa fantochada.

Dica 5: Guarde a proposta de lei da Dica 4 para ser apresentada no parlamento na última semana do mandato dos deputados.

Dica 6: Promova um consenso alargado de apoio à proposta referenciada.

Dica 7: Não se esqueça de rectificar, como se parecesse um acerto conjuntural, a dita proposta de molde a que, depois de aprovada, seja considerada, no mínimo, inconstitucional, ilegal, enfim, o que lhe der mais jeito.

Dica 8: Encomende um programa de uma área de governação a quem perceba do assunto e que seja uma garantia de ser uma Pessoa muito estimada e considerada no seio dessa área de governação.

Dica 9: Promova, discretamente, talvez com algum prefácio numa obra do autor, que está de acordo com as ideias da personalidade da Dica 8.

Dica 10: Desconheça, ou finja desconhecer, ou deixe que uma qualquer comissão do seu partido mande às malvas as ideias lúcidas e correctas da personalidade com as quais se identificou na sua essência.

Dica 11: Afirme, publicamente, que irá melhorar o que aquela comissãozita alterou do que havia encomendado sem sequer se ter apercebido.

Dica 12: Para não ser apelidado de mentiroso, como o seu futuro antecessor, não emita, ou omita, qualquer opinião, se a tiver, sobre temas kafkianos.

Dica 13: Cultive a imagem de que assume sempre os seus compromissos, e a palavra dada, desde que os mesmos, e a mesma, se prendam com questões de um nobre parlamento e não com outros aspectos comezinhos de um qualquer processo monstruoso e kafkiano.

Dica 14: Depois de eleito, siga à risca, e na íntegra, a Dica 15!

Dica 15: Esqueça todas as dicas anteriores! Já conseguiu os votos que lhe permitem estar onde queria! E o resto é conversa!

José Aníbal Félix de Carvalho

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