In Público, 02-03-2011 (clicar na imagem para ampliar)
Trata-se de mais uma notável crónica de Santana Castilho, a qual expõe, numa fidelíssima e eloquente radiografia, as rupturas e os abismos que degradam a Educação, a política e o país.
Particularmente preocupante, é a forma medíocre como o ministério da Educação desfalece, às mãos do miserabilismo, da arbitrariedade, da palhaçada, do desnorte e da capitulação da pedagogia ao financeirismo irracional e sem estratégia.
Sobre a farsa da avaliação do desempenho docente, as palavras de Santana Castilho traduzem, magistralmente, o impasse e o caos em que escolas e professores vão transigindo, uns mais do que outros, com o apodrecimento do seu magistério e da sua autenticidade, pelo que não posso deixar de destacar a seguinte passagem da sua crónica:
"A arrastada avaliação do desempenho dos professores constitui uns dos processos mais macabros e perniciosos da gestão do sistema de ensino. Entre tantas barbaridades técnicas abordadas nesta coluna, as posições públicas tomadas por uma centena de escolas estabeleceram consensos esmagadores: muitas grelhas utilizadas tornam o processo ridículo e uma autêntica lotaria; continuam por esclarecer e clarificar centenas de dúvidas levantadas pelas escolas e pelos professores relatores; a subjectividade e a arbitrariedade são a norma; o sistema de quotas reduz a apregoada avaliação do mérito a uma pobre palhaçada, quando desce administrativamente as classificações atribuídas e torna incoerentes as notações quantitativas e qualitativas; a carga impensável de trabalho caricato e burocrático que o sistema supõe varreu a actividade de ensinar da prioridade dos professores e prejudicou criminosamente os alunos; qualquer resquício de preocupação formativa está banido do processo e a cooperação entre docentes deu lugar a um crescente ambiente de desconfiança e hostilidade."
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In Público, 02-03-2011 (clicar na imagem para ampliar)
Trata-se de mais uma notável crónica de Santana Castilho, a qual expõe, numa fidelíssima e eloquente radiografia, as rupturas e os abismos que degradam a Educação, a política e o país.
Particularmente preocupante, é a forma medíocre como o ministério da Educação desfalece, às mãos do miserabilismo, da arbitrariedade, da palhaçada, do desnorte e da capitulação da pedagogia ao financeirismo irracional e sem estratégia.
Sobre a farsa da avaliação do desempenho docente, as palavras de Santana Castilho traduzem, magistralmente, o impasse e o caos em que escolas e professores vão transigindo, uns mais do que outros, com o apodrecimento do seu magistério e da sua autenticidade, pelo que não posso deixar de destacar a seguinte passagem da sua crónica:
"A arrastada avaliação do desempenho dos professores constitui uns dos processos mais macabros e perniciosos da gestão do sistema de ensino. Entre tantas barbaridades técnicas abordadas nesta coluna, as posições públicas tomadas por uma centena de escolas estabeleceram consensos esmagadores: muitas grelhas utilizadas tornam o processo ridículo e uma autêntica lotaria; continuam por esclarecer e clarificar centenas de dúvidas levantadas pelas escolas e pelos professores relatores; a subjectividade e a arbitrariedade são a norma; o sistema de quotas reduz a apregoada avaliação do mérito a uma pobre palhaçada, quando desce administrativamente as classificações atribuídas e torna incoerentes as notações quantitativas e qualitativas; a carga impensável de trabalho caricato e burocrático que o sistema supõe varreu a actividade de ensinar da prioridade dos professores e prejudicou criminosamente os alunos; qualquer resquício de preocupação formativa está banido do processo e a cooperação entre docentes deu lugar a um crescente ambiente de desconfiança e hostilidade."