Exmo. Senhor Presidente da CML,Dr. António Costa, Vimos por este meio apresentar a V.Exa. o nosso protesto pela concessão do Jardim Nuno Álvares, mais conhecido por Jardim de Santos e um dos últimos jardins românticos e intimistas de Lisboa, à “Experimenta Design” para que ali desenvolva uma intervenção de fundo no âmbito da edição deste ano daquela iniciativa, concessão, aliás, sem a mínima auscultação pública, quer dos cidadãos quer de especialistas em botânica e jardins históricos, o que nos parece contraproducente em termos da tão apregoada “governança”.Parece-nos grave que se dê “carta branca” a uma intervenção de “designers”, pseudo-vanguardista, assente numa filosofia “lounge”, que poderá ser muito interessante em termos de serviços de restauração e entretenimento, mas que nos parece completamente desadequada àquele jardim, que apenas precisa:- De limpeza diária do lixo e do vandalismo de que é alvo todas as noites; - De ver recolocados os seus candeeiros de época (mal abatidos pela CML), adaptados às novas exigências de consumo de energia, etc.,- De ver os seus percursos pedonais remodelados, designadamente a nível do pavimento. Ou seja, uma verdadeira intervenção de vanguarda no Jardim de Santos seria uma intervenção de pura conservação. A marcação das árvores constitui um risco de despoletar mais vandalismo sobre essas e outras árvores de Lisboa, pelo que esta iniciativa poderá ter efeitos negativos no presente mas também no futuro.Além disso, lembramos a V.Exa. o seguinte: existem no Jardim de Santos 8 tipuanas que estão classificadas como espécimes de interesse público (http://www.afn.min-agricultura.pt/portal/ArvoresFicha?Processo=KNJ3/030&Concelho=&Freguesia=&Distrito= ) e que gozam de 50m de raio de protecção especial, pelo que toda e qualquer intervenção naquelas árvores e/ou na zona de protecção terá forçosamente de ter a devida autorização de quem de direito, i.e, da Autoridade Florestal Nacional; a quem, aliás, já transmitimos as nossas preocupações.Finalmente, recordamos também que o jardim está vinculado à figura de Ramalho Ortigão, homenageado em 1957 pela própria CML, acontecimento que reuniu na altura personalidades de grande mérito artístico além de familiares do escritor; pelo que nos espanta como é que se anuncia o reposicionamento da estátua sem sequer se auscultar ninguém.Melhores cumprimentosPaulo Ferrero, Luís Marques da Silva e Júlio Amorim
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Exmo. Senhor Presidente da CML,Dr. António Costa, Vimos por este meio apresentar a V.Exa. o nosso protesto pela concessão do Jardim Nuno Álvares, mais conhecido por Jardim de Santos e um dos últimos jardins românticos e intimistas de Lisboa, à “Experimenta Design” para que ali desenvolva uma intervenção de fundo no âmbito da edição deste ano daquela iniciativa, concessão, aliás, sem a mínima auscultação pública, quer dos cidadãos quer de especialistas em botânica e jardins históricos, o que nos parece contraproducente em termos da tão apregoada “governança”.Parece-nos grave que se dê “carta branca” a uma intervenção de “designers”, pseudo-vanguardista, assente numa filosofia “lounge”, que poderá ser muito interessante em termos de serviços de restauração e entretenimento, mas que nos parece completamente desadequada àquele jardim, que apenas precisa:- De limpeza diária do lixo e do vandalismo de que é alvo todas as noites; - De ver recolocados os seus candeeiros de época (mal abatidos pela CML), adaptados às novas exigências de consumo de energia, etc.,- De ver os seus percursos pedonais remodelados, designadamente a nível do pavimento. Ou seja, uma verdadeira intervenção de vanguarda no Jardim de Santos seria uma intervenção de pura conservação. A marcação das árvores constitui um risco de despoletar mais vandalismo sobre essas e outras árvores de Lisboa, pelo que esta iniciativa poderá ter efeitos negativos no presente mas também no futuro.Além disso, lembramos a V.Exa. o seguinte: existem no Jardim de Santos 8 tipuanas que estão classificadas como espécimes de interesse público (http://www.afn.min-agricultura.pt/portal/ArvoresFicha?Processo=KNJ3/030&Concelho=&Freguesia=&Distrito= ) e que gozam de 50m de raio de protecção especial, pelo que toda e qualquer intervenção naquelas árvores e/ou na zona de protecção terá forçosamente de ter a devida autorização de quem de direito, i.e, da Autoridade Florestal Nacional; a quem, aliás, já transmitimos as nossas preocupações.Finalmente, recordamos também que o jardim está vinculado à figura de Ramalho Ortigão, homenageado em 1957 pela própria CML, acontecimento que reuniu na altura personalidades de grande mérito artístico além de familiares do escritor; pelo que nos espanta como é que se anuncia o reposicionamento da estátua sem sequer se auscultar ninguém.Melhores cumprimentosPaulo Ferrero, Luís Marques da Silva e Júlio Amorim