portugal dos pequeninos: A "CRUELDADE" DO POVO

30-06-2011
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O honorável ancião socialista Almeida Santos falou da alegada "crueldade" de Cavaco há oito dias. Quando, uma semana volvida sobre as presidenciais, a melhor narrativa política que se consegue produzir é sempre e só sobre uma mísera parte do que o homem disse no CCB (a que interessa para alimentar a narrativa), isso é revelador do estado desgraçado a que chegou o "debate" público em Portugal (no PS ninguém estará preocupado com as derrotas sucessivas em presidenciais?). Relativamente ao espertalhaço do ancião (o tal do "para amigos, tudo; para os inimigos, nada; para os outros, cumpra-se a lei") existe uma atenuante. Em Outubro de 1985, o homem era exibido nuns cartazes ridículos do PS como o "vamos a isto!", sendo o "isto" uma maioria absoluta do PS onde ele figuraria como putativo 1º ministro. Todavia, o espartano e recém-chegado Cavaco Silva é que acabou por "ir a isto", sofrendo Santos (e o PS) uma humilhação eleitoral traduzida num "incremento negativo" da ordem dos 23% de distância em relação à almejada maioria. O "cruel" Cavaco vinha para ficar. Como ficou no domingo graças à "crueldade" do eleitorado.Adenda: O mesmo Santos, mesquinho, sobre Carrilho que tem por hábito usar a cabeça dele - «Neste momento, o dr. Carrilho é quase um adversário do PS, porque está agastado por ter sido apeado do lugar que tinha [embaixador de Portugal na UNESCO, em Paris]. Está zangado connosco, compreendo isso, mas não é bem o exemplo típico do indivíduo que se possa citar como característica da situação interna do partido.» Pior do que um Kim-Il-Sócrates só um provecto e patético Kim-Il-Santos-Sung.Adenda2: Um tal Filipe Santos Costa e o fatal Luís Delgado, na sicn, insistiram na narrativa "vingativa" que, pelos vistos, os ajuda a gastar saliva - o primeiro até mencionou o ancião Santos a título de uma gravitas que só deve pairar na cabecinha parva do dito Filipe. De facto, que mais de pode esperar de gentinha que só produz escarros mentais?Adenda3 (do leitor João Sousa):«Eu bem me recordo dessas eleições Almeida Santos. Um dos slogans socialistas era "Prá maioria já falta pouco - já só falta sete por cento". Foi um pouco mais do que isso. Ontem, num programa da TVI24, o convidado foi a criatura Soares-filho, cujo currículo em pouco mais consiste do que, como diria o Luis XIII de Dumas: "eu ser filho do meu pai". Também este legume tentou disseminar a teoria do "discurso rancoroso" em vez de "conciliador". Conciliação como a de Soares-pai para com a eurodeputada que teve a ousadia de lhe ganhar a presidência do parlamento europeu, algo a que a criatura-pai certamente se achava no seu direito natural. Ou ainda a absoluta falta de rancor que era visível na sua voz quando mencionava o candidato Alegre. Mas a criatura-filho foi ainda mais longe. Estaria etilizado - ou simplesmente é impossível surgir algo mais substancial daquele cérebro. Delirou com a questão Cartão Único, "um exemplo de sucesso, de tal forma que até já tem mais de quatro milhões de utilizadores". Disse também que "os eleitores que não votaram foi por não terem pachorra de esperar uma hora ou duas para saber o seu local de voto". Disse que não fazia sentido pedir a demissão de Rui Pereira por a demissão de um ministro ser um acto político e esta questão, pelo contrário, ser técnica. Claro, nada está mais longe de ser político do que um ministério ser nitidamente negligente na preparação de um processo eleitoral. Mas a jóia da noite, a cereja no topo do bolo, foi a sua descrição do ministro ASS: "Augusto Santos Silva é um homem de qualidade". Aqui, concordo com ele. Augusto Santos Silva é um homem de qualidade - péssima qualidade. Ninguém consegue internar esta gente num hospício?»


O honorável ancião socialista Almeida Santos falou da alegada "crueldade" de Cavaco há oito dias. Quando, uma semana volvida sobre as presidenciais, a melhor narrativa política que se consegue produzir é sempre e só sobre uma mísera parte do que o homem disse no CCB (a que interessa para alimentar a narrativa), isso é revelador do estado desgraçado a que chegou o "debate" público em Portugal (no PS ninguém estará preocupado com as derrotas sucessivas em presidenciais?). Relativamente ao espertalhaço do ancião (o tal do "para amigos, tudo; para os inimigos, nada; para os outros, cumpra-se a lei") existe uma atenuante. Em Outubro de 1985, o homem era exibido nuns cartazes ridículos do PS como o "vamos a isto!", sendo o "isto" uma maioria absoluta do PS onde ele figuraria como putativo 1º ministro. Todavia, o espartano e recém-chegado Cavaco Silva é que acabou por "ir a isto", sofrendo Santos (e o PS) uma humilhação eleitoral traduzida num "incremento negativo" da ordem dos 23% de distância em relação à almejada maioria. O "cruel" Cavaco vinha para ficar. Como ficou no domingo graças à "crueldade" do eleitorado.Adenda: O mesmo Santos, mesquinho, sobre Carrilho que tem por hábito usar a cabeça dele - «Neste momento, o dr. Carrilho é quase um adversário do PS, porque está agastado por ter sido apeado do lugar que tinha [embaixador de Portugal na UNESCO, em Paris]. Está zangado connosco, compreendo isso, mas não é bem o exemplo típico do indivíduo que se possa citar como característica da situação interna do partido.» Pior do que um Kim-Il-Sócrates só um provecto e patético Kim-Il-Santos-Sung.Adenda2: Um tal Filipe Santos Costa e o fatal Luís Delgado, na sicn, insistiram na narrativa "vingativa" que, pelos vistos, os ajuda a gastar saliva - o primeiro até mencionou o ancião Santos a título de uma gravitas que só deve pairar na cabecinha parva do dito Filipe. De facto, que mais de pode esperar de gentinha que só produz escarros mentais?Adenda3 (do leitor João Sousa):«Eu bem me recordo dessas eleições Almeida Santos. Um dos slogans socialistas era "Prá maioria já falta pouco - já só falta sete por cento". Foi um pouco mais do que isso. Ontem, num programa da TVI24, o convidado foi a criatura Soares-filho, cujo currículo em pouco mais consiste do que, como diria o Luis XIII de Dumas: "eu ser filho do meu pai". Também este legume tentou disseminar a teoria do "discurso rancoroso" em vez de "conciliador". Conciliação como a de Soares-pai para com a eurodeputada que teve a ousadia de lhe ganhar a presidência do parlamento europeu, algo a que a criatura-pai certamente se achava no seu direito natural. Ou ainda a absoluta falta de rancor que era visível na sua voz quando mencionava o candidato Alegre. Mas a criatura-filho foi ainda mais longe. Estaria etilizado - ou simplesmente é impossível surgir algo mais substancial daquele cérebro. Delirou com a questão Cartão Único, "um exemplo de sucesso, de tal forma que até já tem mais de quatro milhões de utilizadores". Disse também que "os eleitores que não votaram foi por não terem pachorra de esperar uma hora ou duas para saber o seu local de voto". Disse que não fazia sentido pedir a demissão de Rui Pereira por a demissão de um ministro ser um acto político e esta questão, pelo contrário, ser técnica. Claro, nada está mais longe de ser político do que um ministério ser nitidamente negligente na preparação de um processo eleitoral. Mas a jóia da noite, a cereja no topo do bolo, foi a sua descrição do ministro ASS: "Augusto Santos Silva é um homem de qualidade". Aqui, concordo com ele. Augusto Santos Silva é um homem de qualidade - péssima qualidade. Ninguém consegue internar esta gente num hospício?»

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