Estranho Estrangeiro (no degredo do rochedo): Vaticínios e analogias pífias

21-01-2012
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vbfsousa@hotmail.comSe, no âmbito das previsões eleitorais, Alegre surgia como um sucessor de Pintasilgo, VPV guinda-o, após o “milhão de votos”, a legatário de Basílio Horta. Desapossadas de exequibilidade, durante a campanha, as analogias entre Alegre e Horta – nela, Soares, anterior “perseguido” pelo desbragado Basílio, transformou-se em discípulo -, existe agora a intenção de corroer os alicerces do futuro, mediante a ânsia de dispersão do “milhão de votos” pela atmosfera. Uma vez mais, a previsão patente esconde o desejo latente. Não por acaso VPV denuncia um gáudio orgiástico ao relembrar o eclipse político de Basílio…------------------------------------------------------------Durante todo o baço processo de urdidura das candidaturas presidenciais, muitos dos mais conspícuos comentadores nacionais, reportando-se à potencial aparição de Alegre como candidato, vaticinavam a inexorável decomposição da estrutura apartidária, relevando-se a conivência com as espúrias “máquinas partidárias” que, em Portugal, manietam ou catalisam as volições dos cidadãos. Naturalmente que quejandas profecias poderiam decorrer de uma perspectiva expurgada de quimeras acerca da cruel conjuntura cívico/política nacional. Todavia, a espiral de acontecimentos, florescentes ainda hoje, enfatizou a supremacia do desejo sobre a previsão imaculada. Homens como Pacheco Pereira, Vital Moreira e Vasco Pulido Valente corporizaram ventres prolíferos na gestação de águias agourentas. Até hoje, o único que se penitenciou, de modo indirecto, pela obnubilação perceptiva foi JPP; mediante a compilação, em livro, de textos tributários da peleja presidencial. Na obra podemos encontrar ruminações em que se destaca, além da marginalização de Alegre e consequente enaltecimento da refrega Cavaco/Soares, o desdém pelas repercussões – observáveis, expectáveis e possíveis (as últimas duas predominaram por defeito) – derivadas da candidatura de Alegre. Mas JPP deverá continuar, ainda hoje, a rastrear hipóteses que sustentem os resultados obtidos pelo refractário marginal. Apesar desta demanda, parece-me notória a segregação consciente de algumas respostas, porquanto o acervo de Pacheco só alberga estes factores: vulnerabilidade do eleitorado à logorreia populista de Alegre; alienação popular atinente ao repúdio dos partidos, inelutáveis e necessários em Democracia; vacuidade de Alegre, camuflada pela exploração de variantes serôdias, como a entronização da “Pátria”, motivadas pelos previsíveis efeitos efervescentes; etc… Podemos esquadrinhar o luminoso alforge intangível de Pacheco, mas nele só encontraremos a soturnidade da angústia. Tímidas, com Pacheco como verdugo ilacrimável e inflexível, nos confins jazem as hipóteses esconjuradas, sempre asfixiadas por aqueles que, detectando a previsibilidade e o determinismo da política, são surpreendidos, enquanto dormem sobre a sapiência hegemónica, pela bordada do invasor inopinado. JPP açambarcou, até ao momento, o protagonismo neste texto, traço gerado pelo trilho meditativo por que optei. Poderia, na verdade, eleger Vital Moreira ou Pulido Valente como pífios vates conjunturais, desaguando nas mesmas conclusões. Se JPP procurou esvaziar o crédito de Alegre, arredando-o do palco do ênfase, VPV recorreu à sua consabida propensão verrinosa, sem conseguir encapotar as poalhas de ódio pessoal que nutriam os seus remoques. As intervenções de VPV, durante e após a campanha – e quando associadas a Manuel Alegre – primaram, efectivamente, pelo motejo (inclusive ignominioso, sendo o “poeta de província” o paradigma) -, conluiado com a crítica oca. As diferenças entre VPV, JPP e Vital Moreira, no que concerne às abordagens presidenciais com Alegre como alvo, decorrem, somente, da transmudação lexical imperiosa. O conteúdo, com maior ou menor prolixidade, é similar. VPV coabita, no neófito blogue o Espectro, com Constança Cunha e Sá, atribuindo a Alegre os seus primeiros textos. Cautérios, claro, amancebados com novos paralelos com o passado. É importante recordar que os três portadores de archotes – assim os vejo, porque não sonego a minha admiração – tentaram aniquilar o inaudito com equiparações a projectos idos, como o de Lourdes Pintasigo e de Basílio Horta. Se, no âmbito das previsões eleitorais, Alegre surgia como um sucessor de Pintasilgo, VPV guinda-o, após o “milhão de votos”, a legatário de Basílio Horta. Desapossadas de exequibilidade, durante a campanha, as analogias entre Alegre e Horta – nela, Soares, anterior “perseguido” pelo desbragado Basílio, transformou-se em discípulo -, existe agora a intenção de corroer os alicerces do futuro, mediante a ânsia de dispersão do “milhão de votos” pela atmosfera. Uma vez mais, a previsão patente esconde o desejo latente. Não por acaso VPV denuncia um gáudio orgiástico ao relembrar o eclipse político de Basílio…Um dos meus últimos textos simboliza uma tentativa de dissecação dos caminhos abertos pelo “milhão de votos”, sem olvidar os perigos que as conjunturas irrepetíveis acarretam. Guindei a escopo primordial a necessidade de evitar a dependência, ou submissão a uma personalidade. O eclipse político de Alegre é possível, não sendo preocupante essa hipótese. O próprio confessa a orfandade de ambições partidárias, além de ser improvável uma nova candidatura presidencial. O que não se pode evolar – e contra isso, aqui agora e sempre me assumo como um escudeiro e memória deste legado - é a mensagem extraída desta odisseia. A Cidadania, livre e ideologicamente disforme, não é monopólio dos partidos. Portugal, se tivesse uma parta onde pudéssemos afixar necessidades, como o “empregado precisa-se”, deveria exibir este elucidativo pedido:” Emancipação precisa-se”. Farejo indícios, muito embrionários. Importante é alimentá-los. Se o conseguir, independentemente das faúlhas inócuas de VPV, dormirei descansado, como cidadão livre e pensante.


vbfsousa@hotmail.comSe, no âmbito das previsões eleitorais, Alegre surgia como um sucessor de Pintasilgo, VPV guinda-o, após o “milhão de votos”, a legatário de Basílio Horta. Desapossadas de exequibilidade, durante a campanha, as analogias entre Alegre e Horta – nela, Soares, anterior “perseguido” pelo desbragado Basílio, transformou-se em discípulo -, existe agora a intenção de corroer os alicerces do futuro, mediante a ânsia de dispersão do “milhão de votos” pela atmosfera. Uma vez mais, a previsão patente esconde o desejo latente. Não por acaso VPV denuncia um gáudio orgiástico ao relembrar o eclipse político de Basílio…------------------------------------------------------------Durante todo o baço processo de urdidura das candidaturas presidenciais, muitos dos mais conspícuos comentadores nacionais, reportando-se à potencial aparição de Alegre como candidato, vaticinavam a inexorável decomposição da estrutura apartidária, relevando-se a conivência com as espúrias “máquinas partidárias” que, em Portugal, manietam ou catalisam as volições dos cidadãos. Naturalmente que quejandas profecias poderiam decorrer de uma perspectiva expurgada de quimeras acerca da cruel conjuntura cívico/política nacional. Todavia, a espiral de acontecimentos, florescentes ainda hoje, enfatizou a supremacia do desejo sobre a previsão imaculada. Homens como Pacheco Pereira, Vital Moreira e Vasco Pulido Valente corporizaram ventres prolíferos na gestação de águias agourentas. Até hoje, o único que se penitenciou, de modo indirecto, pela obnubilação perceptiva foi JPP; mediante a compilação, em livro, de textos tributários da peleja presidencial. Na obra podemos encontrar ruminações em que se destaca, além da marginalização de Alegre e consequente enaltecimento da refrega Cavaco/Soares, o desdém pelas repercussões – observáveis, expectáveis e possíveis (as últimas duas predominaram por defeito) – derivadas da candidatura de Alegre. Mas JPP deverá continuar, ainda hoje, a rastrear hipóteses que sustentem os resultados obtidos pelo refractário marginal. Apesar desta demanda, parece-me notória a segregação consciente de algumas respostas, porquanto o acervo de Pacheco só alberga estes factores: vulnerabilidade do eleitorado à logorreia populista de Alegre; alienação popular atinente ao repúdio dos partidos, inelutáveis e necessários em Democracia; vacuidade de Alegre, camuflada pela exploração de variantes serôdias, como a entronização da “Pátria”, motivadas pelos previsíveis efeitos efervescentes; etc… Podemos esquadrinhar o luminoso alforge intangível de Pacheco, mas nele só encontraremos a soturnidade da angústia. Tímidas, com Pacheco como verdugo ilacrimável e inflexível, nos confins jazem as hipóteses esconjuradas, sempre asfixiadas por aqueles que, detectando a previsibilidade e o determinismo da política, são surpreendidos, enquanto dormem sobre a sapiência hegemónica, pela bordada do invasor inopinado. JPP açambarcou, até ao momento, o protagonismo neste texto, traço gerado pelo trilho meditativo por que optei. Poderia, na verdade, eleger Vital Moreira ou Pulido Valente como pífios vates conjunturais, desaguando nas mesmas conclusões. Se JPP procurou esvaziar o crédito de Alegre, arredando-o do palco do ênfase, VPV recorreu à sua consabida propensão verrinosa, sem conseguir encapotar as poalhas de ódio pessoal que nutriam os seus remoques. As intervenções de VPV, durante e após a campanha – e quando associadas a Manuel Alegre – primaram, efectivamente, pelo motejo (inclusive ignominioso, sendo o “poeta de província” o paradigma) -, conluiado com a crítica oca. As diferenças entre VPV, JPP e Vital Moreira, no que concerne às abordagens presidenciais com Alegre como alvo, decorrem, somente, da transmudação lexical imperiosa. O conteúdo, com maior ou menor prolixidade, é similar. VPV coabita, no neófito blogue o Espectro, com Constança Cunha e Sá, atribuindo a Alegre os seus primeiros textos. Cautérios, claro, amancebados com novos paralelos com o passado. É importante recordar que os três portadores de archotes – assim os vejo, porque não sonego a minha admiração – tentaram aniquilar o inaudito com equiparações a projectos idos, como o de Lourdes Pintasigo e de Basílio Horta. Se, no âmbito das previsões eleitorais, Alegre surgia como um sucessor de Pintasilgo, VPV guinda-o, após o “milhão de votos”, a legatário de Basílio Horta. Desapossadas de exequibilidade, durante a campanha, as analogias entre Alegre e Horta – nela, Soares, anterior “perseguido” pelo desbragado Basílio, transformou-se em discípulo -, existe agora a intenção de corroer os alicerces do futuro, mediante a ânsia de dispersão do “milhão de votos” pela atmosfera. Uma vez mais, a previsão patente esconde o desejo latente. Não por acaso VPV denuncia um gáudio orgiástico ao relembrar o eclipse político de Basílio…Um dos meus últimos textos simboliza uma tentativa de dissecação dos caminhos abertos pelo “milhão de votos”, sem olvidar os perigos que as conjunturas irrepetíveis acarretam. Guindei a escopo primordial a necessidade de evitar a dependência, ou submissão a uma personalidade. O eclipse político de Alegre é possível, não sendo preocupante essa hipótese. O próprio confessa a orfandade de ambições partidárias, além de ser improvável uma nova candidatura presidencial. O que não se pode evolar – e contra isso, aqui agora e sempre me assumo como um escudeiro e memória deste legado - é a mensagem extraída desta odisseia. A Cidadania, livre e ideologicamente disforme, não é monopólio dos partidos. Portugal, se tivesse uma parta onde pudéssemos afixar necessidades, como o “empregado precisa-se”, deveria exibir este elucidativo pedido:” Emancipação precisa-se”. Farejo indícios, muito embrionários. Importante é alimentá-los. Se o conseguir, independentemente das faúlhas inócuas de VPV, dormirei descansado, como cidadão livre e pensante.

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