Num post anterior sugeri que um homem de elite, ou que pretenda ser de elite, não intervém nas condições actuais em que se encontra a sociedade portuguesa. A sua intervenção, por argumento intelectual, ou mediante a apresentação de um projecto para reformar as instituições, só iria desgastá-lo e não teria efeito nenhum. A razão é a falta de julgamento do povo português. O povo não sabe distinguir um argumento verdadeiro de um argumento falacioso, nem um projecto razoável de uma fantasia.Por isso, as instituições actuais vão ter primeiro de cair e o próprio povo se encarregará disso através do processo que então descrevi. Só então será possível refazer as instituições em bases novas e é nessa altura que o homem de elite intervém. Como? Esperando que o povo o venha chamar e só aceitando o pedido nas suas próprias condições. Um homem de elite não se oferece ao povo, nem tenta seduzir o povo, sem o perigo de o povo lhe perder o respeito. É o povo que tem de ser seduzido pelo homem de elite.Sempre que a democracia pegou em Portugal e o povo tomou conta das instituições, aconteceu o mesmo - deu cabo delas, e a primeira foi sempre a justiça. Depois, é o próprio povo que se encarrega de afastar do comando das instituições os políticos que ele próprio lá meteu. Nessa altura, o povo, com a sua característica falta de julgamento, varre tudo, varre por inteiro as pessoas e as coisas que faziam parte da situação, aquilo que é mau, aquilo que é assim-assim e até aquilo que é bom. Daí a razão para um homem de elite não se envolver na vida pública portuguesa nas condições actuais. Nestas alturas, o povo tende a deitar o bebé fora juntamente com a água do banho. E deixa o terreno limpo para quem vier a seguir.É então que o povo vem ter com os homens de elite para que reconstruam as instituições, que é uma coisa que ele não sabe fazer. Na realidade, como o próprio povo acaba de concluir, ele sabe é destrui-las. Mas num aspecto é preciso fazer justiça ao povo. Antes de chamar os homens de elite para reconstruir as instituições, o povo varre toda a sujeira que fez. E acontece então um aspecto muito curioso, que é o do povo dar aos homens de elite que chamou a mais irrestrita liberdade para fazerem como quiserem.
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Num post anterior sugeri que um homem de elite, ou que pretenda ser de elite, não intervém nas condições actuais em que se encontra a sociedade portuguesa. A sua intervenção, por argumento intelectual, ou mediante a apresentação de um projecto para reformar as instituições, só iria desgastá-lo e não teria efeito nenhum. A razão é a falta de julgamento do povo português. O povo não sabe distinguir um argumento verdadeiro de um argumento falacioso, nem um projecto razoável de uma fantasia.Por isso, as instituições actuais vão ter primeiro de cair e o próprio povo se encarregará disso através do processo que então descrevi. Só então será possível refazer as instituições em bases novas e é nessa altura que o homem de elite intervém. Como? Esperando que o povo o venha chamar e só aceitando o pedido nas suas próprias condições. Um homem de elite não se oferece ao povo, nem tenta seduzir o povo, sem o perigo de o povo lhe perder o respeito. É o povo que tem de ser seduzido pelo homem de elite.Sempre que a democracia pegou em Portugal e o povo tomou conta das instituições, aconteceu o mesmo - deu cabo delas, e a primeira foi sempre a justiça. Depois, é o próprio povo que se encarrega de afastar do comando das instituições os políticos que ele próprio lá meteu. Nessa altura, o povo, com a sua característica falta de julgamento, varre tudo, varre por inteiro as pessoas e as coisas que faziam parte da situação, aquilo que é mau, aquilo que é assim-assim e até aquilo que é bom. Daí a razão para um homem de elite não se envolver na vida pública portuguesa nas condições actuais. Nestas alturas, o povo tende a deitar o bebé fora juntamente com a água do banho. E deixa o terreno limpo para quem vier a seguir.É então que o povo vem ter com os homens de elite para que reconstruam as instituições, que é uma coisa que ele não sabe fazer. Na realidade, como o próprio povo acaba de concluir, ele sabe é destrui-las. Mas num aspecto é preciso fazer justiça ao povo. Antes de chamar os homens de elite para reconstruir as instituições, o povo varre toda a sujeira que fez. E acontece então um aspecto muito curioso, que é o do povo dar aos homens de elite que chamou a mais irrestrita liberdade para fazerem como quiserem.